segunda-feira, fevereiro 22, 2010

Pensamento do Momento ("Ninguém pode sonhar por ti")

Algo óbvio, mas será que nos lembramos com frequência disso?

Air Battle (old toys)


Poderia ser o avião do Major Alvega, do Barão Vermelho ou o balão de ar quente do Willie Fog, poderia ser o que qualquer espírito infantil imaginasse...
Esta é uma das imagens que pude captar no museu do brinquedo em Sintra, um sítio deslumbrante para que acha que um brinquedo também pode ter o seu lugar na história.
Para além dos brinquedos, uma colecção digna desse mesmo nome, o mais interessante foi conhecer o "ideólogo" por detrás deste sonho, o seu fundador, Arbués Moreira, que apesar de estar com algumas limitações físicas nada o impedem de continuar a ter aquele eterno fascínio lúdico que me faz lembrar um tal de Peter Pan...

Ao largo do Cabo da Roca

Évora no Caminho de Santiago

Aproveitando o facto de se celebrar, no presente ano, mais um Ano Xacobeo, dedicado ao culto e história do Caminho de Santiago, foi criada em Évora a Plataforma Eborense dos Amigos do Caminho de Santiago.

Este grupo informal formou-se na sequência de várias experiências pessoais no “camiño” e pelo facto da cidade de Évora ser um ponto fundamental no apelidado “caminho português” para Santiago de Compostela que, há séculos, é trilhado por inúmeros peregrinos com destino à “cidade do apóstolo”.

Segundo o autor da “Grande Obra dos Caminhos de Santiago”, Iter Stellarum, Évora é a “cidade-chave do Alentejo” na rota portuguesa dos caminhos Xacobeos. Para contextualizar esta iniciativa tenha-se em conta o seguinte extracto da obra:

“Mas a cidade-chave do esquema viário no Alentejo, mais que Beja, foi Évora. Ali iam ter os itinerários provenientes do Sul, saíssem eles do Barlavento ou do Sotavento algarvio e os que faziam a triagem da Andaluzia com a direcção de Lisboa. A passagem em Évora era tão obrigatória, que era por ali que se fazia a distribuição do tráfego para Coimbra (via Tomar), para Lisboa (por Montemor-o-Novo) e para o interior beirão e transmontano (através de Estremoz e de Vila Velha de Ródão)”.

Ao constatar a importância da capital do Alentejo central, tal como uma total ausência de referências à passagem do caminho português no contexto da cidade e do seu património, a recém-formada plataforma (sediada na Associação Juvenil Quarta Dimensão e contando com o apoio da Arquidiocese de Évora e de outras instituições como a Caixa de Badajoz, o Diário do Sul ou o semanário A Defesa) pôs em marcha um projecto de criação de um marco referente à rota xacobea rumo a Santiago num local de visibilidade no seio do centro histórico eborense.

O projecto está em marcha e já se encontra em apreciação na autarquia de Évora, daí que é de esperar que, ainda no presente Ano Xacobeo, a cidade de Évora volte a pôr à vista, de todos quantos aqui vivem e a visitam, a sua história importantíssima nesta tradição secular, o que seguramente será uma mais-valia para o seu estatuto de cidade impar a nível nacional e mundial.

A Plataforma Eborense dos Amigos do Caminho de Santiago é um grupo de cidadãos (leigos, religiosos, académicos, peregrinos, desportistas, etc.) cujo único objectivo é voltar a tornar evidente esta manifestação cultural, inerente à identidade europeia, na cidade de Évora e no Alentejo, daí que está aberta a todos aqueles que se identificam com este “reavivar de tradições”, sendo que se encontra disponível o e-mail evoranocaminho@gmail.com no qual é possível deixar o seu apoio e ajudar na dinamização desta iniciativa.



segunda-feira, fevereiro 08, 2010

O que se ouve por aqui...

Como é possível liderar? Como é possível deixarmos este mundo um pouco melhor do que o encontrámos?
Há quem diga que pelo exemplo... um bom exemplo, sem relativismos.



Invictus


Out of the night that covers me,
Black as the Pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.

In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.

Beyond this place of wrath and tears
Looms but the Horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds, and shall find, me unafraid.

It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll.
I am the master of my fate:
I am the captain of my soul.

William Ernest Henley

Que sou um fã da "velha raposa" Clint Eastwood não é nenhuma novidade. Que me identifico bastante com a lente com que ele vê o mundo, menos ainda, mas que não conhecia muito bem a figura de Nelson Mandela isso sim era uma lacuna.
Apesar de ser um nome constante na minha infância e juventude, Mandela só agora me mostrou a grandeza da sua figura, sem dúvida uma das maiores da modernidade e obrigado por nos dar a conhecer um mundo de deixou para o passado o conceito de Apartheid...
Quanto ao filme, recomendo vivamente.

Terrorismo a pedais


Não é de estranhar que Portugal tenha resultado ser interessante para o grupo terrorista basco da ETA e que aqui se estabelecesse uma infra-estrutura como a recém-encontrada em Óbidos. De acordo com o diário espanhol “El Mundo”, há já dez anos atrás, em 2000, dois operacionais do grupo terrorista, Andoni Otegi e Oscar Celarain, aconselharam a cúpula etarra a montar uma célula em Portugal, argumentando a facilidade de movimentos, sem a necessidade de adoptar medidas de autoprotecção rígidas, como a de deslocar-se um de carro roubado enquanto outro utilizava os transportes públicos para evitar detenções duplas, algo que nos últimos anos tem sido difícil no outro país que partilha fronteira com Espanha, em França.

No País Basco francês, a cooperação entre Espanha e França tem sido fundamental no combate anti-terrorista e tem infligido pesadas baixas nos operacionais da ETA, daí que os argumentos de que era fácil o grupo basco mover-se em território luso e que cruzar a fronteira não supunha nenhum tipo de problema, podem ter sido fundamentais nesta recente mudança de estratégia por parte dos separatistas bascos.

O mais irónico da situação reside no facto de, segundo o “El Mundo”, estes dois terroristas que estiveram e operaram no nosso país terem admitido que um dos procedimentos mais indicados para realizar o seu “trabalho” era deslocarem-se por a raia hispano-lusa de bicicleta. Otegi e Celarain, que não se pense que o fizeram por questões ambientais, tinham passado várias semanas a cruzar as fronteiras de Portugal a Salamanca e a Badajoz, viagens essas que lhes permitiu reunir informação sobre distintos objectivos, alvos humanos e directrizes do grupo terrorista e separatista basco.

Mas o uso do território português por parte dos membros da ETA, buscando a segurança perdida em França que anteriormente lhes servira de refúgio, é já irrefutável, apesar de não sabermos efectivamente há quanto tempo actuam dentro de Portugal.

No entanto, no nosso território não dispõem de recursos ideológicos humanos que os apoiem (talvez algum “pseudorevolucionário” ressabiado dos tempos do terrorismo pós-25 de Abril, que não assimila que o uso da força no contexto actual basco não tem o mínimo sentido), algo que ainda poderiam encontrar na fronteira norte de Espanha.

Outro argumento de peso é que não existe cumplicidade cultural entre os dois países (distantes a não ser nas boinas, imortalizadas pelos nossos pescadores e depois tida como símbolo revolucionário), o que, daqui em diante, com a opinião pública portuguesa informada pela comunicação social, não facilitará os movimentos a estes terroristas. No entanto, mais do que as ideologias, o dinheiro sempre falou mais alto, daí que as autoridades têm de se manter alerta.

Esperemos que a presença da ETA não se volte a sentir em Portugal (e que em Espanha os nacionalismos se rejam democraticamente), não sendo nada mais do que um aspecto anedótico que tanto caracteriza o humor luso. Não sei se recordar-se-ão de uma velha anedota “seca” sobre a ETA em Portugal? Se não permitam-me rematar esta crónica com a mesma.

Estavam dois homens numa taberna no Alentejo com as suas pasteleiras paradas em frente da porta do estabelecimento. Beberam o seu tinto e voltaram aos seus respectivos “fieis corcéis” quando se dão conta do seu furto. Junto à taberna estava sentado o “Ti Manel”, a única testemunha do “palmanço”.

- Óh Ti Manel, não viu quem é que nos roubou as pedaleiras?

Com o tom calmo que o caracteriza, o Ti Manel respondeu:

- Atão na vi!? Foram os gajos da ETA…

A surpresa não poderia ser maior para estes dois homens, a ETA aqui? Em pleno Alentejo? O que o Ti Manel depressa justificou.

- Passaram aqui, viram a bicicleta e o cabecilha disse logo ao agarrá-las “eta é minha, eta é tua”…

sábado, fevereiro 06, 2010

terça-feira, fevereiro 02, 2010

Martes de Cineclub: "La Ola"

"En otoño de 1967 Ron Jones, un profesor de historia de un instituto de Palo Alto en California, no tuvo respuesta para la pregunta de uno de sus alumnos: ¿Cómo es posible que el pueblo alemán alegue ignorancia a la masacre del pueblo judío? En ese momento Jones decidió hacer un experimento con sus alumnos: instituyó un régimen de extrema disciplina en su clase, restringiéndoles sus libertades y haciéndoles formar en unidad. El nombre de este movimiento fue The Third Wave. Ante el asombro del profesor, los alumnos se entusiamaron hasta tal punto que a los pocos días empezaron a espiarse unos a otros y a acosar a los que no querían unirse a su grupo. Al quinto día Ron Jones se vió obligado a acabar con el experimento antes de que llegara más lejos.

El director alemán Dennis Gansel (Napola) ha trasladado esta experiencia a nuestros días y a su tierra natal: Alemania. Esta vez es el profesor quien hace la pregunta a sus alumnos: ¿Creéis que es imposible que otra dictadura vuelva a implantarse en Alemania? Y comienza el experimento…"

Para mi ha sido una película muy interesante que me hizo reflexionar sobre la condición humana y, principalmente, la ética docente y algún tipo de adoctrinación que estará siempre a ella inherente.