terça-feira, setembro 27, 2011

segunda-feira, setembro 26, 2011

"Viagem" de Miguel Torga (até me apetece "roubar" esta VW e pôr-me à estrada!)



É o vento que me leva.
O vento lusitano.
É este sopro humano
Universal
Que enfuna a inquietação de Portugal.
É esta fúria de loucura mansa
Que tudo alcança
Sem alcançar.
Que vai de céu em céu,
De mar em mar,
Até nunca chegar.
E esta tentação de me encontrar
Mais rico de amargura
Nas pausas da ventura
De me procurar...

Miguel Torga, in 'Diário XII'

O mocho e o macaco (Fernando Assis Pacheco)

Fotografia de Rosa Gambóias

Gosto muito da poesia de Fernando Assis Pacheco, leio e releio. Sente-se muitas vezes um estremecimento, um calafrio, como neste poema, "O mocho e o macaco", do seu livro Variações em Sousa (1987), que encontramos em A Musa Irregular (Assírio & Alvim, 2006), onde se recolhe a maioria dos versos escritos por Assis Pacheco. Há mais um livro, Respiração Assistida. Fica para outro dia.


O MOCHO E O MACACO

Ora uma vez um mocho diz o meu filho
que sabe todas as histórias do mundo

uma vez um mocho
o macaquinho pergunta-lhe
o que é quando se morre?
pois nada diz o mocho
morre-se praí

o macaquinho insiste
mocho e quando tu morreres?
morro nada diz o mocho
hás-de morrer tu primeiro

mas veio uma zorra e comeu o mocho
que foi para um buraco muito fundo
ninguém cantava nesse buraco
só os morcegos e mesmo esses
só se a gente lhes batesse
com uma vassoura da cozinha

o macaquinho come bananas
escapa-se ao jacaré do Amazonas
que lhe quer dar uma dentada
salta nas árvores
uma daquelas era onde estava o mocho

coitado do mocho
não viu a zorra ao pé da carvalheira
morre-se praí
morre-se num instantemente de nada

morre-se a morte mocha
sem a gente dizer ai



quinta-feira, setembro 22, 2011

"A dark cloud over Évora..."

Já não me lembro se choveu... pena a foto ser de telemóvel, pois a luz e os contrastes ao vivo eram impressionantes...

terça-feira, setembro 20, 2011

"O bom filho a casa retorna..."

Depois de algum tempo longe dos "senderos", que o nosso amigo Pedro teve sempre a gentileza de não esquecer, volto a divagar com vista para a Serra da Srª. da Penha, onde contemplo este atardecer.
Sabe bem voltar a casa, mesmo que tenha um telhado virtual...

quinta-feira, setembro 01, 2011

O ciclista (1916) - Mario Sironi


Eu não ando à par da nossa Volta a Espanha, mas sei que nós já estamos de volta mais uma vez, e estamos entendidos, Luís. É por isso que chega aqui ao blogue esta obra do pintor italiano Mario Sironi (1885-1961), intitulada O ciclista.  Para além de pintor, Sironi foi também escultor, ilustrador e designer.