sexta-feira, dezembro 28, 2007

No Coments

Para aqueles que não sabem, a Galp é uma empresa portuguesa de produtos petrolíferos e, nesta imagem, numa estação de serviço em Albuquerque, na Extremadura espanhola, temos os seus serviços disponíveis em quatro idiomas: espanhol, francês, inglês e alemão. E perguntam vocês: "E o português? Onde está?"
Responde a empresa: "Aqui não faz falta! Todos os portugueses sabem algum idioma ou então só pensam no preço do combustível, o mesmo que em Portugal, mas mais barato aqui!"
Que idiotas somos... nem a nossa língua sabemos promover nas coisas mais básicas e prosaicas...

sábado, dezembro 15, 2007

Navidad y Libertad


¡Puede ser que Papá Noel no se ofenda con esta portada (fijaos en la clara referencia al señor que tiene sus servicios contratados con Coca-Cola en los gorros rojos…)! No sé si la revista “El Jueves” aguanta otra demanda judicial.

Por dios, no vamos a ofender más la noble familia de Papá Noel… ¿Señores abogados, que esperan?

sexta-feira, dezembro 14, 2007

Com quem terias o prazer de urinar?

Hoje, ao ler um "post" do amigo Pedro Cuadrado, recordei-me de uma situação insólita de um antigo professor meu. Esse meu mestre, amante da literatura, sempre se vangloriou por ter urinado, lado a lado, com um dos grandes poetas da literatura portuguesa. Tratava-se de Eugénio de Andrade. Não sei se lhe salpicou os pés ou se tiveram tentações de espreitar para o lado, mas esta situação que sempre me fez rir fez-me pensar que a história mundial teve algumas personagens com quem eu não me importava de urinar ("mijar" em bom português, pois já sabem, "quando mija um português mijam logo dois ou três").

Daí o repto: "Com quem terias o prazer de urinar?"

Participa com comentários, torna isto interessante!

Filosofía callejera de influencia china…


Mejor que muchas medidas que, por veces, son meros intentos de camuflar la realidad, este dicho chino contiene una verdad casi absoluta. Cuando pienso en políticas sociales me recuerdo siempre de ésta premisa típica del taoísmo. Hay que cambiar muchas cosas y se puede empezar así… ¡miren que son jóvenes que lo escriben!

Numa bela noite no Gêres... ao som da música tradicional portuguesa...


Aqui estava eu, na companhia da minha primeira câmara digital (emprestada pela minha namorada e com apenas 2mpx!), quando o grupo etnográfico de Amarante me prendou com umas músicas que aqueceram aquela fresca noite de Verão, num Gêres que ainda não tinha ardido... enfim, mais uma do "baú digital"...

Ibéria submergida…


Nos últimos tempos tenho lido, visto e falado com muita gente sobre o papel que têm duas nações históricas no contexto mundial. Trata-se dos rebeldes irmãos Portugal e Espanha, o “Abel e Caim” ibéricos.

Muita tinta tem corrido por esses jornais e muitas teclas premidas em blogs de “opinion-makers” que contribuem com o seu ponto de vista para o debate de algo que já é quase intemporal.

Como se sabe, Portugal é o país europeu com as fronteiras físicas definidas há mais tempo, desde 1249, e Espanha, como a conhecemos (apesar de ser um mosaico de outras nações) é um conceito, quanto a mim, mais politico que cultural (remeto-vos para a eterna discussão se é politicamente mais correcto falar “espanhol” ou “castelhano”, isto só para abordar a questão de uma forma simplista, pois muito mais haveria que mencionar!).

Curioso é o facto de, actualmente, o tema da união federal da Península Ibérica estar na ordem do dia (creio que este tema tem “timings” próprios que muito pouco têm que ver com as suas reais intenções). Vozes sonantes de ambos os contextos culturais, ou apaixonados por este canto ibérico, têm emitido as suas opiniões sobre este tema, muitas delas com um interesse intelectual profundo que serão enunciados interessantes para estudar num futuro que será certamente incerto.

José Saramago, o “Nobel” luso, amado e odiado escritor, residente na ilha Espanhola de Lanzarote, é um dos apoiantes de uma hipotética união federal Ibérica. Será possível? Será viável?

Durante muito tempo, partilhei este ponto de vista argumentando com todos os recursos que pensava serem úteis para este tema e, acima de tudo, seriam positivos para o desenvolvimento integral de todas as nações presentes neste ponto geográfico. Actualmente, apesar de não ter mudado totalmente o meu ponto de vista, sou mais cauteloso com os meus argumentos e busco mais informação e experiência de vida para poder opinar sobre tão fascinante tema.

Também outro grande escritor, para mim o maior da literatura portuguesa (cujo pensamento me tem influenciado em inúmeros campos do domínio humano), no inicio do século passado, escreveu algo sobre um possível “casamento” político ibérico. Pouca gente tem conhecimento deste facto, mas trata-se de Fernando Pessoa e o seu arguto pensamento é de uma lucidez claríssima que me deu bastante que reflectir. Nas suas palavras não posso afirmar se é ou não um iberista, creio que seria algo “inconclusivamente” ofensivo, para com um intelectual que tenta reflectir sobre este tema da forma mais isenta possível, onde não há espaço para nacionalismos exacerbados. Daí que transcrevo as suas palavras:

“Para uma união ibérica de qualquer espécie, seja essa espécie qual for, três cousas são essenciais, e sem elas nada se poderá fazer, e antes de elas se fazerem é inútil pensar em qualquer aproximação. Essas três cousas são:

1º a abolição da monarquia em Espanha;

2º a separação final da península nas suas três nacionalidades essenciais – a Catalunha, Castela e as províncias que conseguiu submergir na sua personalidade, e o estado galaico-português.

É absolutamente impensável a solução do problema ibérico sem ser por uma federação; é impensável a federação com a constituição desigual, anti-natural, viciosa e falsa, dos estados ibéricos actuais.”

Pessoa formula o seu pensamento anos antes de acontecimentos históricos marcantes do século XX como a 1ª república e a guerra civil espanhola, o estado franquista, a revolução de Abril lusa e a transição para a democracia em Espanha, com um retorno “imposto” da monarquia. No entanto, o meu caro leitor nota a actualidade das suas premissas.

Segundo a minha óptica alguns pontos são mais possíveis de câmbio que outros. Vejamos.

1º Abolir a monarquia em Espanha. Creio que será algo inevitável, apesar da figura régia, por enquanto, reunir algum consenso entre os espanhóis, mas o reinado de Juan Carlos não será vitalício e um dia os espanhóis terão de eleger, entre si, se se identificam mais com uma monarquia ou com um sistema republicano. Símbolo por símbolo (rei ou presidente) creio que os espanhóis optarão por algo que não dependa de um direito de nascença.

2º Separação das nacionalidades ibéricas. Aqui Pessoa não contou com algo fundamental e com uma identidade cultural antiquíssima, impermeável durante séculos a influências culturais externas, o País Basco, que, quanto a mim, tem um peso tão importante quanto o estado catalão.

Apesar de uma génese comum, principalmente linguística, não acredito na ideia de um estado galaico-português, uma vez que, por diversas circunstâncias, a Galiza não tem um percurso paralelo com a identidade lusa, pois Portugal não é apenas a zona norte do Douro. Algo também muito interessante que poderá ser comum a Portugal e Galiza, após a sua formação enquanto entidades distintas, é a sua vocação emigrante, algo que poderá ser um factor interessante, muito baseado na sua “litoralidade atlântica”. Note-se que a comunidade galega, por exemplo, nos Estados Unidos, sempre esteve muito próxima da comunidade lusa. Aí está algo muito interessante que nunca se analisou em profundidade (pelo menos que eu saiba).

Por último, e aqui não poderia estar mais de acordo com a mundivisão de Pessoa, teria que existir uma constituição comum, justa, que não privilegiasse uns estados em detrimento de outros. Como sabemos é algo difícil, quase impossível para os que acreditam pouco na utopia, uma vez que as concentrações de riqueza são claramente díspares e não são uniformes, basta olhar para a actualidade e ver que não se trata de apenas nacionalismos… a economia é sempre mais forte.

Imagino como seria se existisse essa união ibéria. Provavelmente teríamos mais força política e económica no contexto da Europa, mas talvez teríamos ainda mais assimetrias regionais, com os eternos desfavorecidos, secos, desertificados, áridos, esquecidos… ocorrem-me regiões como o Alentejo, a Extremadura, a Andalucía… uma vez que a sua situação geográfica não é das mais favoráveis segundo a vontade de alguns políticos… enfim, estes contextos hipotéticos, os futuros alternativos, são apanágio das bandas desenhadas e talvez eu leia demasiado…

Agora sim, o derradeiro argumento, que me leva a não ter a minha postura rígida, imutável, e um tanto indecisa. Os “filhos” desta ibéria peculiar, o continente sul-americano repleto de “genes ibéricos” será uma extensão do que foi, é e será um pensamento ibero e, tudo isto, em dois idiomas, parecidos e de origem comum, o espanhol e o português.

Será isto um factor de união? Será que o facto de serem duas identidades fortíssimas, apesar de algo semelhantes, não será um elemento dissuasor de uma união do “lado de cá” do atlântico?

Acredito que são argumentos fortes neste mundo global e que tudo depende de vontades colectivas reais e não hipotéticas. De contextos harmoniosos e justos, estratégicos (principalmente no domínio humano e do desenvolvimento sustentável) e sociais, pois é difícil falar de uma união ibérica, cultural, quando a imigração para o sul da Europa, principalmente a africana (da qual fomos colonizadores), é uma realidade que tem alterado muitos dos conceitos que temos das entidades nacionais ibéricas.

Entretanto, eu continuo a tentar aprofundar a minha percepção da realidade, com a ajuda dos grandes, como Unamuno, Negreiros, Gómez de la Serna, ou o sereno Miguel Torga que, no centenário do seu nascimento, me ajuda com suas palavras para entender aquilo que vivo: “A minha humanidade tem agora as dimensões da península, com todas as contradições que a dilaceram harmonizadas”.

terça-feira, dezembro 11, 2007

Quem quer quentes e boas... quentinhas...

Na Praça da Figueira,
ou no Jardim da Estrela,
num fogareiro aceso é que ele arde.
Ao canto do Outono, à esquina do Inverno,
o homem das castanhas é eterno.
Não tem eira nem beira, nem guarida,
e apregoa como u
m desafio.

É um cartucho pardo a sua vida,
e, se não mata a fome, mata o frio.
Um carro que se empurra,
um chapéu esburacado,
no peito uma castanha que não arde.
Tem a chuva nos olhos e tem o ar cansado
o homem que apregoa ao fim da tarde.
Ao pé dum candeeiro acaba o dia,
voz rouca com o travo da pobreza.
Apregoa pedaços de alegria,
e à noite vai dormir com a tristeza.

Quem quer quentes e boas, quentinhas?
A estalarem cinzentas, na brasa.
Quem quer quentes e boas, quentinhas?
Quem compra leva mais calor p'ra casa.

A mágoa que transporta a miséria ambulante,
passeia na cidade o dia inteiro.
É como se empurrasse o Outono diante;
é como se empurrasse o nevoeiro.
Quem sabe a desventura do seu fado?
Quem olha para o homem das castanhas?
Nunca ninguém pensou que ali ao lado
ardem no fogareiro dores tamanhas.

Quem quer quentes e boas, quentinhas?
A estalarem cinzentas, na brasa.
Quem quer quentes e boas, quentinhas?
Quem compra leva mais amor p'ra casa.

Ary dos Santos

domingo, dezembro 09, 2007

Óbidos, la capital lusa de Navidad


En este puente he tenido la oportunidad de visitar el pueblo luso de Óbidos. Yo sólo conocía su costa, pero su castillo, con toda la animación típica de navidad, su tradición de “pueblo portugués de la navidad” con nieve, skis, duendes, Papá Noel, osos polares… todo esto en un clima muy ameno de confraternización y, curiosamente, de temperatura… he disfrutado cantidad y ¡espero volver para el próximo año!

terça-feira, dezembro 04, 2007

Há algum tempo num bonito dia em Lisboa


Eis a politica colorida movida pela imaginação, essa sim que deveria ser poder!!! Como num belo mês de Primavera de um ano com um número de conotações sexuais!

Martes de Cineclub...

En un pueblo minero de Gales viven los Norman, una familia orgullosa de ser todos mineros y de respetar las tradiciones y la unidad familiar. Pero la bajada de los salarios por su trabajo en la mina enfrentará al padre Norman con sus hijos, que ven en la unión sindical de todos los trabajadores la única manera de hacer frente a los patrones. El cabeza de familia, en cambio, no quiere oir hablar de socialismo ni sindicatos. La ganadora del Oscar a la mejor película del año 1941, venciendo a la mítica "Ciudadano Kane" (Citizen Kane), fue este magistral melodrama que narra la vida de una familia minera de Gales, vista bajo los ojos de su miembro más joven. Un bello canto a los valores familiares que arrancó el alma del best-seller de Richard Llewellyn. Muy sentimental pero me gustó y merece la pena verla, no nos olvidemos que tiene la batuta del maestro John Ford.

segunda-feira, dezembro 03, 2007

"Aguarela" Toquinho e Vinicius


"Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo
Corro o lápis em torno da mão e me dou uma luva
E se faço chover, com dois riscos tenho um guarda-chuva

Se um pinguinho de tinta cair num pedacinho azul do papel
Num instante imagino uma linda gaivota a voar no céu.
Vai voando, contornando a imensa curva norte e sul

Vou com ela viajando o Havaí, Pequim ou Istambul
Pinto um barco à vela branco navegando
é tanto céu e mar num beijo azul.

Entre as nuvens vem surgindo um lindo avião rosa e grená
Tudo em volta colorindo com suas luzes a piscar
Basta imaginar e ele está partindo, sereno e lindo
E se a gente quiser....... Ele vai pousar.

Numa folha qualquer eu desenho um navio de partida
Com alguns bons amigos, bebendo de bem com a vida
De uma América a outra eu consigo passar num segundo
giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo

Um menino caminha e caminhando chega no muro
e ali logo em frente a esperar pela gente o futuro está.
E o futuro é uma astronave que tentamos pilotar

Não tem tempo nem piedade, nem tem hora de chegar
Sem pedir licença muda nossa vida
e depois convida a rir ou chorar

Nessa estrada não nos cabe conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe bem ao certo onde vai dar
Vamos todos numa linda passarela
de uma aguarela que um dia em fim
Descolorirá....

Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo ... (que descolorirá)
e com cinco ou seis retas é facil fazer um castelo ... (que descolorirá)
Giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo.(e descolorirá)"

terça-feira, novembro 27, 2007

Saídas do Baú digital... a óptica do amigo Pedro Cuadrado



Há já algum tempo, pouco depois de ter o prazer de o conhecer, o meu amigo Pedro L. Cuadrado enviou-me umas fotos de um "Castelo de Vide" já esquecido... como a antiga "Casa dos Chapéus".
Hoje, no meio do meu "baú digital" encontrei estas fotografias que ele me "ofereceu" e tomei a liberdade de as partilhar com os demais leitores dos "senderos" (amigo, espero que não te importes!).
Sem dúvida, umas imagens que trazem boas recordações...

quarta-feira, novembro 21, 2007

De mãos vazias...

Quando me iniciei na blogosfera, há cerca de dois anos, criei um blog pessoal que se chamava "De Mãos Vazias" (ainda existe na rede mas não é actualizado há muito tempo). Nesse espaço publicava os textos que saiam no "Jornal de S.Brás" e as minhas divagações pessoais, como também "postava" as minhas primeiras fotografias...
Esta fotografia, apesar da má qualidade técnica e gráfica, foi tirada com o objectivo de "agarrar o sol" numa tarde solarenga em S. Pedro. Hoje, quando a encontrei no meu "baú digital", recordei-me da importância das "mãos vazias", de lutar com honestidade pelo aquilo que se acredita e, nesta divagação, também me lembrei das palavras que mais me marcaram de um escritor popular, que muita gente crê ser um autor menor (não entro em discussões literárias, pois estou farto de ver gente reger-se única e exclusivamente pelos críticos, e eu posso gostar de algumas coisas da sua obra sem me identificar com tudo o que faz), Paulo Coelho:
"Quando uma pessoas deseja realmente algo, o universo inteiro conspira para que possa realizar o seu sonho. Basta aprender a ouvir o que diz o coração e decifrar uma linguagem para além das palavras, a que mostra aquilo que os olhos não podem ver".
Não sei porque me lembrei destas palavras, uma vez que pouco têm que ver com as "mãos vazias", mas não faz mal... o importante é sentir algo quando vejo uma fotografia (por mais tosca que seja...).

Fallece Fernando Fernán Gómez


"Fernán Gómez ha sido una de las grandes figuras españolas de la escena y el celuloide, un gigante de la cultura. Miembro de la Real Academia Española –donde ocupaba el sillón B- ha recibido, entre otros galardones, el premio Príncipe de Asturias de las Artes, los Premios Nacionales de Cine y Teatro, la Medalla de Oro de la Academia de Cine y cinco Goyas, la máxima cantidad de estos galardones acumulados por ninguna otra figura del cine español.
Fernando Fernán Gómez nació el 28 de agosto de 1921 en Lima, durante una gira que realizaba por Latinoamérica su madre, la actriz Carola Fernán-Gómez, y fue inscrito en el consulado de Buenos Aires, por lo que conservó la nacionalidad argentina hasta 1984, cuando se nacionalizó español.
Protagonista de casi 200 películas, director de más de una veintena, escritor y académico de la Lengua, en su filmografía figuran títulos como Botón de ancla, El inquilino, La venganza de Don Mendo, Ninette y un señor de Murcia, El espíritu de la colmena, Mamá cumple cien años, La colmena, Esquilache, Belle Epoque, El abuelo, Todo sobre mi madre, La lengua de las mariposas y Tiovivo c. 1950."

Pesca em Mutolo

Esta fotografia, que retrata "as gentes" de Moçambique, cortesia da amiga Vanda Barnabé, remete-nos para as lides, mais que artesanais deste povo africano. Eis um verdadeiro "retrato do trabalho"!

A Arena de Évora com "Otros Aires"... pena que "olian fatal"...


No Sábado passado, a cidade, património mundial da Unesco, foi palco de um espectáculo interessante, mas claramente mal-organizado em diversos pontos.
Apesar de ser um espectáculo pouco vulgar e de temática interessante (tango "new age", desculpem o atrevimento!) teve uma divulgação claramente bem conseguída, o que levou ao que alguns chamavam de "publicidade enganosa". Isto porquê?
Porque as pessoas, os vulgares espectadores, pensavam que iam ver um espectáculo centrado em bailarinos de tango, no entanto, o espectáculo centrava-se na banda "Otros Aires" que, por certo, é bastante interessante... mas bailarinos apenas quatro e não os seis que anunciava o programa.
A par disso, e também dos 12€ que tivemos que pagar, houve clara deficiências técnicas (luz e som) que não beneficiaram nada nem ninguém, também a organização não teve sensibilidade para ver que o número, considerável, de espectadores (cerca de 3000 pelo que me foi dito e creio ter visto) deveriam ter sido colocados em frente dos artistas (pobres artistas, como imagino a sua frustração!) na arena e nas bancadas centrais, ao invés que que se passou, pois houve gente sentada por detrás das colunas laterais do palco (que só à terceira actuação viu as luzes da sua retaguarda apagadas para possibilitar um pouco mais de ambiente à actuação, uma vez que houve pouco ou quase nenhum...). Logo a interacção com os artistas foi "zero"!
Devo salientar que, apesar da má qualidade do evento (culpa óbvia dos promotores e não dos artistas), fiquei bastante satisfeito em ver gente de todas as idades e meios culturais motivadas para participar numa actividade cultural como esta. Apesar do fracasso, espero que esta atitude se mantenha e que os eborenses possam desfrutar daquele espaço que pode ser um motor para a difusão da cultura no Alentejo.
À organização (e a quem apoiou esta iniciativa e tem responsabilidades públicas, como a Câmara Municipal de Évora) fica a mensagem, mais vale fazer coisas mais pequenas, práticas e possíveis, em vez de megalomanias de má qualidade que enchem os bolsos de "sabe Deus quem"... Espero, como eborense e alentejano, que se aprenda com os erros, pois para a próxima vou pedir o dinheiro do bilhete (talvez já o devesse ter pedido!).

segunda-feira, novembro 19, 2007

Com a benção de Cesário Verde...


Nas nossas ruas, ao amanhecer,
Há tal claridade, há tal natural alegria,
Que as sombras, os enquadres, as folhas, a poesia...
Despertam-me um real desejo de viver

O movimento, harmonioso na sua lentidão,
coreografa as árvores num bailado
em que retiram aos ventos a solidão
de um eterno e nostálgico passado

Eu apenas corro, percorro, morros
subo numa rotineira, mas livre, cadência.
Os demais, numa indiferente perspectiva

Passam e não se pasmam com cronos,
com a aparente independência
de um corpo e uma mente viva.

quinta-feira, novembro 15, 2007

Socialismo, Cristianismo, Marxismo... enfim ismos e humor...

Fidel Castro recuperou da doença e com muita ajuda lá foi discursar para
mais de um milhão de cubanos na praça da revolução quando surgiu uma luz
vinda do céu que se aproximou de Fidel.
Era Jesus Cristo.

Fidel ajoelhou-se e pediu-lhe perdão por ter duvidado da sua existência
devido ao Marxismo.

Jesus segredou algo ao ouvido de Fidel que se dirigiu ao microfone e disse
ao público:

- Camaradas de revolução. Jesus Cristo sempre existe e quer dizer-lhes algo.

Então Jesus pegou no microfone e disse:

- Povo de Cuba, este homem com uma barba igual à minha, não vos deu o pão do
conhecimento igual ao meu?

E o povo exclamou:

- Sssiiiiiiiiiiiiiiiiii....

Jesus disse:

- É certo que eu multipliquei o pão para matar a fome aos pobres! Não é
verdade que este homem inventou as senhas racionadas para matar a fome dos
pobres cubanos?

E o povo lá gritou:

- Sssiiiiiiiiiiiiiiiiii....

Jesus disse:

E não é verdade que este homem construiu hospitais e clínicas para curar os
pobres como eu os curei com milagres?

E o povo entusiasmado gritou:

- Sssiiiiiiiiiiiiiiiiii....

Jesus disse:

E não é verdade que este homem espalhou educação e conhecimento imposto ao
povo, como eduquei os meus apóstolos?

E o povo excitado bramava:

- Sssiiiiiiiiiiiiiiiiii....

Jesus disse:

- E não é verdade que sofreu muitas traições de camaradas de Miami, como eu
sofri a traição de Judas?

E o povo cada vez mais frenético, lá gritou:

- Sssiiiiiiiiiiiiiiiiii....

Então Jesus gritou:

Então de que estão à espera para crucificarem este gajo?

terça-feira, novembro 13, 2007

A propósito de saudade...


Publicado como comentário pessoal no blog "Lusofilia" a propósito de uma citação publicada pelo amigo Pedro Cuadrado (com pequenas alterações, pois houve tempo para fazer uma revisão).

A saudade é algo que pouca gente sabe explicar (para mim quem a explica melhor é Teixeira de Pascoaes), eu, muito menos...
Há quem fale, não de nostalgia, mas sim, de saudades do futuro, de um porvir, de um "quinto império" luso (será que não tivemos já colonialismo suficiente?)...
Eu apenas creio que, se isso de saudade é mesmo genético, manifesta-se no amor que temos ao que nos rodeia, seja o que for e em que sítio for... como diz a canção dos "Trovante": "Há sempre alguém que nos diz tem cuidado, há sempre alguém que nos faz pensar um pouco, há sempre alguém que nos faz falta...ai, saudade".
No entanto, identifico-me mais com uma canção dos "Delfins", a "Marcha dos Desalinhados":
"Eu não quero ficar parado fico velho
vou marchar até ao fim
isolado

Nesta marcha solitária
dou o corpo ao avançar
neste campo aberto ao céu

Ninguém sabe
para onde eu vou
ninguém manda
em quem eu sou
sem cor nem deus nem fado
eu estou desalinhado

Por tudo o que lutei
ser sincero
por tanto que arrisquei
ainda espero

Esta marcha imaginária
quantas baixas vai deixar

neste sonho desperto?"

Será que a saudade é o motor e alma de um conceito denominado Portugal, ou o calcanhar de Aquiles que não o deixa avançar enquanto colectivo?

Martes de Cineclub


Ahora que se habla tanto de memoria histórica, se beatifican mártires, se intenta trasladar Franco desde el Valle de los Caídos y se acerca el 20 de Noviembre en que ha muerto el caudillo, yo tuve el placer de disfrutar y reírme cantidad con una película llamada “La Vaquilla”. Por momentos no hubo dos bandas (¡los uniformes no sirven cuando todos se desnudan!), no hubo republicanos o falangistas, sólo cinco tontos con un plan raro de raptar una vaca durante la Guerra Civil Española.

Aurea Mediocritas


Hoje, durante a tarde, após fazer as minhas tarefas domésticas (sabem como é a loiça, a roupa, aspirar os pêlos do gato, ouvir o "telediario"...), decidi ir correr pelos campos que circundam o local onde vivo.
A páginas tantas, já cansado, suado como o animal mais parecido ao homem, e com já alguns minutos em cima das minhas pernas, dou por mim a estirar os músculos junto a um burro a pastar e um par de bezerros que ainda mamam nas suas progenitoras... tal cenário não me é estranho, cresci com um pé na cidade e no campo, mas, por vezes, esqueço-me de valorizá-lo. Isto é, reconhecer que existe valor em muitas das coisas que nos rodeiam, mas que nem sempre temos discernimento para encontrar o seu devido.
Foi nesse momento único de paz que me recordei de um conceito que conheci quando comecei a dar os meus primeiros passos no mundo do estudo da literatura, o conceito de Aurea Mediocritas.
Esta designação latina, que podemos encontrar numa das Odes (II, 10, 5) de Horácio, expressa a ideia de que só é feliz e vive tranquilamente quem se contenta com pouco ou com aquilo que tem sem aspirar a mais. Para mim não é uma apologia contra a ambição (uma vez que a ambição, desde que não seja desmedida, é sempre algo positivo), mas algo que nos remete para o
carácter efémero da vida, do prazer, e de tudo o que pensamos ser imutável. Para mim, tudo se resume a constantes lições de humildade que te vão ajudando no dia-a-diana e te fazem pensar que é no aqui, no agora, que podemos desfrutar de tudo o que nos é prometido no paraíso das religiões... de momento creio que esta filosofia é extremamente vantajosa para que possamos alcançar aquilo que denominam de felicidade.

segunda-feira, novembro 12, 2007

"Ultramarathon Man"


Já li o livro e, para quem gosta de desporto e de desafios, recomendo com bastante entusiasmo. Uma curiosidade, para além da personalidade peculiar deste corredor (Dean Karanazes) de origem grega, a tradução para língua portuguesa foi feita por um nome bastante interessante da cultura contemporânea portuguesa, o multifacetado Rui Zink. "Mens sana en corpore sano" é uma máxima que este corredor leva ao extremo... ao ponto de "mens insana...". Vale a pena a sua partilha da experiência.

quinta-feira, novembro 08, 2007

Lions for Lambs


Quem sabe se é a independências dos artistas em relação aos grandes estúdios? Cruise ressuscitou a United Artists e produziu este filme sob a batuta do já mais que consagrado Robert Redford... Tudo isto com a presença da grande Meryl Streep!
Vamos ver que tipo de filme temos. Para mim uma coisa é certa, o cinema norte-americano não é apanágio exclusivo de pacóvios e "rednecks", também existem grandes obras e, pelo tema e pelos intervenientes, espero que esta não me desaponte.
Para quando a sua estreia em Portugal?

Altruísmo e nada mais...

Já há algum tempo que eu queria escrever sobre o trabalho desta minha amiga, mas ainda não era o momento adequado (principalmente porque ainda não tinha fotografias para ilustrar o "post").
Hoje o dia foi cansativo, muito trabalho académico e um ritmo um pouco acelerado misturado com um sentimento de incapacidade e insegurança (por aqui atacam-se professores com "cuchillos jamoneros" e, na Finlândia, um jovem mata a tiro os seus colegas e uma professora), apesar de não ser professor numa "zona de guerra"! Enfim, em dias de sentimentos estranhos há sempre algo que, se tivermos vontade de ver, pode ser positivo. Eis aqui onde entra a minha amiga de infância (e companheira de "peregrinações" que nunca esquecerei) Vanda Barnabé. Ela, actualmente, apesar de estar longe, em África, na costa oriental, na antiga colónia portuguesa Moçambique, tem sempre a atenção e simpatia de nos manter informados do seu dia-a-dia único e esperançoso nesta humanidade que muitos esquecem. A Vanda, enfermeira de profissão e vocação, há tempos disse para si mesma:
- Quero fazer algo mais! Algo pelos outros!
E, sem dúvida, fez, faz e acredito que continuará a fazer! Apesar do mundo moderno pensar que já não existe, a lepra continua a assolar a vida de muitos neste continente pobre e explorado desde há muitos séculos, a par da Sida e de outras doenças. O papel da minha amiga, como podem ver nas fotografias, é fundamental como enfermeira voluntária da Associação Raul Foulerau (creio que se escreve assim)quer nos cuidados de saúde, quer na prevenção.
Esta experiência, enquanto amigo, enche-me de orgulho e faz-me pensar que ainda há muito por fazer e que, se quisermos, talvez possamos fazer algo que ajude muita gente! É preciso acreditar, tentar encontrar um sentido no que fazemos e eu, enquanto educador e ser humano, para além de treinar artes marciais, para juntar ao currículo de docente (notem a ironia!) tento dar um exemplo positivo. Se sou bem sucedido ou não, não sei. Uma coisa é certa, por enquanto vou tendo a minha consciência tranquila e vejo exemplos de alunos que me dão "ganas" de tentar fazer mais e melhor.

Por isso, amiga Vanda, apesar de estares longe, obrigado pelo teu exemplo, obrigado pela tua humanidade e um grande bem-haja pelo que fazes por todos nós!

terça-feira, novembro 06, 2007

Martes de Cineclub



Un buen rato, sin duda, lo peor es que creo que voy a soñar con la banda sonora... Hitchcock fue un maestro y supo siempre utilizar todos los recursos para hacer películas que no olvidaremos.... Jimmy Stewart en su mejor… y qué pena la monja… pero no os cuento más, mejor que la vean!
!Hasta mañana!

segunda-feira, novembro 05, 2007

“Litoralidad”

Hace un rato que he sentido una profunda tristeza por la muerte trágica de un grupo de ancianos en las carreteras portuguesas… debo decir que ese sentimiento ha sido algo muy próximo, pues el accidente ha sido muy cerca de la frontera de esta raya que tanto quiero… en eses momentos vuelvo a lo que más paz me trae, a un sentimiento que siempre tengo como algo luso, esa extraña añoranza del litoral, al síndrome de “litoralidad”… qué la mar traiga harmonía a una noche que apagó algunas centellas de vida…

quarta-feira, outubro 31, 2007

"Fados" de Carlos Saura


Confesso que, como português que sou, tenho uma relação de amor-ódio com aquela que dizem que é a nossa canção nacional. Talvez por, desde sempre, ter entendido o fado como sinónimo de tristeza melancólica, hereditária, castradora e com um eco eterno. Entendia esta canção como um símbolo da nossa mediocridade nacional e não como uma expressão de raízes extremamente variadas e riquíssimas. Devo admitir que isto devia-se a pura e redundante ignorância.
Ao aperceber-me deste universo musical vasto e de influências múltiplas, embrenhei-me em conhecer um pouco mais deste tipo de música e pude descobri que as novas gerações de fadistas apresentam-nos fados totalmente distintos do que estamos habituados. Mariza, para além de embaixadora da língua portuguesa através da "world music", reintroduziu o fado da Mouraria, bastante mais alegre e popular que o fado de outros autores e, como podemos comprovar com a banda sonora do filme de Carlos Saura, o fado também se transfigura em outros estilos e viaja de continente em continente... É um autêntico prazer desfrutar ao som do "fado batido" da Brigada Victor Jara, ou mais tradicional, "Um Homem na Cidade" na voz suave, sem esforço, sem o "esganiço" tipo fadista marialva, do grande Carlos do Carmo... tudo isto através do prisma de um "hermano del otro lado del rio Guadinana".
Enfim, já fiz as pazes com o fado e talvez já consiga sentir um pouco mais este peculiar destino luso (ou quem sabe ibérico?).

Corrupção


O novo filme de João Botelho está a chegar e eu estou com imensa curiosidade em assistir ao filme, pois retrata a vida pessoal do presidente do FCP, baseado no livro "Eu, Carolina". Tou mesmo maravilhado por ver que, de facto, o presidente do Porto consegue mobilizar os portugueses para o cinema. O que as pessoas gostam de ver são os big brothers e é isso que este filme retrata, a vida íntima de Pinto da Costa. Tou mesmo a ver os comentários jocosos que se irão ouvir no cinema, mas ainda bem, pois só demonstra a grandiosidade de Pinto da Costa. Nada melhor que bisbilhotar a vida privada de um famoso para se fazer um filme que irá ser campeão de bilheteiras. Eu vou ver o filme e no final vou sentir-me honrado por ter um presidente deste gabarito no meu clube!

terça-feira, outubro 30, 2007

La oración del ateo


Oye mi ruego Tú, Dios que no existes, y en tu nada recoge estas mis quejas, Tú que a los pobres hombres nunca dejas sin consuelo de engaño. No resistes a nuestro ruego y nuestro anhelo vistes. Cuando Tú de mi mente más te alejas, más recuerdo las plácidas consejas con que mi ama endulzóme noches tristes. ¡Qué grande eres, mi Dios! Eres tan grande que no eres sino Idea; es muy angosta la realidad por mucho que se expande para abarcarte. Sufro yo a tu costa, Dios no existente, pues si Tú existieras existiría yo también de veras.

Miguel de Unamuno