quinta-feira, outubro 29, 2020
terça-feira, outubro 27, 2020
segunda-feira, outubro 19, 2020
Variantes do português...
Um aluno inquisidor perguntou-me (e bem) qual é a variante do português que lhe estou a ensinar, ao que eu respondi:
- Português europeu!
Acho que ficou convencido e até soube interpretar com alguma convicção o meu papel. No entanto, menti-lhe. Actualmente, a variante da língua que lhe estou a transmitir é só uma:
- O português de máscara, com sotaque azul da Modalfa. Apesar de, às vezes, acusar influências dialectais KN95...
Só separado da fechadura, o buraco consegue...
Só separado da fechadura, é que o buraco consegue aperceber-se de quão profunda pode ser a sua natureza.
sábado, outubro 17, 2020
sexta-feira, outubro 16, 2020
Uma citação de Jean Paul
Fotografia de Mac Zeug
Um rosto sem rugas é uma folha de papel em que não há nada escrito.
Jean Paul
Jean Paul (1763 - 1825), pseudônimo de Johann Paul Friedrich Richter, foi um escritor romântico alemão muito admirado na sua época. A modificação que fez no seu nome deveu-se à admiração que sentia por Jean-Jacques Rousseau.
O que ele escreveu em alemão foi isto: „Ein Gesicht ohne Falten ist ein Blatt Papier, auf dem nichts geschrieben ist.“
quinta-feira, outubro 15, 2020
quarta-feira, outubro 14, 2020
Circular: Festas em honra de Nossa Senhora das Brotas (Brotas, Agosto de 1960)
Num antigo álbum (que pertenceu a uma tia-avó minha) encontrei esta circular das festas em honra de Nossa Senhora das Brotas do ano de 1960. Publico-a com a esperança deste documento histórico honrar a memória daquela localidade alentejana, tal como parte do passado da minha família que habitou no Monte das Águias, onde se pode encontrar esse património manuelino que é a Torre das Águias.
terça-feira, outubro 13, 2020
Diário sem vontade de ser escrito.
Escrevo sem vontade. Há algum tempo que, à parte do trabalho que tenho em mãos, nada escrevo, nem sequer apontamentos...
Vou fazendo listas para não me esquecer do que tenho de fazer e assim organizar-me nestes dias tão carregados de incerteza.
Porém, hoje tenho de escrever. Tenho de deixar por escrito que o que anda lá por fora já afecta gente próxima, gente prudente, gente boa. O coronavírus já infectou bons amigos, levou familiares de gente que estimo para os Cuidados Intensivos e já matou um conhecido relativamente jovem.
Se estou muito preocupado com a minha segurança, a verdade é que não estou. Mas vejo demasiada falta de humanidades, demasiada falta de respeito por o bem-comum, demasiado eu e pouco outros.
Não sou capaz de abandonar este lugar-comum e, por isso, sinto que, para além destes que estimo serem hoje aqui lembrados, não vale a pena escrever.
segunda-feira, outubro 12, 2020
domingo, outubro 11, 2020
sexta-feira, outubro 09, 2020
quarta-feira, outubro 07, 2020
Um conto tradicional: Não me cortes o cabelo
Uma versão de um conto tradicional português, Não me cortes o cabelo, contada por Luís Correia Carmelo no evento "Contos da Lua Cheia", organizado pela TRIMAGISTO em Évora, Biblioteca Municipal.
Memória média
Memória média
domingo, outubro 04, 2020
sábado, outubro 03, 2020
Paulo Leminski - "Nunca sei ao certo...."
Obra de Vanessa Neubar
Nunca sei ao certo
se sou um menino de dúvidas
ou um homem de fé
certezas o vento leva
só dúvidas ficam de pé
vazio agudo
ando meio
cheio de tudo
Paulo Leminski
sexta-feira, outubro 02, 2020
A menina e a figueira
Fotografia de Eylül Aslan
Em Discontos de fadas encontrei esta história:
A menina e a figueira
Era uma vez, um senhor viúvo, que tinha uma filha muito bonita, com os cabelos longos e da cor do ouro. Sua mãe em vida, penteava e cuidava dos seus cabelos como se realmente fossem fios de ouro.
Na vizinhança morava uma moça que queria se casar com o pai da menina e, por isso, fazia-lhe tantos agrados, que ela chegou ao pai e lhe disse:
- Meu pai, por que você não se casa com a vizinha? Ela é tão boa para mim! Todos os dias quando vou a sua casa, ela me dá pão com mel.
- Minha filha, quando ela se casar comigo, lhe dará pão com fel.
Mas a menina não acreditava, e tais agrados a moça lhe fez que o pai acabou se casando com ela.
Depois do casamento, a madrasta começou a maltratar a menina, castigando-a pela falta mais insignificante.
O marido tinha no jardim uma enorme figueira, e a pequena era obrigada a vigiá-la o dia todo, para que os passarinhos - seus amigos - não comessem os figos e quando isto acontecia, a madrasta batia-lhe sem piedade.
Aconteceu, um dia, que os pássaros comeram os figos, e tendo viajado o marido, a madrasta enterrou a menina num capinzal que havia no jardim.
No dia seguinte, o marido chegou e procurou a filha; a madrasta disse-lhe que havia desaparecido.
Mais tarde, o jardineiro foi cortar capim para dar ao cavalo e ao passar a foice no capim, ouviu este canto triste e se pôs a escutar:
Jardineiro de meu pai
Não me corte os meus cabelos,
Minha mãe me penteou,
minha madrasta me enterrou,
Pelos figos da figueira
que o passarinho bicou.
Xô passarinho, xô passarinho,
da figueira de meu pai.
Então o jardineiro foi contar ao patrão o que acabara de ouvir. Este foi ao capinzal, mandou o jardineiro passar a foice no capim, e novamente ouviram o canto. Reconhecendo a voz da filha, mandou o jardineiro cavar a terra e, encontrando a menina ainda com vida, levou-a para casa. Botou a mulher para fora e não quis mais saber dela ficando só com a filha.
Era uma vez a vaca Vitória. Caiu no buraco; depois vem outra história...
Débora Kikuti, 40 anos, contadora de histórias.