terça-feira, outubro 27, 2020

segunda-feira, outubro 19, 2020

Variantes do português...

Um aluno inquisidor perguntou-me (e bem) qual é a variante do português que lhe estou a ensinar, ao que eu respondi:
- Português europeu!
Acho que ficou convencido e até soube interpretar com alguma convicção o meu papel. No entanto, menti-lhe. Actualmente, a variante da língua que lhe estou a transmitir é só uma:
- O português de máscara, com sotaque azul da Modalfa. Apesar de, às vezes, acusar influências dialectais KN95...



Só separado da fechadura, o buraco consegue...

Só separado da fechadura,  é que o buraco consegue aperceber-se de quão profunda pode ser a sua natureza.

sábado, outubro 17, 2020

Alice Albuquerque



Alice Alburquerque -Brasileirinha - Feira de São Joaquim., 2006. Salvador










sexta-feira, outubro 16, 2020

Uma citação de Jean Paul


Fotografia de Mac Zeug

Um rosto sem rugas é uma folha de papel em que não há nada escrito.

Jean Paul


Jean Paul (1763 - 1825), pseudônimo de Johann Paul Friedrich Richter, foi um escritor romântico alemão muito admirado na sua época. A modificação que fez no seu nome deveu-se à admiração que sentia por Jean-Jacques Rousseau.

O que ele escreveu em alemão foi isto: „Ein Gesicht ohne Falten ist ein Blatt Papier, auf dem nichts geschrieben ist.“


quarta-feira, outubro 14, 2020

Circular: Festas em honra de Nossa Senhora das Brotas (Brotas, Agosto de 1960)

Num antigo álbum (que pertenceu a uma tia-avó minha) encontrei esta circular das festas em honra de Nossa Senhora das Brotas do ano de 1960. Publico-a com a esperança deste documento histórico honrar a memória daquela localidade alentejana, tal como parte do passado da minha família que habitou no Monte das Águias, onde se pode encontrar esse património manuelino que é a Torre das Águias.

 

terça-feira, outubro 13, 2020

Diário sem vontade de ser escrito.

Escrevo sem vontade. Há algum tempo que, à parte do trabalho que tenho em mãos, nada escrevo, nem sequer apontamentos...
Vou fazendo listas para não me esquecer do que tenho de fazer e assim organizar-me nestes dias tão carregados de incerteza.
Porém, hoje tenho de escrever. Tenho de deixar por escrito que o que anda lá por fora já afecta gente próxima, gente prudente, gente boa. O coronavírus já infectou bons amigos, levou familiares de gente que estimo para os Cuidados Intensivos e já matou um conhecido relativamente jovem. 
Se estou muito preocupado com a minha segurança, a verdade é que não estou. Mas vejo demasiada falta de humanidades, demasiada falta de respeito por o bem-comum, demasiado eu e pouco outros. 
Não sou capaz de abandonar este lugar-comum e, por isso, sinto que, para além destes que estimo serem hoje aqui lembrados, não vale a pena escrever.

sexta-feira, outubro 09, 2020

quarta-feira, outubro 07, 2020

Um conto tradicional: Não me cortes o cabelo



Uma versão de um conto tradicional português, Não me cortes o cabelo, contada por Luís Correia Carmelo no evento "Contos da Lua Cheia", organizado pela TRIMAGISTO em Évora, Biblioteca Municipal.


Memória média



sábado, outubro 03, 2020

Paulo Leminski - "Nunca sei ao certo...."

 

Obra de Vanessa Neubar

 

Nunca sei ao certo
se sou um menino de dúvidas
ou um homem de fé
certezas o vento leva
só dúvidas ficam de pé

vazio agudo
ando meio
cheio de tudo

Paulo Leminski



sexta-feira, outubro 02, 2020

A menina e a figueira

Fotografia de Eylül Aslan


Em Discontos de fadas encontrei esta história:

A menina e a figueira

Era uma vez, um senhor viúvo, que tinha uma filha muito bonita, com os cabelos longos e da cor do ouro. Sua mãe em vida, penteava e cuidava dos seus cabelos como se realmente fossem fios de ouro.

Na vizinhança morava uma moça que queria se casar com o pai da menina e, por isso, fazia-lhe tantos agrados, que ela chegou ao pai e lhe disse:

- Meu pai, por que você não se casa com a vizinha? Ela é tão boa para mim! Todos os dias quando vou a sua casa, ela me dá pão com mel.

- Minha filha, quando ela se casar comigo, lhe dará pão com fel.

Mas a menina não acreditava, e tais agrados a moça lhe fez que o pai acabou se casando com ela.

Depois do casamento, a madrasta começou a maltratar a menina, castigando-a pela falta mais insignificante.

O marido tinha no jardim uma enorme figueira, e a pequena era obrigada a vigiá-la o dia todo, para que os passarinhos - seus amigos - não comessem os figos e quando isto acontecia, a madrasta batia-lhe sem piedade.

Aconteceu, um dia, que os pássaros comeram os figos, e tendo viajado o marido, a madrasta enterrou a menina num capinzal que havia no jardim.

No dia seguinte, o marido chegou e procurou a filha; a madrasta disse-lhe que havia desaparecido.

Mais tarde, o jardineiro foi cortar capim para dar ao cavalo e ao passar a foice no capim, ouviu este canto triste e se pôs a escutar:

Jardineiro de meu pai
Não me corte os meus cabelos,
Minha mãe me penteou,
minha madrasta me enterrou,
Pelos figos da figueira
que o passarinho bicou.
Xô passarinho, xô passarinho,
da figueira de meu pai.


Então o jardineiro foi contar ao patrão o que acabara de ouvir. Este foi ao capinzal, mandou o jardineiro passar a foice no capim, e novamente ouviram o canto. Reconhecendo a voz da filha, mandou o jardineiro cavar a terra e, encontrando a menina ainda com vida, levou-a para casa. Botou a mulher para fora e não quis mais saber dela ficando só com a filha.

Era uma vez a vaca Vitória. Caiu no buraco; depois vem outra história...

Débora Kikuti, 40 anos, contadora de histórias.



Bicicleta a mais, carro a menos

 

 

Fotografia de Biiia Muller, Algum dia em Curitiba.