domingo, dezembro 17, 2006

300

Quando estudei História da Pedagogia e da Educação (uma cadeira que achei fascinante), recordo-me de ter um sentimento amor-ódio com o tipo de educação preconizado pela cidade-estado da antiguidade clássica, Esparta. A educação para a guerra e para a submissão ao totalitarismo do estado, nada que eu despreze mais, mas também o teor físico e marcial que poderá ser proveitoso na educação dos jovens. Perece uma contradição, mas não é. Principalmente para os estudiosos das filosofias marciais.
No entanto, não é sobre essa dicotomia, provocada por um sentimento que tenho perante a história, que quero reflectir. Frank Miller, conhecido autor de BD (com especial destaque para a série "Sin City"), elaborou uma obra da nona arte baseada num acontecimento da antiguidade que é uma mostra de heroísmo guerreiro e estratégia militar. Trata-se de uma adaptação, de extrema qualidade, da batalha de Termópilas. Esparta foi fundamental neste conflito, rezando a lenda que foram 300 espartanos que detiveram os avanços Persas sob o comando de Leónidas.
A "graphic novel", galardoada em vários festivais, é uma obra digna dos feitos da Antiguidade e, apesar de não me identificar com este tipo de organização educativa e estatal, perco-me na glória destes 300 guerreiros que a história não esqueceu.
Está para breve uma adaptação cinematográfica, pode ser que não se perca a essência da obra. Em Portugal está editada pela Norma Editorial, bem conhecida dos bedéfilos espanhóis.

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