O Vaticano aponta a reforma agrária e o favorecimento das populações rurais como a solução para a crise alimentar, noticiou hoje a agência católica Ecclesia.
A posição foi manifestada pelo Conselho Pontifício Justiça e Paz, numa nota, por ocasião da cimeira sobre segurança alimentar da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), em Roma (Itália).
"A questão da reforma agrária nos países em vias de desenvolvimento não pode ser descurada, para que se confira a propriedade da terra aos cidadãos e se favoreça assim o uso de milhares de hectares de terra cultivável", refere a nota, citada pela Ecclesia.
A Santa Sé considera que a escalada dos preços dos bens alimentares "poderia transformar-se numa oportunidade de crescimento para os países mais pobres do mundo", desde que as nações mais ricas se empenhem no seu "desenvolvimento agrícola".
O Conselho Pontifício Justiça e Paz revelou-se igualmente preocupado com a eventual redução da área de cultivo face à produção de biocombustíveis.
"Não se pode pensar em diminuir a quantidade de produtos agrícolas destinados ao mercado de alimentos, ou às reservas de emergência, a favor de outros fins que, mesmo se pertinentes, não satisfazem um direito fundamental como o da alimentação", assinala a nota.
O Vaticano lamenta ainda a especulação financeira sobre as matérias-primas, pedindo a "regulação" de preços.
Não poderia estar mais de acordo. No entanto é curioso ver uma intituição, com um ex-SS à frente, a ter um discurso que nos remete para o comunismo, para a repartição igualitária e sustentável da terra. Eu junto mais um detalhe. Com medidas deste tipo, talvez possamos pôr o interior de alguns países novamente nas agendas políticas de muitos países. É óbvio que as grandes urbes não podem viver sem o pão nosso de cada dia e vão buscá-lo à padaria típica do interior que tantas vezes esquecem.
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