quarta-feira, setembro 17, 2008

Em que ponto estamos?

Ontem estava a ler o jornal ABC quando me deparei com uma crónica interessantíssima sobre o que se passa na nossa actualidade global e económica. Em tom de introdução o cronista dizia que um amigo seu diz, com rasgos de humor, que Wall Street tem enormes arranha-céus para que, quando há crises e consequentes “crashs”, existam suficientes janelas para aquela malta capitalista poder dar o derradeiro salto mortal.

Felizmente, não foi isso que aconteceu com a falência do já centenário “Lehman Brothers”. O que vimos através dos media foi uma imagem tipicamente americana do ex-empregado a abandonar o seu antigo local de trabalho munido das tão simbólicas caixas de papelão.

Há quem diga que a história tende a repetir-se e, como essa disciplina fascinante nos ensina, já tivemos duas crises financeiras, curiosamente, nos meses de Outubro de 1929 e, anos mais tarde, em 1987. Por enquanto ainda estamos na segunda metade do mês de Setembro e já não se falam de prenúncios, fala-se abertamente de crise financeira, faliu o “Lehman Brothers”, o estado americano teve de intervir na “AIG” e, apesar da crise com o leite em pó, a China tem todas as condições para se impor ainda mais como o verdadeiro “gigante asiático” e fazer, como vi num cartoon, uma “OPA”, à maneira do “Ti Belmiro”, à economia ocidental, em particular aos EUA.

Qual será a saída? Teremos uma nova mudança de paradigma? Imergirá uma nova potência? Teremos mais climas de guerra fria? Lá por terras russas as coisas não andam muito bem e uma Sr. Condoleezza “Arroz” já afirmou que a Rússia está votada a “isolamento e irrelevância”… Não sei se já pensou que este país (com todo o seu passado) faz parte das novas economias emergente, as ditas BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China)?

O que é certo é que o cinema já não é mudo, que já não se dança o “fox trott” (prefere-se o Hip Hop), e de loucos estes anos continuam com o consumismo que chegou bem mais tarde a outros países que não os EUA.

Não sou economista, estou longe de poder apresentar soluções, no entanto, e se a história não me engana, este tipo de crises são muito propícias para que, a pouco e pouco, nos comecem a tirar a liberdade e, nós, cidadãos, simplesmente aplaudimos…

Por enquanto ainda é possível olhar para trás e aprender com os erros, mas parece-me que as tão simbólicas caixas de papelão, que antes mencionei, ainda podem ser úteis para algum recém-tornado sem-abrigo.

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