quarta-feira, março 18, 2009

“O carácter de um homem é o seu destino”


Hoje foi um dia longo, de muito trabalho, responsabilidades, percalços e coisas também positivas. Tenho uma profissão eminentemente humana e emocional num mundo burocratizado e descredibilizado, tento não trazê-la sempre para casa, para a minha vida pós-laboral, mas isso nem sempre me é possível. Hoje foi um desses dias.
Após uma reflexão, tentar identificar o que falhou, onde não estou a ser efectivo, o que posso melhorar, não cheguei a uma resposta evidente. Se há algo a melhorar, haverá sempre, mas nem sempre está tudo nas nossas mãos, mesmo que tentemos controlar tudo, nunca o conseguiremos, essa é a faculdade que nos distingue do Olimpo das religiões e que nos faz cair em locais que ficaram para a história como Columbine, Beslan, Finlândia e, há pouco, na Alemanha.
Cheguei a essa conclusão após um e-mail de um amigo, um amigo que passou pela minha vida numa fase em que me iniciava nesta minha vida laboral e que, apesar da mudança de papéis, tive o prazer de guardar. Trata-se do Daniel (agora colaborador dos “Senderos”), com quem pude partilhar algumas coisas que a minha escassa experiência me permitia partilhar. Creio que partilhei, mas recebi muito mais sem dúvida.
Hoje, após sentir que pouco ou nada pudemos mudar no carácter de um jovem, ele, com a sua maneira simpática e peculiar, voltou a lembrar-me que, tal como vi num filme chamado “The Emperor’s Club”, “o carácter de um homem é o seu destino”, e que, de maneira nenhuma, o trabalho de alguém deve ser julgado por resultados isolados, mas sim pela sua colaboração num todo. Isto aconchegou-me e, apesar de cansado, de saber que estou longe de figurar na galeria dos deuses que controlam o seu destino e dos demais, sei que me posso deitar com a certeza que alguma coisa sempre fica… mesmo nos dias que correm, onde já não há “clubes”, nem “poetas mortos”…

3 comentários:

  1. Luís. O teu trabalho não é fácil. É tão delicado como o trabalho de médicos e juízes. Cuidamos das pessoas e temos de fazer juízos. O melhor médico pode não conseguir salvar uma vida. Isso não é razão para pensar que fracasou. Só o faz quando não dá tudo aquilo que sabe e quando não usa todas as ferramentas e esforços para o conseguir.


    É a coisa do ensino. Levas histórias para casa e estão aí a dar voltas na cabeça. Fica descansado. Os professores também são humanos, embora muitos pensem que são deuses.

    Um abraço

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  2. É verdade. Sinceramente até vou conseguindo discernir as coisas, mas, como se costuma dizer, há dias assim...
    Obrigado pelas tuas palavras.
    Aquele abraço,
    Luis

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