Há momentos morreu a avó do Carlos. O meu amigalhaço dos bombeiros, das tardes infinitas no Bairro da Senhora da Saúde após as manhãs na nº7 do Bairro da Caixa.
A nossa infância morre ou fragmenta-se, tal qual os buracos onde jogávamos ao berlinde junto aos carris ferrugentos? Sei lá. Onde é que estacionámos a carrinha dos Soldados da Fortuna? Lembras-te? Mais ferrugem… e do tractor que me ensinaste a conduzir com o cu sentado na chapa quente do Verão, já não me lembro se era um John Deer. E as pupias amigo? De certeza que vais te lembrar das pupias. Eu nem sequer sabia que existia um biscoito assim chamado, como também não voltaremos a escrever uma carta de amor em conjunto sem saber ainda escrever. O perfume Denim do teu avô na carta… como é que poderíamos engatar a Ana Margarida Albano? Só aqueles dois azelhas…
Mas se há coisas que não esquecerei será um sotaque das beiras a mandar-nos fazer os TPC ou a pensar que o Fernando estava a estudar quando, no meio do livro de ciências, estava uma bd de super-heróis.
Hoje estou triste. Triste por ti amigalhaço dos bombeiros, pela nossa infância que enferruja com a velha linha da CP, pela pessoa que perdeste.
Como é que morre a nossa infância? Será aos pedacinhos, como o papel? Oxidada como os carris? Afundada como a bicicleta do Pica no Xarrama? Foda-se, não sei. Apenas sinto um “Montinho de Ferro” de recordações que estão à flor da pele…
Amigo, que a tua avó descanse em paz. E obrigado por ter feito parte desta nossa infância que, morrendo ou não, ainda me vai servindo de consolo…
A nossa infância morre ou fragmenta-se, tal qual os buracos onde jogávamos ao berlinde junto aos carris ferrugentos? Sei lá. Onde é que estacionámos a carrinha dos Soldados da Fortuna? Lembras-te? Mais ferrugem… e do tractor que me ensinaste a conduzir com o cu sentado na chapa quente do Verão, já não me lembro se era um John Deer. E as pupias amigo? De certeza que vais te lembrar das pupias. Eu nem sequer sabia que existia um biscoito assim chamado, como também não voltaremos a escrever uma carta de amor em conjunto sem saber ainda escrever. O perfume Denim do teu avô na carta… como é que poderíamos engatar a Ana Margarida Albano? Só aqueles dois azelhas…
Mas se há coisas que não esquecerei será um sotaque das beiras a mandar-nos fazer os TPC ou a pensar que o Fernando estava a estudar quando, no meio do livro de ciências, estava uma bd de super-heróis.
Hoje estou triste. Triste por ti amigalhaço dos bombeiros, pela nossa infância que enferruja com a velha linha da CP, pela pessoa que perdeste.
Como é que morre a nossa infância? Será aos pedacinhos, como o papel? Oxidada como os carris? Afundada como a bicicleta do Pica no Xarrama? Foda-se, não sei. Apenas sinto um “Montinho de Ferro” de recordações que estão à flor da pele…
Amigo, que a tua avó descanse em paz. E obrigado por ter feito parte desta nossa infância que, morrendo ou não, ainda me vai servindo de consolo…
Não sei se é do evoluir da idade, mas cada vez vou tendo menos cuidado em segurar os sentimentos e por vezes as lágrimas, pois se as frases, as observações e as lembranças são vivas e verdadeiras, então deixemo-nos tocar por elas. Foi o que me aconteceu ao ler este artigo.Não partilhei com voçês os dois todas essas aventuras, mas apenas a partir do final do que foi escrito.Quando as lembranças nos trazem à memória bons sentimentos é porque foram enriquecedoras e valeram a pena. Então, valeu de certeza a pena as tardes que passei com a tua avó no Montinho de Ferro. Abraços
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