Ao Jorge. O eterno jornalista da Casal Boss... Quem iremos entrevistar hoje?
O presente contínuo de uma alma ausente
Vê-se na negação do verbo estar
Que, rejeitando a saudade, a consente.
Albergues perenes,
lágrimas humidamente teimosas nos duplos vidros
de janelas que cortam paredes erguidas na memória,
alicerçadas em raízes,
agarradas a fendas,
secas brechas,
ageométricas, cartografadas com o que vem à mão nos
lugares da tua vida.
Epidermes e tezes.
Ébanos e marfins.
Sinais, sardas, cicatrizes,
Tatuagens de porventura.
Bem-aventurado o humano ou o humanitário?
Ditoso o espírito periodístico,
Estilístico, que exerce o contraditório!
Vês que até
Chove em África
O Alentejo seca.
É mentira na América
E de contas ao fim,
Não há anjos em Berlim,
Apenas nisso Wenders tem fé.
Com o consolo a solo
De bússola e quadrante,
Do instante nasce o viajante.
A bordo de um diário com gente
Dentro.
O acaso da boleia dá-te milhas.
Descontá-las-ás numa qualquer companhia.
Levar-nos-á à adolescente aduana que não nos pedirá
identificação.
Encontrar-nos-emos em casa do meu pai.
Abrirás a mochila e ouvir-te-emos com atenção.
Foz do Arelho. Agosto. 2013.
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