quarta-feira, janeiro 22, 2014

O mau uso da lei da gravidade - Gonçalo M. Tavares

Dentro de mim, tenho a certeza que o Gonçalo M. Tavares quando escreveu o ponto número seis desta crónica se lembrou de um dia, há um ano atrás, em que um "espanholito", de boina inquieta e filosófica, lhe falou, em terras pacences, acerca do seu apreço pela obra do poeta Paul Celan. Esse dia, o mais chuvoso da minha vida, ficou-nos marcado pela erosão da água em ambos. Não de Tavares, mas sim em mim e nesse meu “hermano” que, no pânico e violência da água, não se veem rosas. Somente a pressão do ferrolho de que não controlamos o nosso destino. Alternamos entre portas bem fechadas e postigos que vislumbram roseiras belas com orvalho, a pingar, nos picos.

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