domingo, setembro 21, 2014

Somos Cante

Somos sangue.
Somos terra.
Somos quente suor.
Somos um rosto de frente.

O sangue torna-se terra,
O suor absorve o lenço
A cara dá-se pelos avós
E a voz torna-se cante.

Eu que nasci no Alentejo
Serei chão
Quando a seca me chegar às veias.

A alma
Essa, pelas veredas,
Além, à sombra,
Caminhará de braço dado
E passo lento,
Sincopado pelo coração
Que nos late à capela.
Comunga-se com água a ferver
Coentros, poejos e alho


E esperamos que o paraíso tenha taberna.

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