domingo, outubro 02, 2016

Bruce Springsteen, in “Born to Run”, p.31 (trad. Luis Leal)

“Com os anos (…) cheguei a sentir a fadiga emocional e corporal do catolicismo. No dia da minha graduação do 8ºano, saí de tudo aquilo, farto, a dizer a mim mesmo «Nunca mais». Era livre, por fim livre… e assim eu acreditei… durante bastante tempo. No entanto, conforme ia ficando mais velho, fui detetando certas coisas na minha forma de pensar, reagir e comportar-me. E acabei por entender, com perplexidade e tristeza, que um católico o é para sempre. E deixei de enganar-me. Não sou um praticante assíduo da minha religião, mas sei que em algum lugar muito dentro… continuo a formar parte da equipa.
Era esse o mundo no qual encontrei as origens da minha canção. No catolicismo existiam a poesia, o perigo e a obscuridade que refletiam a minha imaginação e o meu eu interior. Descobri uma terra de grande e escabrosa beleza, histórias fantásticas, castigos inimagináveis e recompensa infinita. Era um lugar glorioso e patético no qual ou encaixas ou te fazem encaixar. Tem estado junto de mim como um sonho em vigilância durante toda a vida.”

Bruce Springsteen, in “Born to Run”, p.31 (trad. Luis Leal)

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