Acredito em milagres porque a casa da minha infância esteve em tijolo vivo, taipais nas janelas e esquentador onde tomávamos banho.
Acredito em milagres porque quem lá viveu tornou-se essa casa. Um edifício com história, precário de construção, austero em luxos, inseguro por ser tão fácil de arrombar, mas com gente dentro. Uma família de arquitectura imperfeita, e por aprovar as plantas na câmara municipal, com pobreza energética, mas com o valor de manter-se de pé, lado a lado, digna de não envergonhar a vizinhança.
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