O ambiente do local onde vivo é calmo, mas o ano novo trouxe violência e ameaças de morte a uns vizinhos da urbanização. Vizinhos esses que não me inspiram confiança e com os quais apenas intercambiamos os bons dias.
A cena foi representada para todos os vizinhos bem próximo da meia-noite. Meteu gritos, insultos, pontapés às portas, litronas partidas, polícia e gente assustada por delinquentes que me fizeram as suprarenais trabalhar mais do que é normal.
Tendo em conta de que falamos do terceiro dia do ano, o microcosmos do meu bairro não começou com o pé direito. O mundo também não.
Deitei-me preocupado com o crescimento das duas crianças, que não acordaram por um triz, deitadas no quarto ao lado. Não as consigo proteger do mundo real. Oiço-as com o sono perturbado, com laivos de pesadelos. Vou tentar dormir para amanhã poder acompanhá-las. É a única coisa que posso controlar, o querer estar com eles.
Ao contrário destes vizinhos com relacionamentos problemáticos, um pai que ama os filhos, mesmo carregado de inperfeições, não pode ser uma má companhia... não pode...
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