Morreu o Mário Soares. O Presidente da República da minha infância e o político pelo qual nunca nutri grande simpatia. Quando comecei a interessar-me por história, abordei através do estudo e do testemunho a sua figura fundamental para a democracia em Portugal e para a cultura portuguesa do século XX. Atrevo-me a pensar que também para a Europa e para o seu sonho (talvez impossível) europeu...
O homem e político assumiu-se até ao fim. Um dos últimos políticos por vocação e consciência antes da leva assumida de tecnocratas. Mesmo sem simpatizar com uma pessoa deste tipo, a política actual necessita da convicção humana e ideológica de homens como Mário Soares.
Se existe um além, desejo-lhe a companhia de Álvaro Cunhal e do Sá Carneiro... todos eles melhores exemplos do homem político que os nossos representantes mais preocupados com a militância do que a constância ideológica.
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