O Ismael não é para mim a personagem principal do Moby Dick. Não anda embarcado no mar às ordens dum louco Capitão Ahab.
O Ismael é o professor do meu filho Santiago e, aos seis anos, é uma grande referência para ele. Eu fico muito feliz por ver o meu pequeno adorar a escola e ter em conta tudo o que o seu professor lhe ensina. Uma criança que quer aprender é um universo que se quer dar a conhecer e não o contrário, como vulgarmente pensamos.
Como pai fico-lhe grato pelo brio e profissionalismo que põe na sua profissão, só com isto já é suficiente e não lhe posso exigir a tremenda vocação que tem. Como profissional da educação revejo-me na sua atitude e tenho fé que todas as coisas boas que tentamos fazer sempre salpicam com uma espécie de água benta os que ao nosso redor por bem estão.
Amanhã termina o ano lectivo e o Santi não deve poder estar presente por o "rotavirus" chato cá de casa. Não vai poder despedir-se e desejar boas férias ao seu professor e está triste. Eu fico feliz pela sua tristeza. Vale a pena acreditar na educação, vale a pena lutar por estas crianças e, no meu caso, por tantos jovens.
Tal como o Ismael deveria sentir, assim o espero, demos o nosso melhor e demos o exemplo que há que dar, imperfeito, mas como deve de ser, consciente. Consciente que na escola somos um exemplo e temos de ser coerentes com o que predicamos. Hoje fecho a loja como docente para férias. Há alguma papelada antes de desconectar da escola. Foi duro para mim como profissional, no entanto, acompanhar o trabalho do Ismael com a turma do meu filho, ajudou-me a superá-lo.
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