segunda-feira, julho 10, 2017

Herdade da Malhadinha Nova, Albernoa (08/VII/2017)

Almoço e reunião de colaboradores da «Mais Alentejo». Sinto-me honrado de poder fazer parte deste projecto e assim manter um vínculo à minha terra de nascimento através da palavra. Tenho um compromisso com o seu director para escrever sobre a minha condição de «entre duas terras» em crónicas que, de dois em dois meses, me dão uma enorme satisfação em redigir.
Esta revista, com já 17 anos de existência, na qual colaboro há dois, é um reflexo da região que lhe dá nome, com tudo de positivo e menos positivo que isso implica. Tem a terra, o sonho, o património, a imagem, as gentes, os sons, os sabores, os cheiros, tem a vastidão dum território amado por muitos e, infelizmente, ignorado por outros tantos. Tal como o Alentejo, esta revista carece de alguns meios que a faria mais competitiva, mais visível no mercado editorial português. Mas é isso que a revista quer? É isso que o Alentejo quer?
Penso que não. No caso da nossa «Mais Alentejo», para além do factor económico, há uma aposta em conteúdos jornalísticos e, diria, culturais a par da necessidade de sobrevivência através da publicidade. Com todas as críticas possíveis de ser feitas à linha editorial, o que antes afirmei é uma realidade.
Tenho uma enorme gratidão para com a «Mais Alentejo», desde que nela colaboro, as minhas crónicas existem em banca e veem a realidade da leitura no papel (apesar de não ser nada ecológico, reconheço), é bastante mais gratificante para quem escreve do que o formato estrictamente digital. O digital tem o toque no ecrã do telemóvel, do tablet, mas o formato impresso da nossa "Mais Alentejo" tem a suavidade do papel elegante e o formato revista com toques de coleccionável.
Muitas coisas se discutiram nesta reunião, algumas mais de acordo com a forma como vejo a imprensa temática, outras nem tanto. Contudo, ficou a vontade de fazer mais e melhor por parte da equipa de colaboradores (a maioria, como eu, por amor à camisola - o António bem gostaria que fossem todas do Sporting!) e da direcção. Chegaremos aos 20 anos com vontade e espero poder lá estar com esta equipa, com este projecto editorial, no fundo com a região que me viu nascer.

P.S. Tive o prazer de receber um exemplar da edição "Terras sem sombra", do presente ano, pelas mãos do seu director José António Falcão, mais um grande exemplo do bem-fazer desta região e deste povo que vai existindo entre a dureza da terra, a secura do clima, mas que vai resistindo. O património do Alentejo também é esse, resistir.

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