segunda-feira, outubro 30, 2017

Paixão Inútil...

15/X/2017

(Noite da morte de D. Dinis)

E morres deitado por dentro
e ao lado dorme a vida
do homem do outrora apaixonado.

E morres a pensar que ressuscitas
cada dia útil à rotina
a escorrer lágrimas de glicerina.

E ocultas ao espelho o medo
do dedo indicador na ferida
não reconhecida.

E a tua vontade de carregar
no
detonador.

A violência da explosão é a dor
implodida
a apodrecer numa merda 
aparente de vida
certa de morte
e indecisa se aceitará a salvação
que por estas bandas lhe foi
prometida.

O de lá 
castigo ou recompensa
ninguém sabe.

Especula-se. 
Filosofa-se. 
Profecia-se.

O de cá 
resume tanta coisa
certa como perdida.
Paixão 
inútil
ardida. 

Sartre filho da puta
militante.
Porque é que recordaste
o existencialismo da tua morte
ao artista humanista?



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