segunda-feira, novembro 27, 2017

Paisagem de bicicletas mortas - Francisco Javier Irazoki

Salva-me da paz,
agora que os nossos olhares se unem
e atravessam uma árvore queimada.

Já te oiço a chuviscar
sobre o matagal do meu tempo;
                                                digo
ata-me com a tua voz de soga,
atirarei contra o céu
a minha colecção de pedras vazias.

Com a última frase
apanhas a minha voz,
um raminho
para acender a fogueira. 

Francisco Javier Irazoki
(Trad. Luis Leal)


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