domingo, maio 13, 2018

Peregrino sem fé no destino

Este peregrino,
sem grande fé
no destino, pára
nos altares
que o silêncio
ou a ruidosa
alegria do caminho
decide venerar.

Ali, 
enjoou o cheiro
sofrido das velas.
Vomitou mesmo
quando era pequeno.
Pais e avós ficaram com o chão vomitado
daquele quarto alugado
para pagar promessas.

Fátima
ensinou-o a não acreditar em aparições,
porém, lado-a-lado com o cancro duma peregrina
caiu no húmus, sujando a arrogância do intelecto
que o levou também a não julgar devoções.

Continua a custar-lhe não poder ajudar
tantas pessoas à procura de aliviar
o sofrimento arrastando-se em dor.

Deixou de pensar se as entende ou não.
Lá vão os tempos da obrigação,
do enjoo, da altivez,
do intelectual cagão.

Já lá voltou sem credo
e, de certeza,
que voltará.
Entrará e sairá
longe do destino,
mas devoto do homem,
que morrerá sem querer acreditar
em Deus
ajoelhado.


2 comentários:

  1. Obrigado querido amigo! És demasiado amável! Entre "passageiro" e "peregrino", não há grandes diferenças... Aquele abraço!

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