sábado, junho 30, 2018

Apresentação de "pedal(e)ar" na Biblioteca Pública de Elvas


Na última semana não tenho pedalado pelo meu dia-a-dia como é costume. As distâncias, e responsabilidades, exigem quatro rodas. Porém, no próximo dia 2 de Julho, acompanhado pela Tânia Morais Rico e pelo José Kuski Vieira, lá estaremos na fantástica Biblioteca Municipal de Elvas a divagar sobre o nosso “pedal(e)ar”. Muito obrigado a todos os que fizeram possível este encontro! Aquele abraço!


"pedal(e)ar" na Biblioteca Municipal de Elvas (02/VII/2018)

Sala de espera

Esperar numa sala de uma clínica é o melhor exemplo do tempo que se equilibra entre muletas, a da saúde e a da falta da mesma. Felizmente, a da saúde ampara, de momento, a maior parte do meu peso e a maior parte do tempo tenho por estas salas esperado tem sido para acompanhar e não para ser o acompanhado.

Mais bicicletas

Fotografia de Zaim - Pedalando (Mongaguá, São Paulo)


Fotografia de Mª Ángeles :)




quarta-feira, junho 27, 2018

Uma nota que deixei na Universidade de Évora sobre o U-Bike (14/VI/2018)

Participação do alumnus Luis Leal no lançamento do projeto U-Bike UÉvora
O alumnus da Universidade de Évora, Luis Leal, docente no IES Rodríguez Moñino de Badajoz esteve no lançamento do projeto U-Bike e deixou-nos um testemunho:
"Voltei ao Colégio do Espírito Santo com as palavras de Marc Augé a encadearem-se nas minhas. Não posso falar de Évora sem falar da Universidade de Évora, tal como não posso falar da bicicleta sem falar da minha infância, do descobrimento do meu corpo, o explorar o espaço e o tempo, conhecer os meus limites e os de mais além.
As universidades e instituições de ensino do interior são um pouco como as bicicletas, criam grandes coisas a partir de quase nada e sem muitos mais recursos que as próprias pernas. Assistir à Universidade de Évora apostar na mobilidade sustentável, com o arranque do projecto U-Bike, é um acto de resistência, não só aeróbica por parte de quem dá ao pedal, mas também à velocidade e ao excesso da era em que vivemos.
Acredito que andar de bicicleta não se esquece, tal como todo o honesto conhecimento adquirido ao longo da vida. “E qual o porquê dessa crença?” pergunta uma voz alheia a mim. Talvez porque parte do que sou viveu e formou-se aqui."

terça-feira, junho 26, 2018

José Afonso - O que faz falta


Letra e música de José Afonso
Arranjos e direcção musical de Fausto
Produção de José Niza
Músicos: Fausto, Michel Delaporte, Vitorino, Carlos Alberto Moniz, Yório Gonçalves, Adriano Correia de Oliveira e José Niza.

Coro dos Tribunais (1975)

segunda-feira, junho 25, 2018

Demasiados dias surreais...

Demasiados dias surreais, foi o que disse para desabafar à minha mulher e a um bom amigo que está pela Bulgária nestes dias. Ultimamente é com estes óculos, que não têm um formato duma bicicleta como os do Alexandre O'Neill, com que ando a ver o meu quotidiano.
E o surreal não retira à morte o peso definitivo que esmaga a vida. Dá-lhe uns tons psicadélicos, umas tonicidades flácidas, um carácter onírico que não a deixam ser um pesadelo, mas não tem nada de prazenteiro, nem molhado de orgasmo. O surrealismo dos meus dias é uma merda de responsabilidade e de arte não tem nada. Que arte tem a notícia da morte de uma das melhores, e mais sofridas, pessoas, que já conheceste?
E amanhã há mais. Espero que seja apenas um dia real, cuja minha única responsabilidade seja respirar. Ar e nada mais...

Wiliam Mortensen - "L’amour"

Wiliam Mortensen - "L’amour" (cortesia de Pedro L. Cuadrado)

Diário de um auxiliar de memória

Nunca gostei de cábulas. Primeiro, porque nunca as fui capaz de fazer e, segundo, se as fazia, morria de medo de ser apanhado e da vergonha que isso acarretava. Com exceção de linguística inglesa, onde levar cábulas se tornou obrigatório pois o James assim o promovia, abandonei os auxiliares de memória ilegais nas réguas, com a tabuada ou o teorema de Pitágoras, lá para o quinto ou sexto ano.

Como adulto, e na minha profissão, vejo que as cábulas, e os cábulas, com alguma renovação e inovação tecnológica, continuam a existir e a optarem pela via rápida do acesso à boa nota final, o que me levou a presenciar a uma situação que apenas posso descrever como surreal.

Uma pessoa adulta a tentar enganar todo um conjunto de mais adultos e a inquinar um processo de concurso de altíssima responsabilidade. Foi apanhada, tal como o coxo que decide espetar petas ao pessoal, de forma rápida, desnecessária e ridícula. No entanto, como é tão comum nesta atualidade, tentou desculpar-se pondo a responsabilidade em quem o descobrira, mentindo com todos os dentes que tinha na boca.

Senti vergonha de estar ali e assistir a tal situação.  A penalização é clara e pública para uma coisa tão descarada, porém, o Sr. Goebbels, na frieza do seu carácter genocida, tinha razão: “uma mentira dita mil vezes transforma-se em verdade”. Algo me diz que pessoas assim continuarão a construir o mundo onde o bom é aquele que mente e o mau aquele que simplesmente não admite que lhe manipulem a inteligência ou lhe passem, constantemente, certificados de parvo...



«Nunca me deixes»

- Nunca me deixes. - Disse-lhe sincero e consciente de que tudo tem fim. Colocou-lhe a mão no braço e apertou levemente. Na almofada, mergulhou a cabeça e o tempo deteve-se em apneia.

sábado, junho 23, 2018

Desafinado, 1962 (Stan Getz & Charlie Byrd)



Um clássico para combater o calor...




sexta-feira, junho 22, 2018

"Se" de Rudyard Kipling



Os "ses" não existem a não ser num modo condicional e em passados ou futuros hipotéticos. Tento sempre lembrar-me desta frase para agarrar-me ao presente e à minha precária humanidade.  O exemplo, e os versos, de Kipling ajuda-me e presto-lhe atenção. Atrevo-me a transcrever excertos de uma tradução que para aqui tinha guardada. Releio-a e parece-me uma oração. Que assim seja.


Excerto de "Se" de Rudyard Kipling

(...)
"Se tu souberes meditar, observar e conhecer
Sem nunca te tornares céptico ou destrutivo
Sonhar, sem deixar que o sonho te domine
Pensar, sem ser um só pensador
(...)
Se puderes ser valente sem ser imprudente
Se souberes ser bom, se souberes ser sábio
Sem ser moralista nem pedante

Se puderes encontrar o Triunfo depois da Derrota
E receber esses dois mentirosos com a mesma cara,
Se puderes conservar a coragem e a cabeça
Quando todos os outros a perderam

Então os Reis, os Deuses, a Sorte e a Vitória
Ser-te-ão para sempre submissos como escravos
E, o que vale mais do que os Reis e a Glória,
Tu serás um homem, meu filho."

Trad. Pedro Saraiva

quinta-feira, junho 21, 2018

segunda-feira, junho 18, 2018

«Pareço uma destas árvores que se transplantam...» - Miguel Torga

Como a gente se perde! A linguagem que o meu sangue entende — é esta. A comida que o meu estômago deseja — é esta. O chão que os meus pés sabem pisar — é este. E, contudo, eu não sou já daqui. Pareço uma destas árvores que se transplantam, que têm má saúde no país novo, mas que morrem se voltam à terra natal.

Miguel TorgaDiário

Ensayo sobre lo cursi

"En lo que hay que insistir cuando se quiere definir lo cursi es que hay dos clases de cursi: lo cursi deleznable y sensiblero y lo cursi perpetuizable y sensible o sensitivo." RGS

domingo, junho 17, 2018

Partido Alto (Cássia Eller)


Que ótima versão da música do Chico Buarque, Partido alto. A da Cássia Eller. Pena que ela se fosse embora em dezembro de 2001...


PARTIDO ALTO

Diz que deu, diz que dá
Diz que Deus dará
Não vou duvidar, ô nega
E se Deus não dá
Como é que vai ficar, ô nega
Diz que Deus diz que dá
E se Deus negar, ô nega
Eu vou me indignar e chega
Deus dará, Deus dará

Deus é um cara gozador, adora brincadeira
Pois pra me jogar no mundo, tinha o mundo inteiro
Mas achou muito engraçado me botar cabreiro
Na barriga da miséria, eu nasci batuqueiro brasileiro

Eu sou do Rio de Janeiro

Diz que deu, diz que dá
Diz que Deus dará
Não vou duvidar, ô nega
E se Deus não dá
Como é que vai ficar, ô nega
Diz que Deus diz que dá
E se Deus negar, ô nega
Eu vou me indignar e chega
Deus dará, Deus dará

Jesus Cristo inda me paga, um dia inda me explica
Como é que pôs no mundo esta pouca titica
Vou correr o mundo afora, dar uma canjica
Que é pra ver se alguém se embala ao ronco da cuíca
E aquele abraço pra quem fica

Diz que deu, diz que dá
Diz que Deus dará
Não vou duvidar, ô nega
E se Deus não dá
Como é que vai ficar, ô nega
Diz que Deus diz que dá
E se Deus negar, ô nega
Eu vou me indignar e chega
Deus dará, Deus dará

Deus me fez um cara fraco, desdentado e feio
Pele e osso simplesmente, quase sem recheio
Mas se alguém me desafia e bota a mãe no meio
Dou pernada a três por quatro e nem me despenteio
Que eu já tô de saco cheio

Diz que deu, diz que dá
Diz que Deus dará
Não vou duvidar, ô nega
E se Deus não dá
Como é que vai ficar, ô nega
Diz que Deus diz que dá
E se Deus negar, ô nega
Eu vou me indignar e chega
Deus dará, Deus dará

Deus me deu mão de veludo pra fazer carícia
Deus me deu muitas saudades e muita preguiça
Deus me deu perna comprida e muita malícia
Pra correr atrás de bola e fugir da polícia
Um dia ainda sou notícia

Diz que deu, diz que dá
Diz que Deus dará
Não vou duvidar, ô nega
E se Deus não dá
Como é que vai ficar, ô nega
Diz que Deus diz que dá
E se Deus negar, ô nega
Eu vou me indignar e chega
Deus dará, Deus dará




sexta-feira, junho 15, 2018

Sábado, 16 de junio, vuelvo a mi pueblo... Valencia de Alcántara

Sábado, 16 de Junho, volto ao meu “pueblo” Valencia de Alcántara, muito bem acompanhado por o Coral de Castelo de Vide "CANTARE ET SONARE", por Jose Manuel Corchero e por Fina Hernández Gordillo na Casa Escobar Jerez. Termina uma semana intensa e termina a primeira etapa do "tour" de "pedal(e)ar"... Badajoz, Évora e Valencia de Alcántara. E que melhor sítio para descansar do que na “campiña” de Valencia? Se puderem, vemo-nos por ali...

"pedal(e)ar" en Patios Contados