domingo, outubro 27, 2019

Razão...

Por esta internet, e redes sociais, vejo tanta gente a querer ter razão que nem perco tempo a argumentar o que quer que seja. Cara a cara, numa conversa civilizada, ainda sou capaz de refutar se não estiver de acordo e se o meu interlocutor for digno de respeito intelectual. Se não, aplico a mesma filosofia para o mundo digital, isto é, não abrir a boca ou mexer uma palha para escrever a minha opinião.

O que me deixa boquiaberto é mesmo o facto de uma esmagadora maioria achar-se detentora de verdades universais, achar que a sua opinião merece o mesmo estatuto do honesto estudo científico. Para um casmurro como eu, teimoso dos cinco costados como o meu avô João Leal, ou como o nosso rafeiro alentejano, dar o braço a torcer nunca me custou se sou derrotado com a razão, com a inteligência que me escapou, porém, se cá por dentro a certeza se ergueu com tijolos e pedras com certificado de qualidade e honestidade, bem podem ficar à espera sentados. Não me desmonto da burra se o que à minha frente está não atinge os mínimos exigidos por mim e o meu jumento. Não o faço com alarido, normalmente. Opto por pastar onde me deixem sossegado. 

Revoluções? Gostava de ter vivido a dos meus pais. Vivi os restos e, agora, a única revolução que sinto poder ter, é não deixar que estes que gritam razões e palavras de ordem, poluam o que ainda vou pensando e vendo do mundo.

Cinismo? Ainda não. Pode ser que lá chegue um dia (algo que me desagradaria), contudo essa não é a minha razão para continuar a deixar por escrito o que vou vivendo... 

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