sexta-feira, agosto 25, 2023

“VI Prémio Internacional de Fotografia 2022 (Alentejo/Centro/Extremadura)” - Centro Unesco de Extremadura

D. José Luis Bernal selecionou “Y al oeste” de José Miguel Santiago Castelo, para encerrar o catálogo do “VI Prémio Internacional de Fotografia 2022 (Alentejo/Centro/Extremadura)” promovido pelo Centro Unesco de Extremadura e confiou-me a sua tradução. Como sempre, um prazer e uma honra poder colaborar nestas iniciativas artísticas (e transfronteiriças). 

D. José Luis Bernal seleccionó “Y al oeste” de José Miguel Santiago Castelo, para cerrar el catálogo del “VI Premio Internacional de Fotografía 2022 (Alentejo/Centro/Extremadura)” promovido por el Centro Unesco de Extremadura, confiándome su traducción. Como siempre, un placer y un honor poder colaborar en estas iniciativas artísticas (y transfronterizas).





sábado, agosto 12, 2023

12/VIII/2023 Parabéns Mestre Jorge e obrigado por me tirares dos ombros o peso exclusivo do exemplo....

12/VIII/2023 Se a planície (como a do nosso Alentejo) une as pessoas para a vida, a montanha também... Muitos parabéns Mestre Jorge Neto e obrigado por estares bem presente nas nossas vidas. E por seres parte fundamental na formação humana dos meus... Para o S. tu, a Tanja e o M. serão sempre quem o ensinou a escalar até ao cume... Como pai, espero que ele seja digno dessa planície e desta montanha... Tenho fé nisso.
12/VIII/2023 Si la planicie (como la de nuestro Alentejo) une a las personas para la vida, también la montaña... Muchas felicidades Maestro Jorge Neto y gracias por estar muy presente en nuestras vidas. Y por ser parte fundamental en la formación humana de mis hijos... Para S., Tanja,  M. y tú serán siempre quienes le enseñaron a escalar hasta la cumbre... Como padre, espero que sea digno de esa planicie y de esta montaña... Tengo fe en eso. (Fotos de Tanja Kulkies)





"("Biblioterapia") Leia, mas não deixe de consultar o seu médico" - Crónica de Luis Leal in “Mais Alentejo”, nº 164, p.94

 “Leia, mas não deixe de consultar o seu médico” (“Mais Alentejo” nº164) é um texto muito pessoal que versa sobre memória (a que somos e a dos que devemos honrar), sobre literatura e sobre saúde mental, esta última algo que, a meu ver, não costuma ser apanágio de rede social e jamais poderá rimar com banal. Já pensou sobre isto? De certeza, e não vivêssemos na abundância de “hashtags”... 

“Lea, pero asegúrese de consultar a su médico” (“Mais Alentejo” nº164) es un texto muy personal que trata de la memoria (la que somos y la que debemos honrar), la literatura y la salud mental, esta última algo que, en mi punto de vista, no suele ser una prerrogativa de una red social y jamás puede rimar con banal. ¿Ha pensado usted sobre esto? Por supuesto, y no viviéramos nosotros en la abundancia de "hashtags"...

"("Biblioterapia") Leia, mas não deixe de consultar o seu médico" - Crónica de Luis Leal in “Mais Alentejo”, nº 164, p.94

"“Biblioterapia”: leia, mas não deixe de consultar o seu médico" - Crónica de Luis Leal in “Mais Alentejo”, nº 164, p.94

    “Biblioterapia”: leia, mas não deixe de consultar o seu médico (Luis Leal)

    No espectro da minha família há uma pessoa que lamento não ter conhecido, o sobrinho do meu tio António, Gumerzindo da Silva Neves (1933-1995). Para além de ter sido filho, irmão, marido, pai, tio e tantos outros papéis na sua vida pessoal, Gumerzindo marcou os que com ele conviveram, deixando um legado de saudade. No que concerne à sua profissão, foi psiquiatra num país bipolar, talvez esquizofrénico, exercendo no conhecido Hospital Miguel Bombarda (do qual foi Coordenador do Serviço de Psiquiatria Forense) e também no seu consultório, onde acompanhou todo o tipo de pessoas, desde o escritor "neo-abjeccionista" Luiz Pacheco ao mais humilde dos alentejanos que ia à capital ver o Dr. Silva Neves porque não “andava bem da cabeça”, pagando-lhe com alguma galinha, alguns ovos, couves… Tenho muita pena de não o ter conhecido. Foi através da sua memória, após ter conhecimento do próprio muitas vezes pagar os medicamentos aos seus pacientes (aviados numa farmácia de Odivelas) que tirei a conclusão de quem pode faz psicoterapia, isto é, quem tem dinheiro recorre a Freud, e quem sobrevive com os mínimos, com sorte, trata-se com antidepressivos pagos pela generosidade de alguém empático com as suas circunstâncias, com a sua dor, alguém ciente de quem não tem para pôr na mesa costuma ter de ir trabalhar diariamente, alheio a baixas médicas e até a seguranças sociais (por mais que alguns os vejam como uma maioria de malandros a viver à custa dos resíduos de miséria de um qualquer orçamento de Estado ou da “Alta Finança”).

    Ironicamente, quando os próprios profissionais de saúde não se podem permitir a aceder a serviços de psicologia ou de psiquiatria, a pandemia trouxe para ordem do dia o “hashtag” #mentalhealth a proliferar pelas redes com um filtro que deixou de ser tabu, ou a real necessidade de bem-estar do ser humano, para ocultar o que me parece uma imposição perigosa de “felicidade”, irreal, frívola, muitas vezes fútil e, perdoem a minha sinceridade, que apenas cuida do ego de alguém, aos poucos, a afastar-se dos outros. O objetivo desta crónica era divagar sobre “Biblioterapia”, quero dizer, a minha estante, sem qualquer tipo de marketing, na qual a literatura, ademais do seu objetivo estético, apresenta um lado didáctico (admito mesmo ideológico) para esta empresa de viver. Desarrumada e aberta a novas incorporações, do caos de volumes sobressaem lombadas de Emerson, Hesse, Taniguichi, Canetti, Irene Vallejo, Victor Frankl, Torga, Marguerite Yourcenar, Octavio Paz ou um Mitch Albom, pouco agraciado pela crítica, mas cujo “As Terças com Morrie” (da colecção do “Público”, “XIS - Livros para Pensar”) me acompanhou num momento complicado de falta de maturidade e desemprego.

    Há quem diga que “em grande medida somos os livros que lemos”. A frase é bonita, porém acredito apenas ficar qualquer coisa dos livros que lemos ou o fruir da experiência artística, mas “sermos o livro que lemos” é demasiada pretensão. Um livro pode ser uma tábua de salvação, ajudar-nos a sobreviver ao naufrágio, e, excepcionalmente, ajudar-nos a alcançar terra firme. A realidade, contudo, imperadora e meretriz, mostra-nos serem as equipas de resgate as mais eficazes em caso de SOS e, fazendo jus à origem anglófona do socorro universal, as que “mais almas salvam”. É devido a esta evidência (e porque vi, repleto de livros a boiarem ao meu redor, como também eu me afundava), que me preocupo como encaramos a saúde mental. Quero dizer, como num passado recente a mesma era coisa de doidinhos, na qual só se admitiam idas ao psicólogo se fosse para psicotécnicos, e como actualmente se trivializou o assunto. Saúde mental não pode rimar com banal (“integral” talvez, ao ser indissociável da sabedoria clássica: “mens sana en corpore sano”), mas consultar um especialista não é o mesmo que umas dicas no TikTok, com a etiqueta da moda, ou medicar-se à base de literatura. Consciente da ansiedade do presente e por mais que se fale do assunto tudo continua igual. Quem pode deita-se no divã. Quem não pode, a sociedade da auto-ajuda encarrega-se de atirar-lhe à cara a incapacidade, culpabilizando-o pela doença e alimentando-se dela. É a “auto-desumanização” com difícil terapêutica.

Gumerzindo da Silva Neves (1933-1995) caricaturado na sua época coimbrã. 



sábado, agosto 05, 2023

Ramón, qué profundo te pones... pero "obrigado"...

Madrid, 5/VIII/2023 «La muerte es como cuando va a salir el tren y no hay tiempo para comprar revistas», me gritó hace tiempo Ramón desde el apeadero. Ya no fui capaz de bajarme y traía prensa portuguesa para él... Hoy finalmente he podido disculparme y agradecerle como merece. Como siempre que nos encontramos, nos hemos reído con la rosa de plástico que le he llevado y con otra de sus greguerías: «Luis, amigo mío, por si no te acuerdas, "la muerte es hereditaria"». «Ramón, qué profundo te pones... pero "obrigado"...».


Madrid, 5/VIII/2023 «A morte é como quando está a sair o comboio e não há tempo para comprar revistas», gritou-me há tempo Ramón desde o apeadeiro. Já não fui capaz de apear-me e trazia imprensa portuguesa para ele... Hoje finalmente pude pedir-lhe desculpa e agradecer-lhe como merece. Como sempre que nos encontramos, rimo-nos com a rosa de plástico que lhe levei e com mais uma das suas greguerías: «Luis, amigo, caso não te lembres, "a morte é hereditária"». «Ramón, que profundo  estás... mas "obrigado"...».


quinta-feira, agosto 03, 2023

Debemos abrir las puertas...

«Debemos abrir las puertas a la alegría allí donde ésta se presente, ya que nunca llega en mal momento, en lugar de dudar, como hacemos a menudo, en permitirle la entrada porque primero deseamos saber si tenemos todos los motivos para estar satisfechos». - Schopenhauer 

Todo lo del cuerpo...

«Todo lo del cuerpo es un río; lo del alma, sueño y vapor; la vida, una guerra y un exilio, y la fama póstuma, olvido. ¿Qué es lo que nos puede guiar? Sólo y únicamente la filosofía». - Marco Aurelio en Meditaciones