Ontem, apesar de estar
"enganchadísimo" a este livro há mais de um mês (em que os meus
momentos de silêncio e escuridão iluminada pelo patrocínio, pago por mim, da
"Petzl" -não se desperte o menino "Jacques"!-), folheei com
atenção a última página do livro "Dentro do Segredo" do José Luís
Peixoto.
Esta obra, de acordo com quem vende os livros, é a primeira incursão do José Luís (que é meu amigo sem o
saber e não é preciso facebook, sinto isso). Sinceramente, não estou de acordo
com isso. Sempre houve viagens nas palavras do meu amigo das Galveias. É redundante
e rotulador dizer isso às palavras deste alentejano que decidiu ir até
dentro do regime mais cerrado da actualidade. A Coreia do Norte.
Não foi a surfar tipo James Bond.
Foi por curiosidade própria numa das poucas aberturas do regime dos "Kims"
ao que mais se pode assemelhar ao conceito de turismo. Mesmo que seja de
propaganda.
Dessa viagem retive um parágrafo
abertamente hermético que sublinhei com a memória e que quero gravar com bytes e
bites de copista neste pergaminho digital:
“Os segredos estão dentro de nós.
Como tudo o que sabemos, também os segredos nos constituem. Também os segredos
são aquilo que somos. Quando os seguramos, quando somos mais fortes e os
contemos, alastram-se em nós. Desde dentro chegam à nossa pele. Depois avançam
até sermos capazes de os distinguir à nossa volta. E, no silêncio, somos
capazes de os reconhecer. Então, nesse momento, já não são apenas os segredos
que estão dentro de nós, somos também nós que estamos dentro dos segredos.”
José Luís Peixoto, in “Dentro do
Segredo”, p.136.
Fechei o livro. Apaguei o frontal
sem acordar a Elsa. E disse para mim mesmo: “Caral… um dia hei de conhecer este
meu conterrâneo! Quero ser amigo deste gajo!”
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