Viemos, alegria! dar o vento
glória final às folhas douradas.
Arder, fundirem-se os montes em labaredas
crepusculares, trágicas e sangrentas.
Gira, ascende, enlouquece, pensamento.
Hoje dá o outono soltura às suas manadas.
Não sentes ao longe as suas pisadas?
Passam, deixando o campo amarelecido.
Por isto, por sentirmos ainda
música e vento e folhas, alegria!
Por a dor que nos tem cativos,
Pelo sangue que emana da ferida
alegria em nome da vida!
Somos alegres porque estamos vivos.
José Hierro (de
“Alegria”, 1947) – [trad. Luis Leal]
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