domingo, janeiro 31, 2016
sábado, janeiro 30, 2016
Apresentação do [33] em Évora
Évora que te trago nas veias e que sempre estás à minha espera... Na próxima sexta-feira, 5 de fevereiro, vou a casa. Do bairro, vou lá acima abraçar-te...
quinta-feira, janeiro 28, 2016
"oświęcim" in Revista Devir#2 (Luis Leal)
Num dia em que me apercebi que há um país da velha Europa a querer apropriar-se dos bens dos refugiados, também me apercebo que, neste mesmo dia, se celebra "Dia Internacional de Recordação do Holocausto".
Nunca fui indiferente a este assunto. Prova disso é este meu poema para a revista Devir#2 intitulado "oświęcim". Comparar-me a um sobrevivente da "Shoah" é um insulto, até porque entrei em Auschwitz 59 anos depois da sua libertação, mas o Luis que lá entrou não saiu igual... arrastada e cremada toda a sua ingenuidade morreu lá...
Nunca fui indiferente a este assunto. Prova disso é este meu poema para a revista Devir#2 intitulado "oświęcim". Comparar-me a um sobrevivente da "Shoah" é um insulto, até porque entrei em Auschwitz 59 anos depois da sua libertação, mas o Luis que lá entrou não saiu igual... arrastada e cremada toda a sua ingenuidade morreu lá...
quarta-feira, janeiro 27, 2016
segunda-feira, janeiro 25, 2016
Uma fotografia de William McBride, O Cão Celeste e Ingeborg Bachmann
Esta fotografia de William McBride fez-me lembrar um blogue chamado O Cão Celeste, onde em toda a poesia que publicam, e fotografia, há um cão. E esta bela fotografia, não será por acaso, é claro, também lá está.
A última mensagem publicada, no dia 20, é o final de um poema da escritora austríaca Ingeborg Bachmann.
domingo, janeiro 24, 2016
O único sentimento que se aproximou ao da democracia foi o ter podido agarrar numa caneta e marcar um "X"
Recém chegado de cumprir o meu dever cívico no país onde nasci, venho com a certeza que o peso dos regimes condicionou esta eleição e este dia. É curiosa a abordagem jornalística da Antena 1, por exemplo, que apenas menciona, e cobre mediaticamente, no seu noticiário o acto de voto do candidato Marcelo. E os outros 9? Isto não é democracia. Hoje mesmo, o único sentimento que se aproximou ao da democracia foi o ter podido agarrar numa caneta e marcar um "X" num candidato/a que nunca teve possibilidade de ganhar...
"My last bike ride in amsterdam, after afternoons in the city, it was always magic..."
"My last bike ride in amsterdam, after afternoons in the city, it was always magic ending the evening riding through the northern countryside and falling asleep on the farm. I will be back."
Casey Kaui
Casey Kaui
sábado, janeiro 23, 2016
Percorrer raízes...
Redondo, S. Miguel de Machede e Évora, 2 de janeiro de 2016
Ontem percorri parte das minhas raízes acompanhado pela minha mulher e filhos. Dei alguns abraços a quem ainda lá está. Foram sinceros no aperto e na necessidade. O sol mostrou-me que o verde teimava a espreitar na cinza constante do dia. Estradas novas, estradas de sempre esburacadas e com vista para paisagens que não mudam em beleza mas que perdem tanta gente.
A casa da minha bisavó ainda lá está. Em ruínas. Como as que recordo com ela ainda viva. Não se construiu nada ali nem na minha memória. As paredes talvez ainda se recordem dos partos que fez e que tantos já são óbitos como os seus filhos. Bisneto de uma parteira que a senilidade fez que não gostasse nada de mim. Nem eu dela. Não me lembro muitas vezes da minha bisavó, mas não quero esquecer que sou bisneto de uma parteira que tinha o nome de uma flor.
Fiz questão de deixar o meu filho mais velho com os meus pais, essas raízes que ainda estão vivas, porque não me atrevi a falar-lhe das raízes secas por onde havíamos passado.
Parei o carro numa alpendurada dum supermercado. Atrás os meus filhos dormiam e eu esperava com a rádio a chover miudinho que a minha mulher trouxesse o pão que poríamos na mesa nesse jantar. Porque é que a minha cidade está tão triste? Porque é que é visível tanta necessidade naqueles rostos envelhecidos de gente que ainda vai vivendo naquele que foi o meu bairro?
Emocionei-me. Não pude chorar. O meu bebé acordou.
Ontem percorri parte das minhas raízes acompanhado pela minha mulher e filhos. Dei alguns abraços a quem ainda lá está. Foram sinceros no aperto e na necessidade. O sol mostrou-me que o verde teimava a espreitar na cinza constante do dia. Estradas novas, estradas de sempre esburacadas e com vista para paisagens que não mudam em beleza mas que perdem tanta gente.
A casa da minha bisavó ainda lá está. Em ruínas. Como as que recordo com ela ainda viva. Não se construiu nada ali nem na minha memória. As paredes talvez ainda se recordem dos partos que fez e que tantos já são óbitos como os seus filhos. Bisneto de uma parteira que a senilidade fez que não gostasse nada de mim. Nem eu dela. Não me lembro muitas vezes da minha bisavó, mas não quero esquecer que sou bisneto de uma parteira que tinha o nome de uma flor.
Fiz questão de deixar o meu filho mais velho com os meus pais, essas raízes que ainda estão vivas, porque não me atrevi a falar-lhe das raízes secas por onde havíamos passado.
Parei o carro numa alpendurada dum supermercado. Atrás os meus filhos dormiam e eu esperava com a rádio a chover miudinho que a minha mulher trouxesse o pão que poríamos na mesa nesse jantar. Porque é que a minha cidade está tão triste? Porque é que é visível tanta necessidade naqueles rostos envelhecidos de gente que ainda vai vivendo naquele que foi o meu bairro?
Emocionei-me. Não pude chorar. O meu bebé acordou.
Presentación de José Luís Peixoto en el Aula Díez-Canedo - 21/01/2106 (por Luis Leal)
Después de daros las gracias por vuestra presencia, lo primero
que quiero decir es que no debería de estar aquí. Sin embargo, me encuentro
orgullosamente ocupando el lugar en el que, por derecho, debería de estar
Antonio Sáez Delgado, el hombre responsable de verter varias obras de José Luís
Peixoto al idioma de Cervantes y que sería la persona más adecuada para
presentar al autor en España.
Agradezco a Antonio la cariñosa confianza de entrenador y
confieso que me encuentro muy a gusto en
este papel de jugador salido del banquillo que, sin tiempo para calentar, lucha
en el césped con una sonrisa en la cara. La ilusión de estar aquí presentando a
este gran escritor es comparable y me recuerda mucho a un antiguo jugador de mi
querido “Sport Lisboa e Benfica”, Pedro Mantorras, que, con sus rodillas a
punto de irse al desguace, entraba en la cancha como un guerrero y la ilusión
de jugar por su equipo era más bonita que cualquier vitrina llena de copas,
botas o balones de oro.
Es verdad, no tengo las articulaciones tan dañadas como
las de Mantorras y llevo dos ladrillos calzados en lo que concierne a temas de
balompié. A pesar del placer que tengo en estar aquí, también es verdad, y debo
de reconocer, que conocí la obra de José Luís, teniendo en cuenta los años que
lleva publicando, relativamente tarde. Mea
culpa.
Conocía su nombre, un par de títulos suyos, incluso había
estado en mi universidad donde dejó a mis compañeras locas con sus palabras
sensiblemente tatuadas en la piel de un escritor con pinta de estrella de rock.
No me acuerdo por qué motivo no estuve presente, pero me alegro de no haber
estado. Hay que dejar que el tiempo se nos revele cuando le apetezca. Incluso
posteriormente, me di cuenta de que
José Luís había escrito un libro para el ayuntamiento de la ciudad donde nací, lo
que me llevó a uno de esos pensamientos que muchos tenemos, algunos
reconocemos, otros no:
¿Pero
qué hace un tío de Galveias escribiendo sobre esta ciudad? Este tío no tiene ni
puñetera idea de lo que es ser y tener que estar en estos pagos.
Me equivocaba. Lo leí, lo tengo y os lo recomiendo. Otra
vez mea culpa. El prejuicio es algo muy enojoso y nos hace personas poco
recomendables.
Años más tarde, casualmente, se me cruzó en una
biblioteca “Te me moriste” (Morreste-me)
y después, junto al Tajo, “Abrazo” (Abraço).
Pensé: “este tío se está acercando demasiado a mi espacio vital” y su presencia
se empezó a notar en las estanterías de las sucesivas casas en las que viví.
Unas navidades, Elsa, mi mujer, me
regaló el “Dentro del Secreto” (Dentro do
segredo), un libro que jamás me hubiera imaginado que llegaría a traducir
un día. Lo terminé y escribí una nota infantil en mi blog: “quiero ser amigo de
este tío”.
Este libro, uno de los menos reconocidos literariamente
de su obra, me llenó y me hizo pensar en una reflexión de Manuel António Pina:
“¿Deben de ser los escritores buenas personas? Hubo una época que creía que un
escritor debe de ser solamente buen escritor, hoy hesito.”.
Poco tiempo después, curiosamente el día en que yo
cumplía 33 años, José Luís me regaló en la prensa, en la revista “Visão” (donde
debería seguir escribiendo), una crónica que lo puso en mi barrio, criado en la
misma calle que yo, pero mayor que yo, de esos que ya salen por la noche y
están iniciados en los placeres de la carne, mientras que el resto de los críos
seguimos sentados en el portal de la casa de los abuelos y nos contentamos con
unas revistas mangadas del cajón de algún padre o encontradas en la perversión del
vertedero. José es de esos tíos enrollados que no desprecia a los críos del
barrio. Le gusta hablar con ellos, no se ríe de ellos. Se ríe con ellos.
Por eso, no tiene sentido que os hable de la obra
vastísima que tiene José Luís. Novela, teatro, crónicas, ensayo o la poesía que
lo ha traído a nuestra Aula Díez-Canedo. Prefiero que se presente él y es lo
que voy a hacer regalándole hoy la traducción de esa crónica regalo del dos de
mayo que, más que una declaración de intenciones como escritor, es una
declaración de intenciones como ser humano.
Lucha de Clases – José Luís Peixoto (Trad. Luis
Leal)
(Texto original publicado
en la revista “Visão” el 2 de mayo del 2013)
La cultura es usada como
símbolo de status por algunos, insignia, gemelos. La rareza es condición
indispensable de ese exhibicionismo. Solo cuando pertenece a pocos se puede
ostentar como diferenciadora. Esa colección de símbolos es descrita con
pronunciación más o menos afectada y tiene el objetivo de definir socialmente a
quien la enumera.
Para esos individuos raros,
la cultura es caracterizada por aquellos que la consumen. Por eso, conviene que
no haya mezclas. Conozco mejor el mundo de la lectura, por eso, lo tomo como
ejemplo: si, al comienzo de la madrugada, una de esas mujeres que se despierta
temprano y limpia oficinas es vista leyendo un determinado libro en los
transportes públicos, es posible que los snobs que asistan a esa escena lo
repudien de inmediato. Empezarán
definiendo esa obra como “lectura de limpiadoras” (probablemente utilizarán un
sinónimo más despectivo para describirlas).
Este ejemplo se aplica en
cualquier otra área cultural que pueda llegar a mucha gente: música, cine,
televisión, etc. Lo que más me sorprende es que estos “argumentos”, esta manera
de hablar y de pensar sea utilizada en medios supuestamente culturales por
individuos supuestamente cultos, y solo en escasas ocasiones se denuncia como
discriminadora desde el punto de vista sexual o social.
Eso son libros de tías,
dicen ellos. A veces, para colmo, hay incluso mujeres que dicen: eso son libros
de tías.
La raíz de mi cultura no
pertenece al elitismo. Estoy orgulloso de mis orígenes, de mi abuelo pastor, de
mi padre carpintero, como otros tienen orgullo de sus largos nombres
compuestos.
Después de un trabajo que
encierre convicciones profundas, que tenga en cuenta los principios de su área
artística, que sea consciente de la historia de esa área y que haga una
propuesta coherente e innovadora, creo en una divulgación lo más amplia
posible.
Esconder una obra en
tiradas de trecientos ejemplares no le añade un gramo de valor artístico.
Cuando esa falta de divulgación resulta de una elección, presupone, casi
siempre, falta de consideración por el público, la creencia de que un público
más amplio sería incapaz de entender tamaña sofisticación.
Creo que la poesía puede
publicarse en cajas de cerillas, escribirse con brocha o spray en las paredes,
imprimirse en camisetas, publicarse en Facebook. En cualquiera de esos lugares
será diferente pero en todos seguirá siendo poesía.
Es ridícula la idea de que
la divulgación desfigura. La banalización es siempre tarea de quien banaliza y
no del objeto banalizado. Quien no sea capaz de convocar sus sentidos y su
razón para apreciar una determinada obra, solamente por creer que se encuentra
muy difundida, tiene problemas graves a nivel de espíritu crítico y de la
exención más básica. Ese es uno de esos casos en que se aconseja un lavado de
ojos. Ahí es donde reside la desfiguración.
Admiro el pueblo al que pertenezco.
No el pueblo mitificado, admiro el pueblo cotidiano. Me gusta ir a mercadillos.
Me gusta comer pollo asado con las manos. Debo tanto a la cultura de este
pueblo como debo a Dostoievski. Hace unos meses, un personaje de una telenovela
citó un poema escrito por mí. Toda la gente de mi calle lo vio y lo escuchó. Mi
madre se sintió orgullosa y yo también.
Me llamo José o, si
preferís, Zé. Desprecio el elitismo. El verbo no es exagerado, se adapta bien a
lo que siento.
Siempre divulgaré mi
trabajo con la máxima dimensión de mis capacidades. Debo ese esfuerzo a la
convicción que tengo en aquello que elegí decir. Me pongo contento si veo mis
libros disponibles en supermercados, en correos, gasolineras o en bibliotecas
públicas.
Aquello que hago no existe
solo, necesita alguien que le dé sentido, su propio sentido e interpretación
personal. Si un árbol se cae solo en el bosque, sin nadie cerca, ¿hará ruido?
Por ese motivo, el esfuerzo de divulgación es también una muestra de respeto
hacia esas personas, es una señal de mi creencia en ellas y en su valor.
Exactamente como estas palabras, que existen porque las estás leyendo.
Escribo novelas, mi fuerza
de voluntad es enorme. Tengo 38 años, cuento con seguir por aquí durante
bastante tiempo. Todavía tengo mucho por hacer. Acostumbraos. No tengo miedo.
quinta-feira, janeiro 21, 2016
Quem fica em casa quando a luta começa (Bertolt Brecht)
Quem fica em casa quando a luta começa
E deixa os outros combater p'la sua causa
Tem de ter cuidado: pois
Quem não partilhou da luta
Partilhará da derrota.
Nem sequer evita a luta
Quem evita a luta: pois
Lutará p'la causa do inimigo
Quem não lutou p'la própria causa.
Bertolt Brecht
E deixa os outros combater p'la sua causa
Tem de ter cuidado: pois
Quem não partilhou da luta
Partilhará da derrota.
Nem sequer evita a luta
Quem evita a luta: pois
Lutará p'la causa do inimigo
Quem não lutou p'la própria causa.
Bertolt Brecht
quarta-feira, janeiro 20, 2016
Mais um dia de trabalho e apontamentos que não consegui escrever. Mais um dia de polémicas de dar mama no parlamento e tantos tontos a fixarem-se no dedo e não na lua que é apontada.
O silêncio vence nestes casos. Fui derrotado porque perdi tempo a argumentar com gente com alicerces de betão absoluto e tijolo burro. Em vez de estar para aí a gastar latim tolerante, devia ter feito o que sutilmente faço, aproximo-me de paredes que não interessam a ninguém e verto águas de assobio. A melhor forma de tratar um muro é ser cão.
"Ele conhece o desejo que ocultam as palavras" Ángel Campos Pámpano
Dedicatória da tradução:
A José Antonio Santiago
Ele conhece o desejo que ocultam as palavras
entre tantas palavras que imitam a alegria.
Ele conhece o desejo, o gesto desajeitado, o que delata
o pudor dissimulado de alguns nomes.
Ele conhece o desejo da imagem completa,
a vertigem da água, o que tende a perder-se.
Ele conhece o desejo, a fundura da voz
que não acerta a referir a ferida.
Ele conhece o esquecimento, essa rosa de ninguém,
e o ritmo submerso do hálito
que aflora no vidro.
(Paul Celan)
(Trad. Luis Leal)
terça-feira, janeiro 19, 2016
Filho, não tens porque ter as mesmas cicatrizes do papá.
O meu filho perguntava-me com a mão a percorrer a minha pele. Disse-lhe:
- Filho, não tens porque ter as mesmas cicatrizes do papá.
Riu-se e deu-me um abraço.
Dentro dos meus braços ocultei-lhe que ele já começa a ter as dele.
(Agarrei-me a ele.
Nesse momento fomos apenas pele).
- Filho, não tens porque ter as mesmas cicatrizes do papá.
Riu-se e deu-me um abraço.
Dentro dos meus braços ocultei-lhe que ele já começa a ter as dele.
(Agarrei-me a ele.
Nesse momento fomos apenas pele).
segunda-feira, janeiro 18, 2016
Presentación de Devir#2 en la librería Montevideo (16/I/2016)
Ayer, en la presentación de Devir#2. "Hay una cosa que ninguna ideología puede quitar a los verdaderos artistas: su conciencia de que son fundamentales a la vida como el pan." Miguel Torga
Gracias a todos los amigos de este proyecto, de Ruy y Nuno, que pronto tendrá el número 3.
EL SAMURAI Y EL PERRO (Anónimo)
Había una vez un samurái que solía tener la costumbre de pasear con su perro al cual tenía una gran estima.
Un día su perro se alejó de él y jugueteaba con las hojas que caían de los árboles. Más grande fué la sorpresa del samurái, cuando de repente su perro se lanzó corriendo contra él con aire fiero.
El samurái, que estaba bien entrenado desenvaino su espada y justo cuando el perro salto le corto la cabeza.
El samurái no entendió porque de repente su fiel perro se puso en contra suya.
Entonces elevo la cabeza y vio como una serpiente, que estaba en una rama, se estaba acercando peligrosamente a él. Cuando el samurái comprendió que lo que intentaba su perro era salvarle y no lastimarle lloro amargamente.
Fué entonces cuando recordó una vieja enseñanza de su maestro:
“El sentido de una acción no siempre es fácil de interpretar por eso, antes de desenvainar tu espada, asegúrate que esa es tu única opción.”
domingo, janeiro 17, 2016
quinta-feira, janeiro 14, 2016
São todos teus?
Anthony Fisher. 10 years old, looking over some of the 10,000 comic books. Sept. 22, 1946.
Que grande felicidade, rapaz!
Que grande felicidade, rapaz!
quarta-feira, janeiro 13, 2016
Un gesto para reflexionar y no reprochar.
Hoy en su investidura como diputada, Carolina Bescansa se llevó a su hijo de seis meses al congreso de los diputados.
Solo los que no viven en el mundo real no entienden este gesto simbólico que nos debería hacer reflexionar sobre el futuro de las generaciones víctimas de la dificultad que sus padres tienen en compaginar su derecho a la vida familiar y su derecho al trabajo.
Con tan escasa edad, este bebé es símbolo de que hay que luchar por los derechos de maternidad y paternidad, como también por todo lo que concierne a la primera infancia.
No es una falta de respeto hacia los otros padres que no pueden hacerlo, ni una molestia para el pequeño que dispone de guardería en el congreso de los diputados, es una actitud que, con el peso del futuro de tantos bebés, puede mejorar España y servir de ejemplo para tantos otros países.
Además de ser uno de los pocos, en ese lugar, cuya doctrina es verdadera y natural. Su mamá.
Solo los que no viven en el mundo real no entienden este gesto simbólico que nos debería hacer reflexionar sobre el futuro de las generaciones víctimas de la dificultad que sus padres tienen en compaginar su derecho a la vida familiar y su derecho al trabajo.
Con tan escasa edad, este bebé es símbolo de que hay que luchar por los derechos de maternidad y paternidad, como también por todo lo que concierne a la primera infancia.
No es una falta de respeto hacia los otros padres que no pueden hacerlo, ni una molestia para el pequeño que dispone de guardería en el congreso de los diputados, es una actitud que, con el peso del futuro de tantos bebés, puede mejorar España y servir de ejemplo para tantos otros países.
Además de ser uno de los pocos, en ese lugar, cuya doctrina es verdadera y natural. Su mamá.
terça-feira, janeiro 12, 2016
segunda-feira, janeiro 11, 2016
David Bowie morreu.
A semana passada apercebi-me que se celebrava a sua vida com um novo disco. Hoje morreu. Estranha sensação para quem admirava a sua obra. Morreu o camaleão mas a sua natureza fica para a eternidade protegida pelos deuses da música.
Vou-me deitar acompanhado por uma antologia de músicas do Bowie. Aqueles que não vivemos apenas de pão, estamos mais pobres...
"Ground control to Major David"...
"Brindemos por las locas" - Jack Kerouac
"Brindemos por las locas, por las inadaptadas
por las rebeldes, por las alborotadoras,
por las que no encajan,
por las que ven las cosas de una manera diferente.
No les gustan las reglas y no respetan el status-quo.
Las puedes citar, no estar de acuerdo con ellas,
glorificarlas o vilipendiarlas.
Pero lo que no puedes hacer es ignorarlas.
Porque cambian las cosas.
Empujan adelante la raza humana.
Mientras algunos las vean como locas,
nosotras vemos el genio.
Porque las mujeres que se creen tan locas
como para pensar que pueden cambiar el mundo son las que lo hacen."
Jack Kerouac
por las rebeldes, por las alborotadoras,
por las que no encajan,
por las que ven las cosas de una manera diferente.
No les gustan las reglas y no respetan el status-quo.
Las puedes citar, no estar de acuerdo con ellas,
glorificarlas o vilipendiarlas.
Pero lo que no puedes hacer es ignorarlas.
Porque cambian las cosas.
Empujan adelante la raza humana.
Mientras algunos las vean como locas,
nosotras vemos el genio.
Porque las mujeres que se creen tan locas
como para pensar que pueden cambiar el mundo son las que lo hacen."
Jack Kerouac
O Poeta Subsidiado
Subsídio directo para versos
será poesia estatal ou institucional?
O poeta subsidiado
encontra-se com a
musa das nove às cinco.
Em horário de
expediente
entregam-se a
afazeres e tarefas de amantes.
(Há que ser valente
mostrar tanto afecto
à frente
do patrão)
O poeta subsidiado
deixa de ser poeta
nas horas livres,
de ócio,
sem o controlo do
relógio
e de picar o ponto.
O poeta subsidiado
deixa de ser poeta
à porta do teatro,
no supermercado
e carregado com as
compras do mês no carro.
O poeta subsidiado
tem a obrigatoriedade da conta
no banco do estado.
Mas o banco do
jardim confessa à passarada
que não o tem
visto, nem à sua lírica
auxiliada.
O poeta subsidiado
vive dos fundos e
das siglas
da literatura de
candidatura.
O pedreiro que
alicerça o prédio
em frente manda
piropos em verso
(até que seja preso
por ter mais poesia
nas unhas cheias de
cimento
que tem um qualquer
poeta
inspirado
por um mecenato
pago por impostos
imposto
por uns poucos).
O poeta subsidiado
que peça ao
pedreiro,
(depois um
expediente carregado e nada apoiado),
que seja o seu
mecenas. Que a sua poesia
lhe alivia dos
tijolos a sua vida. Não o estado
armado em literato.
Se estivesse estado
a um possível mecenato de:
“vai mas é ser
poeta,
ó poeta de merda!”.
Com um verdadeiro vocativo
podia ser que
merecesse candidatar-se
a uma tranche de
dinheiro privado
para obra sem
cimento nem edifício futuro.
domingo, janeiro 10, 2016
sexta-feira, janeiro 08, 2016
quinta-feira, janeiro 07, 2016
Anestesia linguística RAP
Uma grande crónica, de há já umas semanas, cujo primeiro parágrafo, nada humorístico, me remete para algo que escrevi há uns anos. Não houve anestesia para esse momento, foi a sangue frio...
quarta-feira, janeiro 06, 2016
O Dia das Rainhas Magas (Crónica para o Projecto "Maria Capaz")
O DIA DAS RAINHAS MAGAS por Luís Leal
Um republicano como eu só poderia celebrar um dia dedicado aos reis se vivesse numa monarquia e é o que me acontece há já algum tempo. Essa intrusão do capitalismo no cristianismo chamada Pai Natal, e as suas renas assalariadas, é bem forte no meu Natal português, tendo mesmo derrotado o tradicional Menino Jesus que nos deixava as prendas no sapatinho. Em Espanha, país onde vivo, está longe de ser assim. São Nicolau é uma marca registada forte, sem dúvida, mas o Baltazar, o Gaspar e o Melchior são uma instituição que, ano após ano, traz aos niños e niñas muito mais do que ouro, incenso e mirra: traz-lhe as manhãs inesquecíveis da sua infância.
Ontem fui com a minha família assistir à Cabalgata de los Reyes. Fazia um frio à Hollywood, só não havia neve para lhe dar estilo. E lá estivemos nós a ver um desfile em que bombeiros, polícias e carteiros, super-heróis do dia-a-dia, acompanhavam os Reis Magos que nos saudavam, lançando rebuçados aos quilos para o jubilo, cáries e diabetes das nossas crianças. Tinha o meu filho mais velho aos ombros e quase não apanhámos rebuçados para que pudéssemos ver o que me pareceu uma bonita presença destes membros da comunidade no desfile. Valeu-nos a minha mãe e a minha mulher, afastadas do corso, com o carrinho do nosso bebé (extasiado com tantas luzes e cânticos natalícios), tal como a generosidade dum chico simpático, com uns 9 ou dez anos, que nos ia dando alguns rebuçados, com o argumento:
- Isto é só pelo prazer de os apanhar, os caramelos, porque no final nunca os como!
A véspera de Reis passou fria e feliz, com essa felicidade que espero que se estenda ao resto do ano para todos nós mas, ao chegar a casa, com a televisão sintonizada no telediario, deparei-me com a notícia de que uma autarquia espanhola, creio que a de Valência, organizara a Cabalgata de las Reinas Magas.
Esta iniciativa, de reconhecimento pelo papel fundamental da mulher na sociedade, para alguns, e de atrevimento e heresia constrangedora, para outros, trouxe as Rainhas Liberdade, Igualdade e Fraternidade a desfilar junto das crianças e a encerrar esta época natalícia repleta, como é normal todos os anos, de todos esses estereótipos positivos e negativos que lhes queiramos atribuir.
Pessoalmente, estes dias remetem-me para a infância, a minha de outrora e, agora, a dos meus filhos, dos familiares e amigos que vivem os seus verde anos. Quando se atribui a esta época a máxima hipócrita de que “Natal deveria ser todos os dias”, não sou capaz de contra-argumentar. Seria perder o meu tempo e o do outro. Mesmo assim prefiro pensar, nem que seja apenas uma vez ao ano, em alguns valores de partilha e solidariedade, arrastados por esta quadra. Se para isso é preciso uma data no calendário, que assim seja! Se estou constantemente a marcar coisas inúteis na agenda, é só uma questão de marcar mais uma e logo se vê.
No passado, só sabia que se celebrava o Dia de Reis pelas janeiras e pelo bolo-rei. Nunca fui fã de fruta cristalizada, pior ainda se me calhava a fava. Hoje dou por mim a construir manhãs de Lego com os meus filhos porque, felizmente, a minha mulher e eu, tivemos a possibilidade de lhes trazer estes “presentes de reis” que queremos ver transformados em cenários povoados por rainhas, bem ao género feminista, como a Liberdade, a Igualdade e a Fraternidade.
Cá em casa assumimo-nos heréticos e adorámos ver esta iniciativa do “Ayuntamiento” de Valência! Pergunto-me porque tornou a história tão convenientemente invisível a presença das rainhas? Onde é que já se viu uma visita de estado, mesmo que monárquico, do mais alto dignitário, sem ir de braço dado com a sua Primeira Dama?
Para o ano, temos a certeza que os nossos filhos quererão ver bombeiros, polícias e carteiros a desfilar com Reis Magos bem acompanhados pelas suas respectivas!
Um republicano como eu só poderia celebrar um dia dedicado aos reis se vivesse numa monarquia e é o que me acontece há já algum tempo. Essa intrusão do capitalismo no cristianismo chamada Pai Natal, e as suas renas assalariadas, é bem forte no meu Natal português, tendo mesmo derrotado o tradicional Menino Jesus que nos deixava as prendas no sapatinho. Em Espanha, país onde vivo, está longe de ser assim. São Nicolau é uma marca registada forte, sem dúvida, mas o Baltazar, o Gaspar e o Melchior são uma instituição que, ano após ano, traz aos niños e niñas muito mais do que ouro, incenso e mirra: traz-lhe as manhãs inesquecíveis da sua infância.
Ontem fui com a minha família assistir à Cabalgata de los Reyes. Fazia um frio à Hollywood, só não havia neve para lhe dar estilo. E lá estivemos nós a ver um desfile em que bombeiros, polícias e carteiros, super-heróis do dia-a-dia, acompanhavam os Reis Magos que nos saudavam, lançando rebuçados aos quilos para o jubilo, cáries e diabetes das nossas crianças. Tinha o meu filho mais velho aos ombros e quase não apanhámos rebuçados para que pudéssemos ver o que me pareceu uma bonita presença destes membros da comunidade no desfile. Valeu-nos a minha mãe e a minha mulher, afastadas do corso, com o carrinho do nosso bebé (extasiado com tantas luzes e cânticos natalícios), tal como a generosidade dum chico simpático, com uns 9 ou dez anos, que nos ia dando alguns rebuçados, com o argumento:
- Isto é só pelo prazer de os apanhar, os caramelos, porque no final nunca os como!
A véspera de Reis passou fria e feliz, com essa felicidade que espero que se estenda ao resto do ano para todos nós mas, ao chegar a casa, com a televisão sintonizada no telediario, deparei-me com a notícia de que uma autarquia espanhola, creio que a de Valência, organizara a Cabalgata de las Reinas Magas.
Esta iniciativa, de reconhecimento pelo papel fundamental da mulher na sociedade, para alguns, e de atrevimento e heresia constrangedora, para outros, trouxe as Rainhas Liberdade, Igualdade e Fraternidade a desfilar junto das crianças e a encerrar esta época natalícia repleta, como é normal todos os anos, de todos esses estereótipos positivos e negativos que lhes queiramos atribuir.
Pessoalmente, estes dias remetem-me para a infância, a minha de outrora e, agora, a dos meus filhos, dos familiares e amigos que vivem os seus verde anos. Quando se atribui a esta época a máxima hipócrita de que “Natal deveria ser todos os dias”, não sou capaz de contra-argumentar. Seria perder o meu tempo e o do outro. Mesmo assim prefiro pensar, nem que seja apenas uma vez ao ano, em alguns valores de partilha e solidariedade, arrastados por esta quadra. Se para isso é preciso uma data no calendário, que assim seja! Se estou constantemente a marcar coisas inúteis na agenda, é só uma questão de marcar mais uma e logo se vê.
No passado, só sabia que se celebrava o Dia de Reis pelas janeiras e pelo bolo-rei. Nunca fui fã de fruta cristalizada, pior ainda se me calhava a fava. Hoje dou por mim a construir manhãs de Lego com os meus filhos porque, felizmente, a minha mulher e eu, tivemos a possibilidade de lhes trazer estes “presentes de reis” que queremos ver transformados em cenários povoados por rainhas, bem ao género feminista, como a Liberdade, a Igualdade e a Fraternidade.
Cá em casa assumimo-nos heréticos e adorámos ver esta iniciativa do “Ayuntamiento” de Valência! Pergunto-me porque tornou a história tão convenientemente invisível a presença das rainhas? Onde é que já se viu uma visita de estado, mesmo que monárquico, do mais alto dignitário, sem ir de braço dado com a sua Primeira Dama?
Para o ano, temos a certeza que os nossos filhos quererão ver bombeiros, polícias e carteiros a desfilar com Reis Magos bem acompanhados pelas suas respectivas!
terça-feira, janeiro 05, 2016
literatura subsidiada
polémica na imprensa que já nem se distingue das redes sociais. haverá diferenças mas são cada vez mais esbatidas e merecedoras de análise. não tenho nem tempo nem paciência para isso. ontem, ou anteontem, a alexandra lucas coelho, jornalista e escritora, publicou um texto sobre o facto de, em portugal, há vários anos não existir apoios à criação literária. subsídios, bolsas, o que quer que seja que apoiem esta actividade (ou necessidade) da escrita.
devo dizer que entendo e concordo plenamente com os seus argumentos claros e assertivos, com críticas à sua pessoa nada justas com o que escreveu, mais em tom de reflexão que de imposição.
quantos de nós não gostaríamos de poder contar com um subsídio para escrever. vem-me logo à cabeça um título para um poema: "poesia subsidiada". nem os blocos e folhas soltas onde escrevemos têm apoio estatal, quantos de nós não o necessitariam e poder-se-iam rabiscar as obras emblemáticas da nossa língua no futuro.
li e concordei com a alexandra. até foi alvo de debate de ideias cá em casa. dei razão a todos.
o meu coração é que não é capaz de acreditar numa literatura equiparada a assessores políticos, como li comparada pertinentemente num comentário qualquer. a literatura não pode ser comparada com esse compadrio que prima pela inutilidade. se a literatura também tem esse lado de inutilidade, deixá-la assim. que seja o compromisso e a necessidade a subsidiá-la.
oiço muito o meu coração, dialogo com ele, mas quase nunca lhe faço caso.
principalmente hoje que tenho tantos rascunhos por aqui que um qualquer subsídio poderiam ajudar a converter em textos um bocadinho melhores do que não são.
depois de amanhã, volto ao trabalho onde vou arranjando os meus subsídios para comer e para escrever.
segunda-feira, janeiro 04, 2016
"Lewis Hine and The Baddest of Bad-Ass Messengers"
“Photojournalist Lewis Hine played an integral role in the creation of child labor laws in America. Hine took a post with the National Child Labor Committee in 1908 and spent the next ten years documenting child laborers and their working conditions around America. Though real child labor reform didn’t come about until 1938 (thanks as much to the Great Depression as anything) Hine’s photos nonetheless helped show America the destitute, exploitative conditions in which young children were forced to work. “
(ARI)
Lewis Hine (Oshkosh, Wisconsin, 26 de setembro de 1874 – Hastings-on-Hudson, Nova Iorque, 3 de novembro de 1940) foi um fotógrafo e sociólogo estadunidense pioneiro da fotografia documental e importante figura da mudança na legislação de trabalho infantil nos Estados Unidos, com mais de 5 mil fotografias sob a guarda da Biblioteca do Congresso.
(Wikipédia)
(ARI)
Autorretrato de Lewis Hine por volta de 1930
Lewis Hine (Oshkosh, Wisconsin, 26 de setembro de 1874 – Hastings-on-Hudson, Nova Iorque, 3 de novembro de 1940) foi um fotógrafo e sociólogo estadunidense pioneiro da fotografia documental e importante figura da mudança na legislação de trabalho infantil nos Estados Unidos, com mais de 5 mil fotografias sob a guarda da Biblioteca do Congresso.
(Wikipédia)