domingo, fevereiro 28, 2016

Fronteira – Manuel Rivas

Um dos moços portugueses levava debaixo do braço
os sapatos novos.
Foi esse o que morreu com o tiro.
O guarda pôs o joelho na terra e disparou.
Quando a mãe cruzou a fronteira,
só os rapazes estávamos ali.
Estendeu o avental e arrepanhou a terra ensanguentada.
Não quero que fique nada aqui.
(Trad. Luis Leal)
Do seu livro “Ningún cisne” (1989) em “o pobo da noite” (Manuel Rivas) “Antoloxía poética”. Edições Xerais, 2º edição, 1997  

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