sábado, novembro 01, 2025
Da época em que...
Puede que la ciencia...
terça-feira, outubro 28, 2025
"Cânticos do Cântico - 800 Anos do Cântico das Criaturas" (Antologia Poética organizada por Ruy Ventura)
28/X/2025: O catolicismo em que habitou parte da minha infância e juventude dotou-me de poucas hagiografias. Contam-se pelos dedos de uma mão: São Tiago, São Francisco Xavier, Santo Inácio de Loyola, São Cristóvão e, o primeiro de todos, graças a histórias contadas pela minha mãe, São Francisco. No entanto, o santo de Assis ficou nessa esquina do tempo onde tudo o que é pequeno é puro e belo, e prestei mais atenção à vocação missionária e ao conhecimento dos jesuítas. Decantei-me pelo espírito peregrino de Santiago de Compostela e nunca deixei de me lembrar dessa humilde medalha de São Cristóvão nos tabliers cheios de pó dos carros de muitos do meu bairro.
O Mestre Ruy Ventura conhece-me, sabe que os nossos substratos têm componentes orgânicos em comum, e estou-lhe imensamente grato por me incluir ao seu lado (e ao de poetas e referentes como Álvaro Valverde, António Cândido Franco, João Rasteiro, José Kozer, José Luís Peixoto, Nuno Matos Duarte ou Victor Oliveira Mateus, sem desprimor pelos demais, embora esteja mais familiarizado com as obras dos citados) e por publicar o meu Cântico do Vazio e do Todo, resgatado do baú desse amigalhaço nipónico do Corto Maltese que dava pelo nome de Enishi Yutui.
Fica como nota que, quando o nosso organizador nos desafiou a honrar os 800 anos do Cântico das Criaturas, ainda contávamos com a presença física de outro que elevou o legado de Francisco de Assis melhor do que qualquer um de nós: o Papa Francisco. Esta publicação, com o selo da Officium Lectionis, é em sua memória. A mesma pode ser adquirida no seguinte link: https://officiumlectionis.pt/produto/ruy-ventura-org-canticos-do-cantico/
28/X/2025: El catolicismo en el que habitó parte de mi infancia y juventud me dotó de pocas hagiografías. Se pueden contar con los dedos de una mano: Santiago, San Francisco Javier, San Ignacio de Loyola, San Cristóbal y, el primero de todos, gracias a historias contadas por mi madre, San Francisco. Sin embargo, el santo de Asís quedó en esa esquina del tiempo donde todo lo pequeño es puro y bello, y presté más atención a la vocación misionera y al conocimiento de los jesuitas. Me incliné por el espíritu peregrino de Santiago de Compostela y nunca dejé de recordar aquella humilde medalla de San Cristóbal en los salpicaderos llenos de polvo de los coches de muchos de mi barrio.
El maestro Ruy Ventura me conoce, sabe que nuestros sustratos tienen componentes orgánicos en común, y le estoy inmensamente agradecido por incluirme a su lado (y al de poetas y referentes como Álvaro Valverde, António Cândido Franco, João Rasteiro, José Kozer, José Luís Peixoto, Nuno Matos Duarte o Victor Oliveira Mateus, sin menosprecio por los demás, aunque esté más familiarizado con las obras de los citados) y por publicar mi Cántico del Vacío y del Todo, rescatado del baúl de ese amiguete nipón de Corto Maltés que respondía al nombre de Enishi Yutui.
Cabe señalar que, cuando nuestro organizador nos desafió a honrar los 800 años del Cántico de las Criaturas, aún contábamos con la presencia física de otro que elevó el legado de Francisco de Asís mejor que cualquiera de nosotros: el papa Francisco. Esta publicación, con el sello de Officium Lectionis, está dedicada a su memoria. Puede adquirirse en el siguiente enlace: https://officiumlectionis.pt/produto/ruy-ventura-org-canticos-do-cantico/
domingo, outubro 26, 2025
Springsteen: una sensación difícil de (d)escribir
Prémios Alentejo 2025
sexta-feira, outubro 24, 2025
"Deliver Me From Nowhere"
quinta-feira, outubro 23, 2025
En la era de la distracción crónica...
terça-feira, outubro 21, 2025
John Wesley - Tour de France [1974]
John Wesley - Tour de France [1974]
“The beauty of Mr. Wesley’s [work] is as much in the abstraction as the imagery. The reduced palette of pinks, coral reds, black and sky blue; the sensuous flux of curvy contour lines; and the perfect fitting of large shapes in the rectangle of the canvas - combine all that with tantalising imagery and you have paintings that are nearly impossible to look away from.”
[Ken Johnson, 2009]
(Gandalf’s Gallery)
domingo, outubro 19, 2025
"El brío es..."
Fuera de la caja
sábado, outubro 18, 2025
Polémicas
28/X/2025: Polémicas (literarias), para mí, se cortan con la navaja que llevo desde siempre en el bolsillo.
Polémicas (literárias), para mim, cortam-se com a navalha que trago no bolso desde sempre.
(Foto: "a salto de mata" de Luis Leal)
quarta-feira, outubro 15, 2025
domingo, outubro 12, 2025
"We live by faith, not by sight"
12/X/2025: Encontré esto en la playa ayer y no pude evitar asociarlo con una hermosa casualidad: “We live by faith, not by sight.”
Es posioble que la vida nos envíe pequeños recordatorios mediante encuentros, hallazgos o incluso tropezones. Hoy, al buscar la cita, me doy cuenta de que proviene de la Biblia, de san Pablo (2 Corintios 5:7: «Porque por fe andamos, no por vista»), uno de los primeros libros de mi vida, aunque llevo años alejado de él.
No sé si es mejor andar por la fe o por la vista. Sí sé qune, a día de hoy, hay quelk buscar la luz, no el mliedo. Y en esa luz, con la fe o con la vista, 9 podremos vislumbrar la esperanza.k
12/X/2025: Encontrei isto na praia ontem e não puode lm mdeixar de o associar a uma bela coincidência: “We live by faith, not by sight.”
É possível que a vida nos envie poequenos lembretes através de encontros, achados ou até tropeções. Hoje, ao procurar a citalção, dou-me conta de que provém da Bíblia, de São Paulo (2 Coríntios 5:7: «Porque andamos pela fé, e não pela vista»), um dos primeiros livros da minha vida, embora desde há anos esteja afastado dele.
Não sei se é melhor andar pela fé ou pela vista. Sei, isso sim, que hoje em dia é preciso procurar a luz, não o medo. E nessa luz, com a fé ou com a vista, poderemos sempre vislumbrar a esperança.
domingo, outubro 05, 2025
Aline Frazão - Um corpo sobre o mapa
Voice and guitar: Aline Frazão
Bass: Mayo
Drums: Miroca Paris
Trumpet: Jéssica Pina
terça-feira, setembro 30, 2025
"Trabajar menos, vivir mejor"/"Trabalhar menos, viver melhor"
sábado, setembro 20, 2025
domingo, setembro 14, 2025
Me cruzo con un viejo subrayado...
sábado, setembro 13, 2025
Por entre los guijarros ... Por entre os seixos...
quarta-feira, setembro 10, 2025
terça-feira, setembro 09, 2025
"O Zen e Andar de Bicicleta" - Crónica de Luis Leal in “Mais Alentejo”, nº 169, p. 102
"O Zen e Andar de Bicicleta" por Luis Leal
Sempre que me dirijo ao quiosque, tanto ao que resiste físico como ao que está instalado nos nossos dispositivos, lembro-me das palavras de Alejandro Jodorowsky e assumo a minha dependência: “Cada manhã, como um drogado, injecto uma dose de angústia: leio o jornal”. Necessitar física e/ou psicologicamente de determinada substância, objeto ou atividade não é o mais propício à verdadeira criatividade, ou, no meu caso, a um olhar minimamente desintoxicado. Portanto, desde há uns anos que abdiquei de informar-me através da televisão, fazendo-o apenas pela rádio e por algumas publicações tidas como de referência. Esta terapia opcional tem-me ajudado, sinto-me mais sóbrio e não tenho tido fortes recaídas. Este vício, agravado pela minha profissão e pela minha condição de progenitor, tende a levar-me a uma introspecção fronteiriça com a depressão, o que faz com que se olhem de soslaio com demasiada frequência. Admitir este facto ajuda-me e também é um dos motivos pelos quais sempre que me agarro à caneta tendo a pensar em temas sociais, políticos e até de economia! O caríssimo leitor sabe que, às vezes, caio na esparrela e, ao ler quem sabe, penso: “para que é que te pões a escrever sobre estes assuntos?”. Hoje espero não cometer esse erro e ser fiel à rubrica que o António Sancho me confia e versa sobre “Trabalhos&Paixões”.
A significativa falta de atenção do mundo contemporâneo (agudizada pelas armas de destruição massiva que trazemos nos bolsos, os nossos smartphones, e com um mercado emergente da concentração, mas esse não é o tema) há muito fez interessar-me por filosofias como o Zen, ou seja, essa perspectiva nada religiosa da existência com um foco particular no cultivo da atenção, na vacuidade, no não fazer propositado, na higiene de pensamento, na plena presença e na sua consequente correlação de tudo o enunciado com uma maior compaixão, a qual nos leva indefectivelmente a uma sensação de paz e bem-estar. Não sou nenhum guru, muitíssimo menos iluminado, mas a verdade é que esta filosofia oriental, celebrizada através da cultura japonesa, já me pôs no meu sítio ao recordar-me um simples mantra “quando comes, comes, quando dormes, dormes” (ao qual juntei “quando escreves, escreves”).
Contudo o Zen chegou quando já tinha, sem saber, uma velha filosofia de infância, o simples andar de bicicleta. Comecei relativamente cedo, numa velha Órbita, e a bicicleta mostrou-me ser o meio de transporte mais propício para a receptividade dos nossos sentidos. Se pensarmos bem, o que melhor se adapta ao “aqui” e ao “agora” são os cinco sentidos. O vento na cara, o frio nas mãos, o calor nas costas, por vezes transformado em suor, ou o sol e a sombra só possível de contemplar no Alentejo. Todo o contrário da nossa mente, entidade fundamental para a identidade, mas que teima a vaguear pelo passado e pelo futuro, arrasando a experiência do momento, esse “Carpe Diem”, derivado da visão, da audição, do olfacto, do tacto e do paladar.
Em tempos olhei para a bicicleta desde uma perspectiva desportiva, cheguei a comprar calções de licra almofadados para a austeridade do selim e “camelbacks” para a hidratação, mas não sou pessoa de performances, vi que a roupa ajustada mostra-me ainda mais ridículo do que sou, e, naturalmente, agarrei-me a este belo velocípede sem esperar outra coisa que a mera circunstância de pôr-me em movimento contrariando algumas imposições sociais, tendências sedentárias, ou apenas ir a um determinado lugar de maneira económica, convertendo o seu uso numa forma de prática introspectiva. Há quem diga que isso é Zen puro e eu acredito. Portanto, tal como o ciclismo centrado no acto de pedalar apenas para manter o equilíbrio, o Zen não é um método, nem um dogma e, repito, não é uma religião. É um modo de encarar a vida, é uma experiência sensorial difícil de verbalizar, permitindo estabelecer um maior contacto connosco próprios e recuperar alguma da atenção perdida pelo caminho. Não elimina temores, ansiedades, reacções, hábitos, enfim, não é a panaceia, tem sim a capacidade de nos mostrar como tantas coisas alheias a nós próprios obstruem a nossa essência, tudo isto com um modesto recordatório: “Quando andas de bicicleta, andas de bicicleta”.
![]() |
| Luis Leal, "Zen Fixie Guadiana I" |
![]() |
| Luis Leal, "Zen Fixie Guadiana II" |
"O Zen e Andar de Bicicleta" - Crónica de Luis Leal in “Mais Alentejo”, nº 169, p. 102
quinta-feira, setembro 04, 2025
Setembro amanhece...
domingo, agosto 31, 2025
Según una autora del "New York Times"...
sexta-feira, agosto 29, 2025
No suelo compartir publicaciones del pasado...
29/VIII/2025: No suelo compartir publicaciones del pasado (es una costumbre que mantengo para intentar alejarme de la nostalgia —¡y no tuviese yo sangre “saudosa”!—). Sin embargo, al leer una reflexión de Irene Vallejo sobre el brutalismo imperante en la forma de comunicarnos y en la sociedad en general, y unas palabras de Carolina Yuste acerca de que quienes no envenenan con discursos de odio, ni reducen a simplismos lo que es complejo, no deben abdicar de su presencia en las redes sociales, he decidido volver a publicar una de las crónicas que sé que no han empeorado el mundo. Se llama “Ser amable”, fue publicada en “Mais Alentejo” en 2019, y merece la pena intentarlo.
29/VIII/2025: Não costumo partilhar publicações do passado (é um hábito que mantenho para tentar afastar-me da nostalgia — e não tivesse eu sangue “saudoso”! —). No entanto, ao ler uma reflexão de Irene Vallejo sobre o brutalismo imperante na forma de nos comunicarmos e na sociedade em geral, e umas palavras de Carolina Yuste acerca de quem não envenena com discursos de ódio, nem reduz a simplismos o que é complexo, não dever abdicar da sua presença nas redes sociais, decidi voltar a publicar uma das crónicas que sei que não tornaram o mundo pior. Chama-se “Ser Amável”, foi publicada na “Mais Alentejo” em 2019, e vale a pena tentar.
https://senderosdereflexao.blogspot.com/2025/08/cronica-ser-amable-de-luis-leal-in-mais.html
Crónica: "Ser amable" de Luis Leal (in "Mais Alentejo" nº150, p.62, traducción española)
Ser amable - Luis Leal
La primera mirada desde la ventana por la mañana, el viejo libro reencontrado, rostros entusiasmados. Nieve, el cambio de estaciones. El periódico, el perro, la dialéctica. Ducharse, nadar. Música antigua. Zapatos cómodos. Comprender. Música nueva. Escribir, plantar. Viajar, cantar. Ser amable.
Si lo vemos bien, este primer párrafo podría ser, perfectamente, una lista de pequeñas satisfacciones. Un inventario que deberíamos hacer con más frecuencia y que, si hacemos las cuentas, está repleto de cosas que no son caras o son peligrosamente gratis. Sin embargo, lo único que es mío en este párrafo, tan simple como reconfortante, es la traducción y adaptación de la sintaxis al portugués de la versión española del original alemán del poema Placeres, de Bertolt Brecht.
Que mi estimado lector no se preocupe por esta apropiación de tercera mano. Seguro que el dramaturgo y poeta alemán, al listar estos versos, lo hizo sin ningún sentimiento de exclusividad. Cualquier poeta, digno de tal nombre, no piensa en eso. Agradece el don del primer verso de un poema que brota en generosa reciprocidad.
La verdad es que si, en este preciso momento, tuviera que apropiarme del poema, cambiaría pocas cosas. ¿Por qué no atreverme y, quién sabe, encontrar algunas de las emociones que últimamente se me han escapado? ¿Me acompaña en una lista paralela? ¡Vamos allá!
Placeres por Luis Leal:
Subir la persiana por la mañana, el libro subrayado, sonrisas en el rostro. Temperatura templada, la existencia de cuatro estaciones. La revista, el perro, las gatas, los niños, Byung-Chul Han. Ducharse, andar en bicicleta. Música antigua. Pies descalzos. Comprender. La buena recomendación musical. Escribir. Tener agua para regar. Flanear. Abrazar. Ser amable.
Si esto no fuera una reflexión hecha crónica, mi estimado lector bien podría acusarme de falta de originalidad rozando el plagio. Asumo ese hecho, con humildad y sin discusión. Sin embargo, a medida que veo pasar los años, cada vez estoy más convencido de que deberíamos plagiar el último verso de Brecht, el de “ser amable”.
Tengo fe en que esa es la verdadera fórmula para un mundo mejor. Buenos días, buenas tardes, hola, gracias, de nada, con permiso, por favor, etc. Un día con amabilidad mejora cualquier existencia, aunque sea por unos segundos. Parece que eso, como el lobo ibérico, está en peligro de extinción y hasta se confunde con “micromachismos”. Al parecer, según un artículo pretenciosamente feminista, el simple hecho de que yo abra la puerta a una mujer y le ceda el paso me convierte en micromachista. Como también lo hago con hombres y, el otro día, incluso lo hice con el caniche de mi vecina, debo de tener otro nombre. Tal y como va el mundo hoy en día, no me atrevo a decir educado.
Cuando la sociedad moderna, tan rápida como despistada, nos transmite que lo tenemos todo garantizado, palabras o expresiones como “agradecido”, “grato” o “muchísimas gracias” se relegan a cultismos. Es una pena, porque si reducimos la velocidad a la que vivimos, veremos que la amabilidad y la gratitud se pasean por esta vida de la mano y con buen rumbo.
Es muy raro que deje una crónica de Mais Alentejo para última hora, pero confieso que esta fue redactada en el deadline que António Sancho nos permite antes de enfadarse en “furia verde”(1), pues jamás permitiría ponerse de otro color. Clubismos aparte, seguro que mi estimado lector ya se ha dado cuenta de que tiene entre manos el ejemplar nº 150 de un viejo sueño de nuestro director, de nuestro António Sancho. Una quimera hecha realidad que ya ha alcanzado la mayoría de edad de un proyecto competente, de calidad sin fronteras regionales y que, desde hace tiempo, también es conocido en el país donde habito y escribo estas palabras: España.
¿Qué puedo decir más allá del agradecimiento por formar parte de este ilustre equipo de Mais Alentejo? Poco o nada. Solo comparto cómo es recibir la revista cada vez que acaba de ser editada. Con placer. Uno de esos pequeños grandes placeres que junto a mis versos robados a Brecht.
quinta-feira, agosto 28, 2025
segunda-feira, agosto 25, 2025
Con el arcoiris bajo el brazo...
sexta-feira, agosto 22, 2025
Tallado en madera resistente...
quinta-feira, agosto 21, 2025
"Cheiro de ferrovia/Olor de ferrocarril" - Luis Leal, "I Certame de Microrrelatos em Português Raquel Gafanha", 2025, p. 21.
Cheiro de ferrovia
“Só nos tornamos homens quando o nosso pai morre”, dizem-me. O meu não morreu, mas, ao descer na última estação, algo em nós se silenciou, apesar do pulsar continuo herdado do sangue e dos gestos. Trisavô, bisavô, avô, pai – um caminho-de-ferro na genética e na memória. Cresci graças a conduzirem comboios, a limparem o esterco dos animais empilhados nas carruagens, impedido de prosperar como adubo por despotismo de chefes, vagões atrelados a pequenos poderes, num país saudosista e salazarista.
O cheiro a carvão, a gasóleo e a suor sempre será mais forte do que qualquer perfume na minha roupa. A vida, às vezes, é só isso: um cheiro do passado. Não fujo ao meu, ao de ferroviário.
Luis Leal
Badajoz, 25 de Abril de 2025
Olor de ferrocarril
“Solo nos convertimos en hombres cuando nuestro padre muere”, me dicen. El mío no ha muerto, pero, al apearse en la última estación, algo en nosotros se quedó en silencio, a pesar del latido continuo heredado de la sangre y de los gestos. Tatarabuelo, bisabuelo, abuelo, padre: un ferrocarril en la genética y en la memoria. Crecí gracias a que conducían trenes, a que limpiaban el estiércol de los animales amontonados en los vagones, impedido de prosperar como abono por el despotismo de jefes, vagones enganchados a pequeños poderes, en un país "saudosista" y salazarista.
El olor a carbón, a gasóleo y a sudor siempre será más fuerte que cualquier perfume en mi ropa. La vida, a veces, no es más que eso: un olor del pasado. Yo no huyo del mío, del de ferroviario.
Luis Leal
Badajoz, 25 de abril de 2025
São fotos onde se encontra o meu avô Ventura Pinto, pai do meu pai. Na primeira foto, é o segundo à direita de pé e, na segunda, é o primeiro à direita na janela da carruagem.
I Certame de Microrrelatos em Português “Raquel Gafanha”
terça-feira, agosto 19, 2025
Premio Internacional de Fotografía Santiago Castelo 2024 y "microrresistencia"
19/VIII/2025: Se está quemando estos días demasiado patrimonio, natural y material de todo tipo, principalmente en unos incendios de los que ni siquiera merece la pena hablar, pues siento que mis palabras podrían ser las mismas de hace décadas. Sin embargo, cuando pienso en mi impotencia ante este mundo inflamado, en la “quema” de instituciones, cuando me enfrento a la insensibilidad que nos mata por dentro y a la “lejanía” del dolor (y del color) del otro, mi manera de sobrevivir se encuentra en la cercanía y en la colaboración; es decir, en colaborar, en laborar con otros. Y doy las gracias a quienes se acuerdan de mi labor y me invitan a acompañarles en sus proyectos (el filósofo José Carlos Ruiz le llama “microrresistencia”, por otras palabras “es intentar ayudar a la gente que tienes a tu alrededor en la media de tus posibilidades, para que no te insensibilices con los grandes temas de la vida que aparecen en los telediarios”).
Afortunadamente, en Extremadura se sigue dinamizando el Premio Internacional de Fotografía Santiago Castelo, a través de la Asociación de Extremadura para la UNESCO, destinado a las regiones de Alentejo, Centro y Extremadura. Mi colaboración es modesta, pero placentera, y se debe a que mi maestro José Luis Bernal siempre se acuerda de mí para que traslade al portugués la poesía del patrono de este premio, el añorado Santiago Castelo. Aquí tenéis mi colaboración para el catálogo de 2024.
19/VIII/2025: Está a arder, nestes dias, demasiado património, natural e material de todo o tipo, sobretudo em incêndios dos quais nem sequer vale a pena falar, pois sinto que as minhas palavras poderiam ser as mesmas de há décadas. Contudo, quando penso na minha impotência perante este mundo em chamas, na “queima” de instituições, quando me confronto com a insensibilidade que nos mata por dentro e com a “distância” da dor (e da cor) do outro, a minha forma de sobreviver encontra-se na proximidade e na colaboração; isto é, em colaborar, em laborar com outros. E agradeço a quem se lembra do meu trabalho e me convida a acompanhá-los nos seus projetos (o filósofo José Carlos Ruiz chama-lhe “microrresistência”, por outras palavras “é tentar ajudar a gente que tens ao teu redor na medida das tuas possibilidades, para que não te insensibilizes com os grandes temas da vida que passam nos telejornais”).
Felizmente, na Extremadura continua a dinamizar-se o Prémio Internacional de Fotografia Santiago Castelo, através da Associação da Extremadura para a UNESCO, destinado às regiões do Alentejo, Centro e Extremadura. A minha colaboração é modesta, mas gratificante, e deve-se ao facto de o meu mestre José Luis Bernal nunca se esquecer de mim para traduzir para português a poesia do patrono deste prémio, o saudoso Santiago Castelo. Aqui vos deixo a minha colaboração para o catálogo de 2024.



















