quinta-feira, maio 29, 2008

No Coments


O aumento do preço dos combustíveis está a gerar uma onda de protestos em França, com os pescadores a atacar as autoridades e a queimar bandeiras da União Europeia. Eu pergunto:
- Será que vai acontecer o mesmo em Portugal?
- O que faz aí o Gerry MacCann?

Sem título - Sebastião da Gama

Conheço pouco acerca deste grande poeta e pedagogo. Para dizer a verdade, creio que li algo dos seus diários, mas onde, sinceramente não me recordo. Comecei a reparar um pouco mais na sua breve existência quando me iniciei nas lides do mergulho, quando conheci a Arrábida e os seus encantos, deixando-me submergir à sua vontade.
Hoje, em busca de materiais líricos para um projecto, encalhei no Sebastião e, em sua memória, publico este seu poema e uma fotografia de uma das poucas fortificações filipinas existentes em território luso.
Talvez muitos de vós, vos identificais com as suas palavras, no meu caso, creio que os tempos mudaram… como eu gostava que o mundo tivesse ignorantes deste tipo.

Nasci p'ra ser ignorante

Mas os parentes teimaram

(e dali não arrancaram)

em fazer de mim estudante.

Que remédio? Obedeci.

Há já três lustros que estudo.

Aprender, aprendi tudo,

mas tudo desaprendi.

Perdi o nome às Estrelas,

aos nossos rios e aos de fora.

Confundo fauna com flora.

Atrapalham-me as parcelas.

Mas passo dias inteiros

a ver um rio passar.

Com aves e ondas do Mar

tenho amores verdadeiros.

Rebrilha sempre uma Estrela

por sobre o meu parapeito;

pois não sou eu que me deito

sem ter falado com ela.

Conheço mais de mil flores.

Elas conhecem-me a mim.

Só não sei como em latim

as crismaram os doutores.

No entanto sou promovido,

mal haja lugar aberto,

a mestre: julgam-me esperto,

inteligente e sabido.

O pior é se um director

espreita p'la fechadura:

lá se vai licenciatura

se ouve as lições do doutor.

Lá se vai o ordenado

de tuta e meia por mês,

Lá fico eu de uma vez

um Poeta desempregado.

Se me não lograr o fado,

porém, com tais directores,

e de rios, aves e flores

somente for vigiado.

Enquanto as aulas correrem

não sentirei calafrios,

que flores, aves e rios

ignorante é que me querem.


Sin amarras...


La mar nos lleva a mundos donde hay que dejar las amarras en tierra. La añoranza de la mar me recuerda todo lo que ser argonauta significa…“navegar es preciso, vivir no es preciso”…

O antes e o depois...

Lembro-me bem das expectativas megalómanas que Portugal tinha para a sua exposição mundial, todo o esforço e todo o empenho em divulgar a “Expo 98” no estrangeiro de forma a obter, ainda em tempo de escudos, divisas mais fortes. O investimento foi muito, também houve algum elitismo, pois a “Expo 98”, tal como a zona que daí foi reabilitada, hoje “Parque Expo”, foi concebida para a bolsa de apenas alguns, mas, como a história fez questão de vincar, foi o “Zé Povinho” quem salvou a exposição mundial de Lisboa do fracasso (no entanto devo dizer que eu, e muitos como eu, nunca nos inteiramos dos reais relatórios de contas).

Volvidos 10 anos, a exposição mundial está mais a este da península, em Zaragoza, com a temática, já não dos oceanos, mas sim da água. Qual é a principal diferença? Seguramente existirão muitas, mas a que creio ser mais evidente prende-se com a necessidade que Espanha não tem de tornar a sua “Expo 2008” no centro dos seus futuros ingressos. Pode parecer uma diferença simples, mas aí reside toda a diferença e não foi preciso uma feijoada para o “Guiness Book” encima de uma Ponte que foi um atentado ambiental e que pouco ajudou a resolver os problemas de trânsito da capital, Lisboa.

Daqui a dez anos falamos…



Seriam boas intenções?

Com a crise dos combustíveis, com a perenidade do petróleo, as nações tiveram necessidade de encontrar alternativas (algumas com a falsa moralidade da grande economia e da alta finança) e surge a tendência dos biocombustíveis, com um possível Brasil ao leme…

O que não se pensou foi no encarecimento de algo ainda mais importante, que o petróleo e políticas ambientalistas, encareceu-se o preço do que é básico, os cereais, que se reflectem na sociedade em forma de muitas coisas, sendo a mais importante o pão.

O mundo vive tempos de mudança em que a prudência é fundamental, pois é muito importante saber educar para a preservação do ambiente, mas também é necessário matar a fome de um mundo injusto que, na sua condição, é totalmente alheio a teorias ambientalistas.

Hoje a comissária europeia para a Agricultura e Desenvolvimento Rural, Mariann Fischer Boel, reconheceu o impacto que o aumento do preço dos combustíveis tem na actividade agrícola, mas recordou que a Europa está muito dependente de países terceiros nesta área, pois importa grande parte de energia que consome.

A comissária recordou que a União Europeia já avançou algumas medidas para tentar minorar as consequências da subida dos preços dos cereais como a abolição do pousio que vai acrescentar o terreno cultivado em cerca de 10 por cento, o equivalente a uma produção entre 13 e 15 milhões de toneladas.

Não sou a pessoa mais indicada para falar sobre questões técnicas, nem de quotas inerentes à agricultura, daí que pouco posso opinar sobre esta medida, o que me preocupa tem que ver com outra declaração "Não voltaremos a ter os preços baixos de 2006", resultado de várias descidas que não se vão repetir, pelo que entendi. Curioso é que a economia europeia, e mundial, não acompanha os reais preços que continuam demasiado altos.

Sempre soubemos que a fome não é apanágio exclusivo de África, mas, caso não estejamos atentos e cautos, será cada vez mais uma evidência no dito mundo ocidental e na nossa velha Europa.


quarta-feira, maio 28, 2008

Nada de novo, mas vale a pena ler...


Não estou totalmente de acordo com a mundivisão desta cronista, creio que isto é um exemplo de um caso à parte em Inglaterra, no entanto, vale a pena reflectir e ler as suas palavras.
O grande problema reside nas cifras que se têm de apresentar em Bruxelas todos os anos, mesmo que na realidade sejam tudo tretas...
Este fim-de-semana, de conversa com um grande amigo, ele falava-me de uma hipotética conspiração internacional para minar o sistema educativo ocidental, base da sociedade que conhecemos. Eu apenas digo: "Há detalhes curiosos...".
Obrigado São por me chamar à atenção para esta crónica.

España en Bici

Este libro-guía se publicó por primera vez en 1992, lo cual ya era, a su vez, una puesta al día y ampliación de la publicación de viajes "España en bici" de 1984.
Así pues, aquí tenemos un intento sincero de transmitir la experiencia acumulada de más de veinte años de viajes cicloturistas de alforjas a lo largo y ancho de España.
Cada una de las rutas, aquí presentes, son experiencias vividas a pie de pedal que han hecho cambiar los autores la forma de ver a las personas y los paisajes donde habitan.
Os recomiendo, podéis viajar en vuestro sofá y sintiendo la armonía de las dos rodas y su comunión con la armoniosa naturaleza.

domingo, maio 25, 2008

A minha primeira posta

Olá comunidade!
É com muito gosto que assino a minha primeira posta neste grande blog.

Até breve.

"Gene Canhoto" - Crónica da Joana Amaral Dias no "SEXTA"


Não é propriamente a minha "opinion-maker" favorita, mas creio que este artigo está muito bom. Convido-vos a ler e reflectir.

"O preço dos combustíveis não pára de aumentar, ao contrário do prometido aquando da sua liberalização. Trata-se do resultado de uma grosseira especulação das petrolíferas, perante a complacência deste Governo. Acompanhada pela cegueira da direita, que pede a baixa de impostos. Ou seja, do PS ao CDS/PP, ninguém está disposto a atacar o núcleo deste problema: os lucros selvagens das petrolíferas. Entretanto, os consumidores esvaziam os bolsos. Sem encherem o depósito.

O Executivo, cansado de saber o que se passa, encena preocupação. E o Presidente da República nada adianta. Depois de tantos anos de inflacionamento dos preços, só quando estes começaram a aumentar a um ritmo semanal (e nem sei se entre a hora que escrevo e a hora que sai este jornal os combustíveis não estarão ainda mais caros), o ministro da Economia pediu à Autoridade da Concorrência (AdC) para investigar uma eventual cartelização. Como se o Governo fosse alheio à questão. Embora a Galp seja uma empresa participada pelo Estado e essa autoridade tenha o dever de investigar, sem precisar de «pedidos». Mesmo que todos os automobilistas já tenham verificado que as subidas são coordenadas nas diferentes gasolineiras. Ainda que o aumento do petróleo em dólares seja acompanhado pela desvalorização dessa moeda perante o euro.

A Galp detém o exclusivo da refinação em Portugal e controla mais de metade do mercado. Os seus preços são uma referência para as restantes petrolíferas. Nem sequer é necessário acordar aumentos. Mas o Estado, accionista da Galp, nada faz contra esta concentração. O Governo está mais interessado em proteger a empresa do que o consumidor. Já o Presidente da República elogiou o Governo por solicitar essa investigação (cujos resultados chegarão muitos aumentos depois). Ou seja, louvou-o por cumprir tardiamente a sua estrita obrigação, e mesmo que a AdC devesse apresentar iniciativa própria.

Claro que o presidente da Galp, com o maior desplante, diz-se vítima duma esmagadora carga fiscal. A direita portuguesa aplaude. Embora, neste primeiro trimestre de 2008, essa mesma empresa registasse um lucro de 109 milhões de euros.

Mas os impostos são justos, pois não incidem sobre os mais desfavorecidos e taxam um produto poluente. Mais. A razão dos elevados custos dos combustíveis não reside nos impostos e os preços não dependem somente do valor do crude. Existem outros custos, como os associados às transformações nas refinarias, nomeadamente os custos com salários. Ora, no nosso país, os salários são muito mais baixos quando comparados com a média na UE. Cerca de metade. O que deveria conduzir a um preço de venda ao público mais baixo do que nos demais países europeus. Contudo, o preço da gasolina sem chumbo 95, sem impostos, é mais alto em Portugal do que na maioria dos países da Europa, nomeadamente mais elevado do que na Irlanda, Espanha, Reino Unido, França, Bélgica, ou Alemanha. E só Itália e Grécia apresentam um preço de gasóleo, antes dos impostos, mais elevado do que em Portugal. Em todos os outros países é mais baixo.

Outros dados mostram que o aumento dos preços dos combustíveis não tem relação com as variações dos preços do petróleo na data em que foi adquirido (meses antes de ser vendido). Ou seja, as petrolíferas aumentam arbitrariamente o preço dos combustíveis e só faltava que os impostos baixassem para que pudessem lucrar ainda mais.

Entre a diminuição dos avultados lucros das petrolíferas e a descida dos impostos ? tão necessários num país que continua com graves desigualdades e acentuada desprotecção social ? é obviamente preferível a perda de lucros. Mas já que o Governo finge nada entender e nada poder e a Galp só pretende que Estado e consumidores abdiquem de rendimentos a seu favor, resta a justiça pelas próprias mãos. Isto é, terão que ser os próprios consumidores a defender os seus interesses. E chega de protestos. É necessário passar ao boicote. Já."


Tive que a aumentar!

Amigo Nelson, tive que destacar esta fotografia! Quando a vi algo me disse que tinha de ser publicada em solitário...
Será mesmo a terra para quem a trabalha? Ou a terra para preservar o nosso futuro?
Obrigado.

Ainda Abril


Aqui ficam algumas fotos por mim recolhidas junto do CDARA ( Centro de Documentação e Arquivo da Reforma Agrária), existentes no recentemente inaugurado Arquivo Municipal de Montemor-o-Novo. Devo confessar que a mim estas fotos dizem muito.

sexta-feira, maio 23, 2008

Iñaki Ochoa se apaga en el Annapurna

Cinco días de esfuerzos indescriptibles no han servido para salvar la vida del alpinista navarro Iñaki Ochoa de Olza, que ha fallecido esta mañana a las 08.45 (12.30 en Nepal) en la tienda del campo 4 de la cara sur del Annapurna. Iñaki no ha muerto solo: junto a él, y desde ayer, seguía el suizo Ueli Steck hidratándole y medicándole de acuerdo a los consejos de un equipo médico reunido en Pamplona por Koldo Aldaz, Jorge Nagore y Cristina Orofino, íntimos del himalayista navarro y auténticos responsables del despliegue técnico y humano puesto en marcha desde el lunes para socorrerle.
A primera hora de la mañana, sólo había sitio para la esperanza en Pamplona: el kazajo Dennis Urubko había dejado el campo 3 con oxígeno embotellado en su mochila, un medio para mantener a Iñaki unas horas más con vida. Por debajo, en el campo 2, un médico polaco esperaba con una cámara hiperbárica e, incluso el ruso Sergei Bolotov, aquejado de un edema pulmonar se había negado a descender hasta el campo base y había vuelto sobre sus pasos hasta alcanzar el campo 3. Todo por Iñaki.
En un gesto de profundo conocimiento de lo que implica permanecer en una montaña de estas características, la familia del alpinista navarro ha solicitado a las 14 personas involucradas en el rescate que desciendan cuanto antes, máxime cuando el tiempo ha empeorado bruscamente. Sólo Urubko prestará ayuda al suizo Steck mientras la familia aplaza cualquier decisión sobre el cuerpo de Iñaki Ochoa.
Iñaki, atrapado a 7.400 metros desde el lunes, ha vivido las últimas 48 horas contra el reloj: el cuerpo humano se 'come' a sí mismo a esa altura, se degrada sin remedio. Lo sabía bien Iñaki, lo sabía su familia, los médicos y los alpinistas que han corrido montaña arriba para evitar éste desenlace. Se va uno de los himalayistas más carismáticos y comprometidos del momento. Queda una enorme lección de solidaridad.

In "El País" Digital

Já vi...


Queria voltar atrás, à minha infância no Pátio do Carvalho, às aventuras do "Indiana Pinto" (a nossa versão caseira) com o meu mano Rui. Voltei, no dia da estreia, algo que não fazia há muito, mas não vou dizer mais nada (por respeito à gente infantil como eu que espera ansiosamente ver o chicote e o chapéu do arqueólogo mais famoso do mundo!).
Mais tarde comentarei...
"tantarantan tantaran..." A música continua com a batuta do grande John Williams!!!

A mesma história de sempre... (Uma vez mais todos temos culpa, isto não são só reflexos da crise internacional!)


"Portugal destaca-se no relatório sobre a Situação Social na União Europeia (UE) dos 25, divulgado ontem, como o país onde a desigualdade na repartição de rendimentos é maior, ultrapassando mesmo os valores dos Estados Unidos da América.
No outro prato da balança encontram-se a Suécia e a Dinamarca, países onde a distribuição é mais equitativa. Revela ainda o relatório que, por cá, são mais de dois milhões os pobres (2 135 000), 57% dos quais trabalhadores, 24% idosos e 19% crianças.
A falta de emprego é um dos grandes determinantes da pobreza - sobretudo quando se trata de casais com um ou dois filhos e onde um dos elementos está desempregado há pelo menos um ano - juntando-se a este factor um outro, na lista de dificuldades dos agregados: os salários baixos.
Esta combinação adversa está, aliás, a levar muitas famílias ao desespero, realidade que, segundo a mesma fonte, é particularmente visível na Eslováquia, Hungria e também em Portugal.
Os casais com mais de 65 anos estão entre os grupos em maior risco de pobreza, uma situação comum a vários países europeus, Portugal incluído. Entre nós, avança o mesmo relatório, 14% dos casais mais idosos vivem com rendimentos que os tornam sérios candidatos à pobreza.

Difícil comprar um carro
Dados de 2005 revelam que, em quase todos os países da UE, são muitas as pessoas cujos rendimentos impossibilitam a aquisição de um carro. O número é reduzido, excepção feita a alguns países, entre os quais, mais uma vez, se encontra Portugal (com mais de 10% de situações), ao lado da Irlanda e da Grécia.
Mais importante do que a propriedade de um automóvel é a capacidade para uma refeição com carne ou peixe. Na maioria dos países da UE a 15, incluindo a Espanha, Grécia e Portugal, entre 2% e 6% da população diz não ter dinheiro para um almoço ou jantar deste género todos os dias. Áustria e Alemanha são a excepção (aqui os casos chegam aos 10%).

Problemas na casa
Telhados que deixam entrar água, paredes com humidade ou soalhos apodrecidos são problemas comuns a muitos europeus. Mas, entre os que apresentam mais queixas quando em causa estão as condições de habitabilidade, encontram-se mais uma vez os portugueses, gregos e italianos, com valores entre os 21% e os 23%."

In Destak (Diário Gratuito)

quarta-feira, maio 21, 2008

Isto é futebol…

A magia das finais tem a ver com isto, o ímpeto e o desejo de ganhar. A final de hoje foi, simplesmente, digna dos grandes jogos de futebol que marcaram a história do desporto. Esta foi uma final de vencedores, apesar de só uma equipa ter erguido a taça, o Manchester United.

Há muito que não via um jogo que me emocionasse tanto, levando essa emoção para lá do prolongamento, numa derradeira sessão de penalties, na qual o meu compatriota Cristiano Ronaldo, astro do momento, falhou (como podemos ver nesta foto da Reuters).

Importante para o futebol português foi o facto de ser uma final de sotaque luso, com jogadores como Ronaldo, Nani, Ricardo Carvalho e, no banco, Paulo Ferreira e Hilário. Não me posso esquecer do técnico Carlos Queirós e da marca importante que José Mourinho deixou na equipa do Chelsea.

Jogos destes valem a pena ver e, à parte de alguns desacatos tontos do calor do momento, aqui não há vencedores nem vencidos, há desporto de alto rendimento que, apesar de não justificar, já nos fazem pensar que supostamente podem valer os milhões que rodeiam esta modalidade.


El río los separa, el Duero los une - 175 pueblos fronterizos de España y Portugal se agrupan para crecer juntos


En muchos pueblos de Zamora y Segovia hay más postes de alta tensión que vecinos. El mapa de luz nocturna del país, que señala con colores las zonas más activas, tiene varias sombras negras: una surca la frontera con Portugal, a la altura del Duero, que junto a sus afluentes alimenta una decena de centrales hidroeléctricas. La población allí es cada vez más anciana y menos numerosa.
El río separa dos realidades muy parecidas. En los pueblos de Portugal sucede lo mismo. Y "para idénticos problemas, idénticas soluciones", dice João Henriques, vicepresidente de la cámara municipal de Mogadouro. Con esta idea se puso a trabajar José Luis Pascual, alcalde de Trabanca (Salamanca, 270 habitantes). Atraído por la posibilidad de crear una Agrupación Europea de Cooperación Territorial (AECT), figura con entidad jurídica que la Unión Europea inventó en 2006, comenzó a reunirse con alcaldes de los dos lados de la frontera.
Son frentes con una historia común. Los lugareños recuerdan el contrabando, antes de la apertura de fronteras. "De allí traían café y telas; nosotros llevábamos productos agrarios y ganaderos, de lo que vive esta zona", explica una vecina de Mámoles, una pedanía pegada al río, de 30 vecinos. El trapicheo decreció tras la dictadura y se mantuvo de forma residual hasta el libre comercio.
Café, textil, aceites y carnes siguen siendo la base de la relación comercial en los pueblos fronterizos. Pero ya no hay que aprovechar las noches más oscuras para cruzar el Duero en barca. Basta con pasar en coche al otro lado, a Miranda do Douro, por ejemplo, donde los fines de semana sólo se oye hablar español.
Pero el comercio, la agricultura y la ganadería no mantienen la población de estos pueblos, que los jóvenes abandonan para vivir en las capitales. Hay quien no se resigna. Uno de ellos es José María Martín Patino, presidente de la Fundación Encuentro. En 2004 se propuso agrupar pueblos de la zona para luchar contra este fenómeno. A sus 83 años, confía ciegamente en Internet: "Con las nuevas tecnologías podemos saber las necesidades de cada localidad sin tener que reunirnos y propiciar que los jóvenes se queden. Con un ordenador y una conexión puedes montar una empresa en cualquier parte". Algunos pueblos no cuentan aún con ADSL. En otros, han creado centros informatizados para luchar contra la brecha digital.
A este proyecto, bautizado como Raya del Duero, se unieron medio centenar de municipios. Fue el germen que el alcalde de Trabanca aprovechó para la AECT. En un trabajo incansable de reuniones para convencer e informar a sus alcaldes vecinos ha logrado conseguir la adhesión de 175 localidades. Ya han presentado los estatutos para crear la primera AECT de Europa. "Tenemos que fomentar proyectos comunes". Cuenta con una fe absoluta en la posibilidad de darle la vuelta a una situación que amenaza a muchas poblaciones. La nueva entidad pretende aprovechar los fondos de cohesión de la UE y pedir ayudas directamente a Bruselas sin pasar por los Estados.
Algunos pueblos habían intentado crecer por su cuenta con el incipiente turismo rural. Un ejemplo es Sendim, un municipio portugués que tiene en las fiestas su principal foco de atracción. María Falcon, de 63 años, presume de "uno de los festivales de música celta más importantes", además de "una concentración motera, el carnaval, los festejos patronales...".
Las fiestas son, con el comercio, los puntos de encuentro de portugueses y españoles. En una se conocieron hace 12 años Américo y Marta, uno de los muchos matrimonios mixtos de Fermoselle, localidad junto a uno de los cuatro puentes que atraviesan el tramo de unos 100 kilómetros del Duero que hace de frontera. Ahora viven en una casa tan cercana a Portugal que la cobertura de móvil es portuguesa y española a la vez. El matrimonio, como el de los otros tres hermanos de Américo, que también se casaron con españolas, se entiende en castellano. Como casi todos en la zona. Los portugueses manejan el idioma vecino mucho mejor que los españoles. "Los dibujos animados ayudaron", sonríe Américo.
Pero el predominio del castellano no es sólo culpa de la televisión. Carlos Pacho, concejal de Trabanca, explica que los españoles siempre miraron "por encima del hombro a los portugueses" y que las necesidades comerciales hacen que sean ellos quienes se esfuercen. Pero María, la señora de Sendim, es más categórica: "Los españoles son más burros". En su pueblo, como en todos los del Portugal fronterizo, el reto es doble: la emigración no sólo se va a las capitales de su país, sino también a las españolas. Leonor Cardoso, que habla a su lado, es un buen ejemplo: sus hijos estudian en institutos de Zamora. "Y allí se quedarán a vivir, aquí sólo quieren volver para pasear", asegura.
España es su referente. "Eso es lo que hay que aprovechar ¿no estamos en Europa? Pues hagamos proyectos que trasciendan fronteras", reclama el alcalde de Trabanca. Los estatutos de la AECT ya están en poder del Gobierno y espera la luz verde a fines de junio. Podrá entonces presentar proyectos: de infraestructuras, tecnologías, educación. Faltan las ayudas. El nombre ya lo tenían. No podía ser otro: Duero-Douro, el río que los separa y los une.
in "El País", 21-05-2008

O Montado. Tudo o que nos rodeia






De certo já fizeram viagens por este nosso Alentejo e olharam para o lado. E o que se vê ; o Montado, Ouro para nós e para "nuestros irmanos".






"O montado é um sistema agro-silvo-pastoril explorado a vários níveis – arbóreo, arbustivo e herbáceo – de acordo com as potencialidades de cada região. O nível arbóreo pode ser constituído por carvalhos como o sobreiro (Quercus suber), a azinheira (Q. rotundifolia) e mais raramente o carvalho negral (Q. pyrenaica) e o carvalho cerquinho (Q. faginea), em povoamentos puros ou mistos com uma densidade variável. O sub-coberto é ocupado por pastagens aproveitadas pelo gado ou é cultivado com culturas arvenses de sequeiro num sistema de rotação. As pastagens naturais podem ser ocupadas por matos, em maior ou menor proporção.
O Homem é parte integrante e fundamental deste ecossistema. Foi através da sua acção arroteadora que foram sendo criados os montados, desde que começou a intervir no meio natural que o rodeava.






A gestão do homem é necessária, numa forma mais ou menos intensiva, para a manutenção do montado. Sem esta intervenção o sistema evolui, naturalmente, para uma formação do tipo bosque, onde o homem tem dificuldade em obter recursos. A forma como se desenrolou este processo de transformação do bosque mediterrânico influenciou definitivamente a estrutura deste sistema tal como se nos apresenta hoje. Algumas práticas antigas ainda permanecem, já descontextualizadas, dificultando a adaptação do sistema às actuais formas de exploração agrária. Outras novas formas foram surgindo, algumas delas bem adaptadas a este sistema, outras causando perturbações mais ou menos graves.
No que se refere ao clima, o montado insere-se na região mediterrânica pelo que possui as seguintes características particulares: Verões quentes a muito quentes e secos que duram, pelo menos, três meses e os Invernos são, por outro lado, húmidos e temperados ou frios. A precipitação apresenta uma grande variabilidade intra e inter-anual, podendo variar entre 300 e 800 mm anualmente e concentrar-se mais numas estações do que noutras (essencialmente na Primavera e no Inverno). Os valores da precipitação e as datas da sua ocorrência condicionam, de forma muito significativa, a composição e quantidade da pastagem e a disponibilidade de alimento para o gado.

O Montado possui ainda, devido à sua complexidade biológica uma elevada diversidade faunística e florística. Constitui uma região de alimento e descanso para muitas aves migratórias e diversas espécies de morcegos. Esta riqueza biológica é um indicador de boa adaptação do sistema ao meio natural e também da sua resiliência.Na actualidade o Montado ocupa grandes extensões em Salamanca, Estremadura, Alto e Baixo Alentejo, Andaluzia ocidental e, de forma mais pontual, em Castela – La Mancha, Castela – Leão e Madrid. A superfície ocupada por estes montados atinge os 2 a 2,5 milhões de hectares, dos quais quase 75% correspondem a território espanhol e o resto aos montados portugueses."

terça-feira, maio 20, 2008

“O que é isso do Mirandês?”

Eu estudei-o como um dialecto mas, segundo as últimas informações, já é considerado uma língua (ou será mais uma teoria linguística de uma vertente diferente à que tive acesso). E perguntam vocês, “o que é isso do Mirandês?”

"A língua mirandesa é um dialecto do asturiano. Língua românica falada no Norte da Península Ibérica. É falada em Terra de Miranda (Portugal), por quinze mil pessoas nas aldeias do concelho de Miranda do Douro e de três aldeias do concelho de Vimioso, num espaço de 484 km², estendendo-se a sua influência por outras aldeias dos concelhos de Vimioso, Mogadouro, Macedo de Cavaleiros e Bragança.

O mirandês tem três dialectos (mirandês central ou normal, mirandês setentrional ou raiano, mirandês meridional ou sendinês) e a maioria dos seus falantes são bilingues ou trilingues, pois falam o mirandês, o português e o castelhano".

Eis uma excelente sugestão para um passeio! E já agora, uma vez que se fala de elevar a raia a património da humanidade, porque não fazer o mesmo com o Mirandês e o Barranquenho?

Bandas sonoras que valem a pena...

Comecei a achar alguma piada a Steve Carrell quando o vi a desempenhar a personagem do tio suicida em “Little Miss Sunshine” e, a partir daí, comecei a prestar um pouco mais de atenção à sua carreira. Este fim-de-semana pude ver “Dan in Real Life” e, apesar de estar longe de ser um grande filme, valeu a pena o dinheiro e o tempo. Para além dos argumentos, da fotografia, do estilo, talvez a coisa a que presto mais atenção é à banda sonora, pois não há nada que goste mais do que associar imagens a sons (e se possível a cheiros, mas isso a outro nível). Gostei da banda sonora, principalmente das músicas compostas de propósito para o filme que, de facto, nos remetem para o tipo de vida da personagem principal.

Também há o reverso da medalha, quando conhecemos uma banda sonora e ainda não vimos o filme, e é o caso de “My Blueberry Nights”. Nesse disco há sonoridades distintas desde Cat Power, Norah Jones (personagem na película), Otis Redding (o meu “soul” favorito), Ry Cooder, Amos Lee… que nos fazem perder a noção do tempo se estamos a fazer das mesmas a nossa banda sonora.

segunda-feira, maio 19, 2008

¡Conciencia al poder!

El mes de mayo está a punto de terminar y, con él, la efeméride de los cuarenta años del mayo de 1968. Mucho cambió en los últimos años, el mundo es más global, los jóvenes ya no son tan utópicos y las causas sociales y humanitarias ya no están en el orden del día (a pesar de los terremotos, huracanes e independencias de países oprimidos…), por lo menos como han estado en ese inolvidable mes que, desde Francia, estalló para utópicamente traer la imaginación al poder.

Como se dice en el país dónde nací, esto no es un “saudosismo”, y yo tampoco viví el mes sobre que escribo. En fin, lo que me preocupa es la creciente apatía de los sectores más importantes de la política europea que no se dan cuenta (¡o no quieren!) que la generación de jóvenes que vive el actual presente, no puede, por cuestiones obvias, plantear su futuro cómo la generación que vivió el mayo de 68. En esa época, la juventud era fruto del “babyboom” y de una creciente y prospera economía, luego podía plantear su futuro con una seguridad que los demás actualmente no pueden. Curiosas son las imágenes y referencias en muchos países a San Precario, ese patrono y símbolo de la generación europea, altamente calificada y instruida, que en muchos casos paga para poder trabajar a través de las OPE’s (ofertas públicas de empleo), en que uno trabaja si hace la mejor oferta al empleador. Cuando me doy cuenta de esto, pienso que el siglo XX, con todas sus conquistas laborales y sociales, ya está muy lejano, muy lejano mismo. Desafortunadamente, esto no es exclusivo de los países ibéricos dónde San Precario sale todos los días en procesión hasta la oficina de empleo y se queda en la cola orando a San Paro.

¿Cómo podemos solucionar este problema? Me encantaría tener la cura para esta enfermedad que deja tanta gente desmotivada y sin ganas de seguir intentando hacer la diferencia en este mundo extremamente injusto. Puede ser que el hecho de, todavía, no existir una hambruna como en áfrica, nos ayude a valorar la tradición revolucionaria europea y a intentar cambiar las cosas con un sentido de responsabilidad que afecte los restantes continentes. Ya tenemos una historia que nos permite aprender y no cometer los mismos fallos. Puede ser que sí y hay mucha gente por quien vale la pena luchar. No es fácil, pero podemos empezar con nuestra actitud, la verdadera libertad y herencia del mayo de 68 es el libre-albedrio de pensar según nuestra mirada, nuestro punto de vista. Lo más revolucionario hoy es utilizar nuestro cerebro y decir que no, decir que la retórica tiene que estar al servicio de la sociedad y no de lobbies que exploran sus semejantes.

¡Qué el mayo de 2008 sea la revolución de la consciencia! Cambiemos el slogan: “¡Conciencia al poder!”. Si no siempre nos queda las colas y procesiones de San Precario y San Paro a sitios ya distintos de la oficina de empleo, como, por ejemplo, Lourdes o Fátima, dónde, como conviene a muchos gobiernos, hay que estar en silencio.

¡GRACIAS JAVIER POR TU ESTAMPA DE SAN PRECARIO!

"Memória" - Miguel Torga


De todos os cilícios, um, apenas,
Me foi grato sofrer
Cinquenta anos de desassocego
A ver correr,
Serenas,
As águas do Mondego
Miguel Torga

1ª CAMPANHA CLEAN UP THE ATLANTIC

No fim-de-semana de 30 de Maio a 1 de Junho, vai decorrer, em Cascais, a 1ª iniciativa do "Clean up the Atlantic"organizado pelo Grupo Ecológico de Cascais. Esta iniciativa é pioneira no Oceano Atlântico e terá início em Portugal, particularmente em Cascais.
No dia 30 de Maio, Sexta-Feira, a abertura da I CAMPANHA CLEAN UP THE ATLANTIC terá lugar na Praia da Cresmina (junto ao BAR) em presença do poder local e de entidades convidadas. Será uma acção de limpeza, recuperação dos ecossistemas (arranque de invasoras) e educação ambiental.
O concurso de limpeza subaquática decorrerá no dia 31 de Maio (Sábado) de manhã e é uma acção de sensibilização da Agência Cascais Atlântico inserida no vector de Valorização e Qualificação Ambiental - Combate à Poluição Marítima. Consiste na recolha subaquática de lixo que se encontre no fundo do mar, numa determinada zona marítima de Cascais, através da prática com mergulho com escafandro. O lixo de cada equipa será pesado, sendo oferecido um prémio à equipa que recolher maior peso de lixo.
Em terra, as acções serão coordenadas pelo GEC. Serão distribuídos sacos biodegradáveis/compostáveis da Campanha "Recolha de lixos no mar" que usarão para recolher lixo em diferentes zonas de Cascais durante todo o fim-de-semana. E serão efectuadas acções de limpeza de plantas infestantes nas praias do concelho.
No dia 1 de Junho pelas 14h, Domingo, encontro na Boca do Inferno para a maior acção de limpeza dos resíduos e recuperação dos ecossistemas.,
Objectivos das Acções - Alertar para a problemática da poluição marítima e todos os problemas dela resultantes
-Sensibilizar a opinião pública para a necessidade da limpeza do mar e da orla costeira
-Remover um número significativo de lixo no meio marinho
-Incentivar a prática de mergulho em Cascais;
- Recuperar os ecossistemas;
- Criar um movimento alargado


Parceiros - GRUPO ECOLÓGICO DE CASCAIS;
- Agência Cascais Atlântico
-Câmara Municipal de Cascais
- EMAC;
- ValorPneu:
- ExtreamDive;

Cronograma
Actividades de dia 30 de Maio e 1 de Junho - inscrições até 28 de Maio no GEC
Contactar gec@sapo.pt, Tel: 21 484 7136 ou TM: 93 3189627

Actividades de dia 31 de Maio
Inscrições e Logística - Até 28 de Maio
Actividade - 31 de Maio
Contactar: www.cascaisatlantico.org.

Regulamento Especifico para actividade de mergulho A área marinha a limpar estará delimitada, comprometendo-se os participantes a não passar esta área.
Qualquer equipa de mergulho deverá ser no mínimo um dupla.
Quaisquer grupos com mais de 4 elementos deverão ser divididos em subgrupos.
É obrigatório o uso de uma bóia sinalizadora por cada grupo.
O equipamento de mergulho é da responsabilidade de cada participante. É aconselhável o uso de balão de patamares (para ajudar a trazer o lixo para a superfície)
Existirão embarcações a apoiar a entrada e saída da água dos mergulhadores, bem como a transportar o lixo recolhido para terra.
Estará disponível uma equipa médica e uma ambulância pronta a actuar em caso de emergência
Os participantes deverão adoptar uma atitude responsável durante todo o evento. A Agência Cascais Atlântico ou qualquer outro membro da organização do evento não se responsabiliza por qualquer acidente que possa ocorrer devido a comportamentos irresponsáveis dos mergulhadores.
Deverão os participantes, informar a organização de qualquer objecto que, pelas suas dimensões e/ou peso não conseguem trazer para a superfície em segurança.
Será fornecida uma máquina fotográfica subaquática nos casos em que seja necessário confirmar/validar determinado objecto que pelas suas dimensões ou características, não é possível trazer para a superfície em segurança.
Localização A actividade decorrerá na Praia dos Pescadores, perto da Câmara Municipal de Cascais, numa área cuja profundidade não deverá ultrapassar os 5 metros
Participantes A recolha terrestre é uma actividade aberta a toda a gente, sem qualquer limite de idade. No caso da limpeza subaquática, os mergulhadores com escafandro deverão ser devidamente certificados, maiores de 18 anos e cumprir a legislação em vigor.

Programa dia 31 (Sábado) - Limpeza subaquática 10:00- Ponto de encontro na praia dos Pescadores
10:30-Inicio da Recolha
12:00- Pesagem dos lixos
13:30 - Cocktail na Praia dos Pescadores
Entrega dos prémios e certificados

Prémios da Limpeza Subaquática À equipa que recolher maior quantidade de lixo será oferecido material subaquático no valor de 500 euros.
Caso sejam considerados quantidades iguais por várias equipas, o prémio será repartido pelos vários vencedores.
Serão sorteados, entre todos os participantes, pequenos brindes e ofertas, independentemente da quantidade de lixo recolhida.
A todos os participantes será entregue um certificado de participação.


terça-feira, maio 13, 2008

"Abril de Escaparate"


"Abril de Escaparate". Foi esse o nome que decidi atribuir a este momento que consegui captar na última semana do mês da revolução. Apesar de casual, tive a sorte de me ter levantado muito cedo e ir passear pela cidade de Évora numa manhã luminosa de Primavera. Valeu a pena. Não é todos os dias que podemos desfrutar de uma cidade preciosa com um sol de dar inveja! Curiosa também a montra deste antiquário que me enfeitiçava de criança com os seus sabres japoneses…

Moleskine - "Uma história ainda a ser escrita..."


A primeira vez que li tal nome, já lá vão alguns anos, foi num livro do escritor Luís Sepúlveda. “Moleskine”, tradução para o público em língua portuguesa “Uma história suja”. Fiquei bastante curioso, até porque um amigo meu, o José Kuski, tinha um mas eu não prestei muita atenção na época. Foi, então, que o “menino Jesus”, num Natal em família me trouxe o meu primeiro “Moleskine”! Que alegria! Um bloco de apontamentos, de capa dura, bonito e, ainda por cima, com história! A isto chamo ser feliz com as pequenas coisas! Desde então tem sido um companheiro de trabalho, de lazer, de notas soltas e também de esquecimentos, em especial no carro (“fo… que falta me fazia aqui o meu Moleskine!”).

Graças ao meu bloquito com história já fiquei a conhecer sítios inerentes à sua história, como Tours (local onde foram pela última vez fabricados, antes do seu retorno em termos globalizados) e, também, me deu bastante orgulho por ser na cidade do Lis que se faz a sua distribuição para Portugal. Na “arquivo”. Provavelmente a minha livraria portuguesa de eleição.

Tantas divagações para vos remeter para o site deste meu “pequeno prazer” e fiel companheiro. Vejam a página www.moleskine.pt e aproveitem para ver a reportagem feita pela Revista Visão em 2005. Pois é, este foi o ano em que comprei o meu primeiro bloco!!!

domingo, maio 11, 2008

Jacinta - Convexo (um tributo a José Afonso)


Não tenho a certeza se foi a “blue note” ou a “verve” que editou um dos primeiros discos desta grande voz do jazz luso, mas o que é certo é que Jacinta, finalmente já vem sendo conhecida no seu próprio país. É bastante curioso, pois esta artista, iniciada no programa de televisão “Chuva de Estrelas”, era mais conhecida, até há bem pouco tempo, em Nova Iorque que no seu próprio país de origem. Ironias do ser luso…
Ultimamente tem corrido o país a divulgar o seu último trabalho, “Convexo”, onde dá uma “roupagem” jazzística à música de José Afonso. Tenho o disco e vale mesmo a pena! Pena tive de não poder vê-la na noite de 24 de Abril a actuar no Redondo, na praça da vila! Fica para a próxima! Menos mal que a posso ouvir enquanto escrevo este post…

O desporto também produz grandes homens!

Já lá vai o tempo em que ouvia o vizinho Soares a gritar quando via ou ouvia bola (acho muito mais original falar de bola do que de futebol!) e guardarei para sempre os seus gritos de alegria, do lado de lá do pátio do Carvalho, quando o Rui Costa marcou aquele grande penalty que nos deu a copa do mundo de sub-21… que alegria! Que gritos do saudoso vizinho…
Hoje este grande desportista termina a sua carreira enquanto jogador profissional. Termina-a como começou e como nos habituou, com grande dignidade e honradez. Independentemente de clubes, de “Berardices” (para não dizer idiotices), de bairrismos, hoje o desporto (digo desporto e não futebol, note-se bem!) perde um grande profissional e um grande ser humano. Das quatro linhas guardarei na memória o seu brilhantismo, a sua dedicação, a sua raça e, algo tão importante nos “grandes”, um grande sentido de responsabilidade e humildade.
Rui Costa termina a carreira e iniciará outra etapa da sua vida que, seguramente, será repleta de sucesso e reconhecimento. Como amante do desporto, o meu bem-haja Maestro!

La bici y el contrabando en la raya hispano-lusa


En el libro “La frontera que nunca existió” del periodista y enamorado de la raya Alonso de la Torre, hay un fragmento dedicado a las bicicletas y su uso en el contrabando de la Raya, más concretamente en la frontera de Galegos y Fontañera. Es así: “Otro caso célebre es el de la bicicleta misteriosa. Había un portugués que pasaba todos los días por la frontera con una bicicleta donde llevaba un cubo de tierra. Los guardias rebuscaban entre la tierra, miraban la bici y no encontraban nada. El portugués decía que llevaba tierra española para su huerto. Con el tiempo se descubrió que en realidad, lo que pasaba cada día era una bicicleta nueva de contrabando”.

The Bucket List

Este fim-de-semana tive tempo para pôr a minha sede de sétima arte em dia, isto é, tive disponível o serão de sábado e tão bom que foi ficar em frente à televisão! Tinha lá por casa um dvd que ainda não tinha tido disponibilidade para visionar e que já há tempos tinha lido boas críticas sobre ele. Tratava-se de “The Bucket List”, interpretado por Jack Nicholson e Morgan Freeman, sob a “batuta” do também veterano Rob Reiner.Devo dizer que, apesar de estar longe de ser uma obra de destaque da sétima arte, tem um argumento bem interessante e o desempenho de duas “velhas raposas” da indústria, que, de facto, são o melhor que o filme tem.
Não foi uma perda de tempo e recomendo para que goste do tipo de filme que dá lições de vida. Pessoalmente, guardo a lição da personagem de Nicholson quando nos diz “que nunca devemos confiar num peido”… sinceramente nunca sabemos o que pode vir a seguir.

quinta-feira, maio 08, 2008

Estação da Beirã



Por estas linhas trabalhou e vivei o Sr. Maia, pai do Capitão de Abril, Fernando Salgueiro Maia. Ainda por aqui há gente que se lembra dele... e em Valencia de Alcántara "también"...
Como sou filho do "caminho de ferro" consigo sentir-lhe o cheiro, um odor de viagem, de progresso humanista... mesmo sem o poder abraçar todos os dias...

Sr. Interior Esquecido

Há cerca de duas semanas, numa daquelas tardes em que pude dedicar um pouco de tempo a explorar estas terras raianas do norte Alentejo e da Extremadura, rumei até à aldeia fronteiriça da Beirã, onde podemos ver a última estação da Refer no ramal de Cáceres. Por aqui andava, a vasculhar antigos postos alfandegários, creio que inclusivamente um antigo “escritório” da PIDE, quando sou abordado por um senhor idoso com um discurso incompreensível. A minha primeira reacção foi de desconfiança, talvez porque parecia uma conversa sob a alçada do “Sr. Vinho”, que pouco a pouco baixou a guarda. Este senhor pediu-me para lhe tirar uma fotografia, ao qual eu disse que sim mas com a condição que teria que ser com o telemóvel, pois não me fazia acompanhar com o meu “machibongo”. Pena que não lha pude mostrar como nas comuns máquinas digitais… talvez tivesse ficado mais feliz.
Este indivíduo é um claro reflexo do isolamento que estas terras vivem, do seu carácter extremamente periférico, tido como algo positivo para alguns pois crêem que assim a terra não se corrompe. Sinceramente não posso, nem quero opinar o mesmo. Há que ter em conta que a constituição de 1976 aborda o tema da igualdade de oportunidades entre o mundo rural e o mundo urbano como algo comum a ambos e não como apanágio exclusivo do que é tido como a “urbe”. Tenho pena que esta sociedade de cariz global continue a votar o interior a uma exclusão que não tem sentido. Não quero acreditar que as teorias de Rousseau se adeqúem a uma possível corrupção deste meio, quero acreditar, sim, que as crianças que aqui nascem (se é que as há?) possam vir a orgulhar-se e a contribuir para um desenvolvimento sustentável do local que as viu crescer e, talvez, um dia, possam ser idosos, bem diferentes deste senhor que metaforicamente representa a sua região.

terça-feira, maio 06, 2008

"A Menina dos Meus Olhos"


Como já devem ter reparado, sou aquele tipo de pessoa que gosta bastante do que é antigo e pode ter alguma história.
Sempre gostei de bicicletas, nunca fui um fanático, mas devo dizer que nos últimos tempos, muito graças à minha condição raiana e de estudo do que foi o contrabando por terras "valencianas", tenho prestado mais atenção a um dos meios que levou muita mercadoria para um lado e outro da fronteira.
Também tenho um lado afectivo bastante forte com as duas rodas clássicas, uma vez que o meu avô deslocava-se neste meio e através dela muitas coisas boas chegaram a bom destino...
Divagações à parte, esta é a minha "nova", apesar de bem antiga, "Loba". Oferta de um conhecido e um "meio" restauro oferecido pelo meu pai... que prazer me deu cruzar a planície alentejana ao volante da minha "yé-yé"!
Para breve, quizá, tenhamos algum projecto que envolva as minhas duas rodas clássicas... a ver vamos!

V Encontro de Bicicletas Antigas

Eu quero ir! Vamos ver se já tenho a minha "bike" um pouquito mais restaurada! Quem se anima e participa?!

Vejam a página:
http://meninbike.blogspot.com
Vale a pena!

Kodak Junior -

Aqui vos apresento a minha última câmara fotográfica, expressamente vinda do fundo de um monte de velharias de um mercado de Leiria. Após algum tempo de dedicação, já está limpa e creio que o obturador ainda está a funcionar. Para mim, mais um prazer e, felizmente (após várias pesquisas na web), um bom negócio. Vejam só como é bonita! É mesmo "vintage" (como diz o pessoal da moda)!