Há uns quantos dias encontrei
esta citação num livro que lhe recomendo vivamente, “Verbo, Deus como
Interrogação na Poesia Portuguesa”, de selecção e prefácio do grande Tolentino
Mendoça e do Pedro Mexia, e apontei-a logo pelo interesse que me despertou.
Dizer que nutria simpatia pelo
autor enquanto figura que ocupa o lugar de Pedro na terra estava a mentir com
todos os dentes que tenho na boca, mas no que respeita ao seu fascínio pela
experiência do belo, quase ascética, contemplativa, já não posso dizer o mesmo.
Partilho-a aqui consigo, Tio
Paulo, porque penso que poderá ser do seu interesse também.
No outro dia, numa mensagem ao
meu grande amigo Jorge Neto, lembrei-me de uns versos do Vitorino Nemésio, que
não sou capaz de reproduzir “ipsis verbis”, que enunciam que “já não somos
homens de Deus, mas continuamos meninos de Deus”…
“O que pode voltar a dar
entusiasmo e confiança, o que pode encorajar o ânimo humano a reencontrar o
caminho, a elevar o olhar para o horizonte, a sonhar uma vida digna da sua
vocação, a não ser a beleza? Vós bem sabeis, queridos artistas, que a experiência
do belo […] não é algo acessório ou secundário na busca do sentido e da felicidade,
porque esta experiência não afasta da realidade, mas, ao contrário, leva a um
confronto cerrado com a vida.”
Joseph Aloisius
Ratzinger/ Bento XVI
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