A respeito do post "GoodFellas (sem dúvida)", com o qual não posso deixar de concordar, lembrei-me deste autor do século XIX, que escreveu com humor de uns amigos muito diferentes daqueles de que fala o Luís. Mas esse humor pode valer-nos neste século XXI, não pode?
OS MEUS AMIGOS
Amigos cento e dez e talvez mais
Eu já contei! Vaidades que eu sentia .
Pensei que sobre a terra não havia
Mais ditoso mortal entre os mortais.
Amigos cento e dez, tão serviçais,
Tão zelosos das leis da cortesia,
Que eu já farto de os ver, me escapulia,
Às suas curvaturas vertebrais.
Um dia adoeci profundamente,
Ceguei. Dos cento e dez, houve um somente
Que não desfez os laços quase rotos.
Que vamos nós (diziam) lá fazer?
Se ele está cego, não nos pode ver ...
Que cento e nove impávidos marotos!
OS MEUS AMIGOS
Amigos cento e dez e talvez mais
Eu já contei! Vaidades que eu sentia .
Pensei que sobre a terra não havia
Mais ditoso mortal entre os mortais.
Amigos cento e dez, tão serviçais,
Tão zelosos das leis da cortesia,
Que eu já farto de os ver, me escapulia,
Às suas curvaturas vertebrais.
Um dia adoeci profundamente,
Ceguei. Dos cento e dez, houve um somente
Que não desfez os laços quase rotos.
Que vamos nós (diziam) lá fazer?
Se ele está cego, não nos pode ver ...
Que cento e nove impávidos marotos!
1 comentário:
O brilhante Camilo! Ainda hoje estive com o "Coração, Cabeça e Estômago" nas mãos! Sem dúvida, o seu humor é superior à estética do ultra-romantismo! Recomendo vivamente! Um grande abraço para o amigo Pedro!
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