segunda-feira, dezembro 16, 2013
segunda-feira, dezembro 09, 2013
domingo, dezembro 08, 2013
sábado, novembro 30, 2013
Do blogue 'Bianda'
Naia: Pai, hoje começamos a aprender os ordinais: sexagésimo, septuagésimo, octogésimo..
Eu: Uau, consegues até dizer essas palavras todas de enfiada!...
Naia: É, a professora disse que são palavrões, mas palavrões que podemos dizer - tratou de pontuar.
Eu (com súbito interesse): Ah é? E que palavrões que não podem dizer?
Naia: Mas não posso dizer!!..Mas tu dizes, papá, quando estás chateado..Dizes muito um que começa com P e termina com A.
Eu: Ah é, digo tanto assim? Hmm...E que outros conheces?
Naia (com um sorrisão): conheço um que está em "computador"
AHAHAHAHAHAH (Saiu-me uma gargalhada dessas do fundo do poço!)
Eu (com acrescentado interesse): Que mais?
Naia: Tem um que começa com M e termina com A
Eu (apavorado com a direção da conversa / mantendo a pose de cool)
Naia:...Acho que só conheço esses 3... (ela deve ter lido uma prisão de ventre repentina na minha cara e saiu com esse tranquilizante)
Eu (fingindo autoridade): Mas diz-me, onde se aprende isso tudo?
Naia: Ora, os meus colegas dizem palavrões a toda hora!..(a safadinha se safou)
Blogue Bianda (pub. 13.11.13)
sexta-feira, novembro 22, 2013
O rapaz da camisola verde (Pedro Homem de Mello)
O rapaz da camisola verde
De mãos nos bolso e de olhar distante,
Jeito de marinheiro ou de soldado,
Era um rapaz de camisola verde,
Negra madeixa ao vento,
Boina maruja ao lado.
Perguntei-lhe quem era e ele me disse
“Sou do monte, Senhor, e um seu criado”.
Pobre rapaz de camisola verde,
Negra madeixa ao vento,
Boina maruja ao lado.
Porque me assaltam turvos pensamentos?
Na minha frente estava um condenado.
Vai-te, rapaz da camisola verde,
Negra madeixa ao vento,
Boina maruja ao lado.
Ouvindo-me, quedou-se o bravo moço,
Indiferente à raiva do meu brado,
E ali ficou de camisola verde,
Negra madeixa ao vento,
Boina maruja ao lado.
Soube depois ali que se perdera
Esse que só eu pudera ter salvado.
Ai do rapaz da camisola verde,
Negra madeixa ao vento,
Boina maruja ao lado.
Ai do rapaz da camisola verde,
Negra madeixa ao vento,
Boina maruja ao lado.
Negra madeixa ao vento,
Boina maruja ao lado.
Pedro Homem de Melo
(Mais dados em Santa Nostalgia)
terça-feira, novembro 19, 2013
segunda-feira, novembro 18, 2013
Auto-retrato (Alexandre O'Neill)
AUTO-RETRATO
"O'Neill (Alexandre), moreno português,
cabelo asa de corvo; da angustia da cara,
nariguete que sobrepuja de través
a ferida desdenhosa e não cicatrizada.
Se a visagem de tal sujeito é o que vês
(omite-se o olho triste e a testa iluminada)
o retrato moral também tem os seus quês
(aqui, uma pequena frase censurada …)
No amor? No amor crê (ou não fosse ele O'Neill)
e tem a veleidade de o saber fazer
(pois amor não há feito) das maneiras mil
que são a semovente estátua do prazer.
Mas sofre de ternura, bebe de mais e ri-se
do que neste soneto sobre si mesmo disse ..."
sábado, novembro 16, 2013
Silhuetas (Eduardo Hanazaki)
quarta-feira, novembro 13, 2013
Segundo balcão dos bombeiros (Fernando Assis Pacheco)
Nesse tempo eu já lera as Brontë mas
como era um adolescente retardado
passava a noite em atrozes dilemas
que mais vale: amar, ser doutrem amado?
ainda não descobrira o simples disto
nem o essencial disto que é tão claro
se tudo no amor vem do imprevisto
deitar regras ao jogo pode sair caro
por isso eu amo e sou ou não benquisto
depende do instante bem ou mal azado
amor tem alegria, tem enfaro
o happy end é coisa dos cinemas
Fernando Assis Pacheco
(Em Arlindo Correia)
domingo, novembro 10, 2013
Ofício de amar (Al Berto)
OFÍCIO DE AMAR
tenho a companhia nocturna dos animais e a peste
tenho o grão doente das cidades erguidas no princípio
de outras galáxias, e o remorso
um dia pressenti a música estelar das pedras
abandonei-me ao silencio.....
é lentíssimo este amor progredindo com o bater do coração
não, não preciso mais de mim
possuo a doença dos espaços incomensuráveis
e os secretos poços dos nómadas
ascendo ao conhecimento pleno do meu deserto
deixei de estar disponível, perdoa-me
se cultivo regularmente a saudade do meu próprio corpo
Al Berto
quarta-feira, novembro 06, 2013
LISBOA-1971 (Jorge de Sena)
segunda-feira, novembro 04, 2013
"Vivia no mundo das nuvens..." (Daniel Cramer)
domingo, novembro 03, 2013
"MORTE? Mas eu preciso fazer muita coisa ainda!"
Fabiano Alvez
quinta-feira, outubro 31, 2013
no dia de todos os mortos
segunda-feira, outubro 28, 2013
Maria dos mil sorrisos (Vitorino)
Maria dos mil sorrisos
Alma ao largo sem avisos
Coração a dar a dar
Lua nova em céu mortiço
te proteja do enguiço
e das fúrias d´além mar
Na rua onde tu passas
Mandei embora as desgraças
Num copinho de licor
No mistério da tua porta
encontrei morada certa
P´ra dar de beber à dor
Se me deres o teu retrato
Dou-te o meu lenço bordado
Com a flor do laranjal
Anda agora muito em moda
Trança negra rubra rosa
Rebuçados no amar
Maria não vás ao beco
Está cheio de figas e medos
Vê lá bem os meus cuidados
Dos teus olhos estou lembrado
Num dia no Bairro Alto
Seus amores tão delicados
domingo, outubro 27, 2013
.o voraz mercado
à parede encostada a puta segura um intervalo
sábado, outubro 26, 2013
Olha o bom exemplo da menina...
quinta-feira, outubro 24, 2013
Apresentação da Noite - Al Berto
Mata-me
quarta-feira, outubro 23, 2013
Elegía a la fotografía de una muchacha desconocida (José María Valverde)
Tendrías quince años cuando quedaste inmóvil
aquí, en la cartulina de suavísima niebla.
Te vuelves a mirarnos -con unos ojos negros,
dulces, hondos y frescos como grutas-
desde el escorzo grácil de tu cuerpo.
Dime, ¿de dónde viene tu mirada?
Habla de cosas dulces y pequeñas,
de tu vida, tu casa,
tu piso, bosque umbroso de sueños y recuerdos,
-tú eres la cierva blanca en su espesura-,
el balcón donde ves pasar las nubes,
los viejos y borrosos retratos de la sala,
las butacas de verde terciopelo gastado,
el piano, negro, mudo, con ecos, -como un pozo-,
y el bullir y las voces, apagadas
y vagas, de la sombra en los rincones...
(¡Ay tus sueños de niña!
¡Cómo están en el fondo de tus ojos
muriendo dulcemente!
Estrenabas la vida;
aquel día morías y nacías.
Y aquí, en este retrato,
frente al blanco camino,
dejaste tu niñez en la mirada.)
Esa luz que ha quedado contigo prisionera
en tu clara laguna,
es la luz que conservan
las cosas de la abuela puestas en la vitrina.
Ya te habrás olvidado. ¡Qué muerta estás aquí!
¿Dónde estarás ahora?
...Días, calles, olvidos, amores y tristezas,
relojes, calendarios, trajes, cuerpos, ventanas,
tejas, lluvias, tarjetas, zapatos ya gastados,
tranvías, ruedas, nubes, sueños, tardes, mañanas,
inviernos y veranos, rosas secas, revistas,
muertos, libros, silencios, músicas, risas, llantos,
arroyos y caminos, montañas, bosques, mares,
y un montón de minutos iguales como arenas
me separan de ti.
Pero en mi orilla queda tu retrato olvidado.
...Tendrías quince años. Yo, entonces, estaría
paseando mis sueños de niño no sé dónde.
¿Dónde estarás ahora?
Oh muchahca lejana que quizá hubiera amado
de no ser por el tiempo, el tiempo... siempre el tiempo...
José María Valverde
Publicada por primera vez en «Entregas de Poesía» n° 14, 1945
Más poemas de Valverde.
terça-feira, outubro 22, 2013
segunda-feira, outubro 21, 2013
ORACIÓN POR NOSOTROS LOS POETAS - José Maria Valverde
Mira, nada tenemos, ni aun nuestra propia vida;
somos los mensajeros de algo que no entendemos.
Nuestro cuerpo lo quema una llama celeste;
si miramos, es sólo para verterlo en voz.
para que sea nuestra y nada más que nuestra,
ni tendernos tranquilos en medio de las cosas,
sin pensar, a gozarlas en su presencia sólo.
Nunca sabremos cómo son de verdad las tardes,
libre de nuestra angustia su desnuda belleza;
jamás conoceremos lo que es una mujer
en sus profundos bosques donde hay que entrar callado.
Tú no nos das el mundo para que lo gocemos,
Tú nos lo entregas para que lo hagamos palabra.
Y después que la tierra tiene voz por nosotros
nos quedamos sin ella, con sólo el alma grande…
igual que por las piedras lo es el cristal del río.
Tú no has hecho tu obra para hundirla en silencio,
en el silencio huyente de la gente afanosa;
para vivirla sólo, sin pararse a mirarla…
Por eso nos has puesto a un lado del camino
con el único oficio de gritar asombrados.
En nosotros descansa la prisa de los hombres.
Porque, si no existiéramos, ¿para qué tantas cosas
inútiles y bellas como Dios ha creado,
tantos ocasos rojos, y tanto árbol sin fruta,
y tanta flor, y tanto pájaro vagabundo?
Solamente nosotros sentimos tu regalo
y te lo agradecemos en éxtasis de gritos.
Tú sonríes, Señor, sintiéndote pagado
con nuestro aplastamiento de asombro y maravilla.
Sólo quien nos ha hecho puede así destruirnos
en brazos de una llama tan cruel y magnífica.
guarda en la muerte nuestros cansados corazones;
dales paz, esa paz que en vida les negaste,
bórrales el doliente pensamiento sin tregua.
Tú nos darás en Ti el Todo que buscamos;
nos darás a nosotros mismos, pues te tendremos
para nosotros solos, y no para cantarte.
domingo, outubro 20, 2013
De repente acordas
O Irreal Quotidiano (José Gomes Ferreira)
domingo, outubro 13, 2013
A ti, José Maria Valverde
Para ti os poetas eram sacerdotes da palavra,
Almas a jeito que Deus as escolhesse a dedo,
Para viverem o purgatório na terra,
O purgatório no purgatório
E o inferno na alma...
Tudo porque, José Maria,
Homem de Deus, da santíssima trindade e da tua e sua mãe,
Existe a beleza e o coração do poeta, ao contráriomdo que canta a canção,
É pequeno e almeja guardar a beleza como outro qualquer coração.
Não existe nada de santo nisso. Apenas falta de espaço.
O poeta tem um mini, um citadino e o homem alheio a verso, rimas e compassos
Tem uma enorme mala que dá perfeitamente para trazer as compras do mês e ainda levar a bicicleta no tejadilho.
Essa, José Maria, da terra nossa comum, é "la enseñanza de la edad".
Passagem por sublinhar, sublimar.
Passei pela vida sem usar bloco de notas.
Nunca tive um instante de instantânea,
Nem obturei momentos kodak, polaroid, agfa ou fugi
De ser emoldurado para a posteridade de parede,
Ou da orgulhosa camilha da avó?
Nunca me enrruguei ou amareleci na estante. Amanheci com o sol
Que talvez pudessem ser amarelo fluorescente para sublinhar, sublimar,
Que a vida, tal como o rei dos astros, também tem nascente e poente.
Nunca me dobrei, a não ser a esquina de página,
Para marcar um encontro com um amigo, com um amor,
Com a dor de costas que teima em encurvar-te...
A desumanizar-te com o afã do sucesso da máquina.
Deixei, ao menos, que me metessem recortes de jornais,
Artigos e matérias inúteis que me engordaram como o arroz doce que nunca é demais...
Não estou riscado, ainda tenho o papel pegado, como todo o bom livro que não foi profanado
Mas anda de lado para lado, a presumir deixar algum legado,
Esse sou eu. Fui eu.
Estou enterrado.
Pouco vivi.
Mas abracei
E fui abraçado.
sábado, outubro 12, 2013
Velho Colono (Rui Knopfli)
(Fotografia no blogue cabeça no ar ou ar na cabeça)
Velho Colono
Sentado no banco cinzento
entre as alamedas sombreadas do parque.
Ali sentado só, àquela hora da tardinha,
ele e o tempo. O passado certamente,
que o futuro causa arrepios de inquietação.
Pois se tem o ar de ser já tão curto,
o futuro. Sós, ele e o passado,
os dois ali sentados no banco de cimento.
Há pássaros chilreando no arvoredo,
certamente. E, nas sombras mais densas
e frescas, namorados que se beijam
e se acariciam febrilmente. E crianças
rolando na relva e rindo tontamente.
Em redor há todo o mundo e a vida.
Ali está ele, ele e o passado,
sentados os dois no banco de frio cimento.
Ele a sombra e a névoa do olhar.
Ele, a bronquite e o latejar cansado
das artérias. Em volta os beijos húmidos,
as frescas gargalhadas, tintas de Outono
próximo na folhagem e o tempo.
O tempo que cada qual, a seu modo,
vai aproveitando.
Rui Knopfli
quinta-feira, outubro 03, 2013
Joaquín Secall
sexta-feira, setembro 27, 2013
Hay que saber, por veces, no hacer nada. Cómic de Paco Roca
quinta-feira, setembro 26, 2013
Ensina-me a viver (Daniel Cramer)
segunda-feira, setembro 23, 2013
Nos bailes da vida (Milton Nascimento)
NOS BAILES DA VIDA
Foi nos bailes da vida ou num bar
Em troca de pão
Que muita gente boa pôs o pé na profissão
De tocar um instrumento e de cantar
Não importando se quem pagou quis ouvir
Foi assim
Cantar era buscar o caminho
Que vai dar no sol
Tenho comigo as lembranças do que eu era
Para cantar nada era longe tudo tão bom
Até a estrada de terra na boléia de caminhão
Era assim
Com a roupa encharcada e a alma
Repleta de chão
Todo artista tem de ir aonde o povo está
Se for assim, assim será
Cantando me disfarço e não me canso
de viver nem de cantar
sábado, setembro 14, 2013
Friedrich Seidenstücker
segunda-feira, setembro 09, 2013
Luis Cernuda - Donde habite el olvido
sexta-feira, setembro 06, 2013
Lá na arrecadação, bem guardado, estava isto...
Eu tinha a sensação de que era proprietário de muitos brinquedos, e na realidade até era (nunca me faltaram brinquedos e como criança até os estimava e usava muito), mas comparando com os exemplos dos últimos anos (principalmente os que precederam esta crise, da qual parece não sairmos) é um bocado ridículo falar em enormes quantidades... Uma pequena caixa de papelão e esta caixa com a qual sonhei e criei sonhos e aventuras: a minha caixa vermelha de LEGO, que os meus pais me deram num Natal dos anos 80.
Estas são as suas etiquetas:
quinta-feira, setembro 05, 2013
"Começar de Novo" - Ivan Lins e Simone
Começar de Novo - Ivan Lins
"Começar de novo e contar comigo
Vai valer a pena ter amanhecido
Ter me rebelado, ter me debatido
Ter me machucado, ter sobrevivido
Ter virado a mesa, ter me conhecido
Ter virado o barco, ter me socorrido
Começar de novo e só contar comigo
Vai valer a pena ter amanhecido
Sem as tuas garras sempre tão seguras
Sem o teu fantasma, sem tua moldura
Sem tuas escoras, sem o teu domínio
Sem tuas esporas, sem o teu fascínio
Começar de novo e só contar comigo
Vai valer a pena já ter te esquecido
Começar de novo..."
quarta-feira, setembro 04, 2013
terça-feira, setembro 03, 2013
Não me aluguem o fim do mundo
Agosto de 2013
Intenta meditar mientras caminas
Jack Kerouak in "Los Vagabundos del Dharma"
(descripciones que hizo después de una escalada a las montñas Cascadia).
Si vas a intentarlo, ve hasta el final
No hay sensación parecida
Estarás a solas con los dioses
y las noches arderán en llamas...
Llevarás las riendas de la vida hasta
la risa perfecta, es
la única lucha digna que hay".
segunda-feira, setembro 02, 2013
Ode ao Sonhador
E a curiosidade do gato
Desenhem o sorriso da criança.
Que o nervosismo da primeira vez
Faça propaganda a um eterno
Sentimento de idiotice e alimente paixões.
Que o ébrio racional descubra a
Superfície lunar num foguetão parado
À conversa com a senhora da portagem.
Que o comunista se ofereça para coçar costas
E o fascista lhe pague um copo
No bar de petiscos do papista.
Que o cabide seja qualquer casa
De um chapéu solarengo e dançarino
De tangos do Gardel.
Que as folhas por escrever
Sejam campos abertos ao adubar
Do rasto do P-38 de Saint-Exupéry.
Que Esparta faça amor com Tróia
E Aquiles não tenha calcanhar
No possuir heróico de Heitor.
Que a balsa seja o rio
E o rio seja bálsamo feliz todo ano
E não só no anual Carnaval.
Que a primitiva seja conjunto
De pessoas reais à raiz quadrada
De uma humanidade exacta.
Que tu, eu, o gato, intrometido
Malabarista, possamos almejar
O ronronar enroscado a uns pés estafados".