domingo, agosto 25, 2024

Ambiguo o no, es profundamente irónico...

25/VIII/2024: A través de la película "Deadpool y Worlverine" (que he visto y me ha gustado), el filósofo Zlavoj Zizek me llevó a pensar sobre la naturaleza profundamente ambigua de la ironía en los días de hoy, una ambigüedad que nos lleva a tomar poca cosa en serio de manera a soportar un presente cada vez más loco y violento. Llevo su razonamiento a mi existencia y compruebo que a menudo intento no tomarme demasiado en serio para poder soportar mi ego. Pero una cosa es que vendamos esta actitud a nosotros mismos, otra cosa es que la vendamos a la sociedad. Ambiguo o no, es profundamente irónico.
Através do filme "Deadpool e Wolverine" (que vi e gostei), o filósofo Slavoj Zizek levou-me a refletir sobre a natureza profundamente ambígua da ironia nos dias de hoje, uma ambiguidade que nos leva a não levar quase nada a sério de maneira a suportar um presente cada vez mais louco e violento. Levo o seu raciocínio para a minha existência e constato que muitas vezes tento não me levar demasiado a sério para conseguir suportar o meu ego. Mas uma coisa é vendermos esta atitude a nós próprios, outra coisa é vendê-la à sociedade. Ambíguo ou não, é profundamente irónico.

sábado, agosto 24, 2024

Viver na diagonal, mais do que cansar, chateia

O desnível tem sido uma constante na minha existência. Planos inclinados, descidas em pendente. Não menciono obstáculos, pois não me parece justo com o terreno e comigo mesmo. Avançar ou retroceder tem-se feito quando é necessário sem demasiado atrito. Porém, manter-me na vertical, conseguir descansar, e até mesmo trabalhar baldios assim, exige. O horizonte vê-se melhor se o olhar não necessitar erguer-se nem baixar-se. A facilidade em olhar apenas na horizontal reflete-se no viver. Talvez seja por isso que grande parte das minhas preocupações estejam relacionadas com esta minha necessidade de nivelar (atenção, nem por baixo, nem por cima), quero dizer, colocar calços e cunhas no que faço para procurar uma horizontalidade íntegra, sem sobrecarregar nenhuma das pontas. Estou farto de ver os meus libros a rebolarem por aí a baixo, cansado de ver a minha bicicleta cair do descanso, custa mais empurrar o carrinho das compras ou levar os sacos, mas o pior disso tudo é descansar-se na perpendicular, não ter o potencial conforto da cadeira nem a planicie em plenitude de uma mesa. Viver na diagonal, mais do que cansar, chateia. Antes o corpo era quem mais aguentava tanto desnível, a cabeça sempre acusou esta topografia existêncial, mas hoje já se encontram ao mesmo nível. Desgastados.

segunda-feira, agosto 19, 2024

"Zen" - Harold Alvarado Tenorio

ZEN

La sombra sigue al cuerpo
condenado a viajar

Tendrás mi piel
tendrás mi carne
tendrás mis huesos

Pero el último guardó silencio
Tendrás mi medula -dijo-

Con el polvo del camino
la mano sostenía una sandalia.

sábado, agosto 17, 2024

Iluminou em casa dos meus avós...

16/VIII/2024: Iluminou em casa dos meus avós, andou pela arrecadação dos meus pais, a minha irmã pintou-o de azul, deixando funções de iluminação em prol da decoração, até que este candeeiro a petróleo chegou ao meu escritório, onde hoje o dissequei e tenciono dar-lhe mais uma vida, talvez mais ecológica (inclino-me para uma electrificação básica), contudo mantendo a sua alma de "Hipólito", fabricada em Portugal, o mais fiel possível à luz que a outros deu no passado... Serei capaz? Chegarei a tempo? É uma prioridade? Não sei, apenas sei que sou bastante complacente com o que nos vai sobrevivendo...
16/VIII/2024: Iluminó en casa de mis abuelos, pasó por el trastero de mis padres, mi hermana lo pintó de azul, dejando de lado sus funciones de iluminación en favor de la decoración, hasta que este candil de petróleo llegó a mi despacho, donde hoy lo he diseccionado y tengo la intención de darle una nueva vida, quizás más ecológica (me inclino por una electrificación básica), pero manteniendo su esencia de "Hipólito", fabricado en Portugal, lo más fiel posible a la luz que dio a otros en el pasado... ¿Seré capaz? ¿Llegaré a tiempo? ¿Es una prioridad? No lo sé, solo sé que soy bastante complaciente con lo que nos va sobreviviendo...

sábado, agosto 10, 2024

Subrayar a otros muchas veces es subrayarse a uno mismo (recordando a Claudio Rodríguez)

Subrayar a otros tantas veces es subrayarse a uno mismo: "A mí me encanta mirar –me dijo [Claudio Rodríguez] en una ocasión–, disfruto mucho viendo a la gente trabajar, viendo cómo se hacen las cosas. ¿Te has fijado en que hoy en día ya sólo nos relacionamos con el objeto "acabado", que ya no lo vemos hacer? Un campesino de Zamora me dijo un día que la paciencia se aprende y ejercita mirando crecer las plantas. Yo puedo tirarme horas y horas contemplando cualquier actividad o la quietud de las cosas cotidianas, no sólo la naturaleza". -  Luis Jambrina

Sublinhar outros tantas vezes é sublinhar-se a si próprio: "Gosto muito de olhar - disse-me [Claudio Rodríguez] numa ocasião -, desfruto muito a ver a gente trabalhar, a ver como se fazem as coisas. Já reparaste que hoje em dia só nos relacionamos com o objeto "acabado", que já não o vemos a ser feito? Um camponês de Zamora um dia disse-me que a paciência se aprende e exercita a ver as plantas a crescer. Eu posso ficar horas e horas a contemplar qualquer actividade ou a quietude das coisas quotidianas, não apenas a natureza". - Luis Jambrina
(En "Casi una leyenda", artículo publicado en la revista Zurgai [Euskal herriko olerkiaren aldizkaria - Poetas por su pueblo],  julio de 2006, titulado "Con Claudio Rodríguez")