quarta-feira, dezembro 29, 2021

«En mi opinión, el artista no debería tener fronteras» Oscar Isaac

Paradoxos da mobilidade sustentável e da demografia em Portugal...

Paradoxos da mobilidade sustentável e da demografia em Portugal: é o maior produtor europeu de bicicletas e tem a maior fábrica do mundo a fazer cadeirinhas de bebé para duas rodas (a Polisport, a exportar 98% do que produz), no entanto, em 2021, houve menos de 80 mil nascimentos no país e malta a utilizar a bicicleta pelas ruas das cidades portuguesas continua a ser um acto de resistência (que não é propriamente aeróbica.) A foto é holandesa, com certeza...

Paradojas de la movilidad sostenible y de la demografía en Portugal: es el mayor productor europeo de bicicletas y tiene la mayor fábrica del mundo de sillitas de bebé del mundo (Polisport, exportando 98% de lo que produce), sin embargo, en 2021, hubo menos de 80 mil nascimentos en el país y la gente utilizando la bici por las calles portuguesas sigue siendo un acto de resistencia (que no es propiamente aeróbica). La foto es holandesa, seguramente...

quinta-feira, dezembro 23, 2021

Natal (com sentido)/Navidades (con sentido) – Luis Leal

Natal (com sentido) – Luis Leal

    Depois de ouvir uma entrevista à filósofa Emily Esfahani Smith, fiquei curioso com a sua investigação sobre “viver uma vida com sentido” e a vista de olhos que pensava dar às suas páginas acabou por se tornar numa leitura atenta e enriquecedora. Quero dizer, fui prendado pela ocasião e isso, hoje, faz-me pensar nos presentes que gostaria de ver distribuídos nesta época festiva. Portanto, vou aproveitar a rede e o algoritmo do Sr. Zuckerberg (e outras às quais estou subscrito), que me permite divulgar as minhas divagações e aquilo que vou fazendo, para escrever este “miniensaio” e, em simultâneo, vos desejar quatro presentes para além do mais importante de todos: a saúde. Vamos lá a eles:
    Presente nº1: Pertença. 
   Sintamo-nos valorizados e valorizemos os demais. Em casa, no carro, no trabalho, no Facebook (ou no Meta – que mal que me soa... –), no estábulo, numa manjedoura, onde quer que seja, saibamos que, a qualquer escala, em todos existe singularidade e importância, algo bem mais relevante do que simples utilidade no seio de uma qualquer instituição. (Nota pessoal: tens de voltar a ver o filme Um Lugar no Mundo!)
    Presente nº2: Propósito. 
    Por outras palavras, objetivos, causas, motivações, estímulos que sejam o motor e o combustível da nossa acção. Note-se que todos os propósitos são dignos e não se medem nem por prestígio, nem por significância. Logo, tão respeitável é o desígnio de encontrar a cura para a Covid, como a vontade de deixar melhores seres humanos num planeta a precisar de melhoras.
    Presente nº3: Transcendência. 
    E não é que somos minúsculos! Simples vestígios de poeira cósmica! Sejamos como o astronauta quando, sem gravidade, é invadido pela total humildade de saber-se uma partícula microscópica num vasto e incompreensível universo. Ser conscientes da pouca importância da nossa pessoa no cosmos é, paradoxalmente, um sentimento poderoso e profundo. Há quem reze, há quem medite, há quem dance... há quem se transcenda porque sabe perfeitamente o que é e não é.
    Presente nº4: Narrativa. 
    Charles Dickens (esse mesmo do Conto de Natal!) perguntava, através de David Copperfield, “serei eu o herói da minha história ou qualquer outro tomará esse lugar?”. Isto é, que história de vida contamos a nós próprios? Miguel Torga escrevia diários (e não só), o imperador Marco Aurélio meditações, o Zé Manel no Twitter (eu num blog), o António Aleixo quadras populares e Claudio Rodríguez poesia, quando “estava poeta”. Escrever a nossa vida ajuda a retirá-la da fragilidade do nosso corpo, do efémero dos nossos dias, e, com ou sem artifícios, permite editá-la perante os nossos próprios olhos. Decidir organizar os capítulos da nossa existência, decidir pontuar parágrafos, recorrer a vírgulas e pôr pontos finais é o livre-arbítrio na nossa história que, como bem lembrou Victor Frankl, nos pode salvar e este neuropsiquiatra austríaco, formado pelo Holocausto, sabia empiricamente do que nos lembrava. Em resumo, porventura o sentido da vida não será muito diferente da sintaxe numa frase, quanto mais coerente é, mais sentido tem.
    Estes são os quatro pilares para viver uma vida com sentido, segundo Emily Esfahani. Admito existirem mais nos quais possamos apoiar a carga que, por vezes, é viver e encontrar sentido onde não existe. Neste segundo Natal em pandemia, com novas variantes de vírus (e de vidas), contudo com máscaras e vacinas assumidas no quotidiano, tenho a sorte de ainda ter estes quatro pilares edificados: pertenço a uma família inserida numa comunidade, tenho uns quantos propósitos, transcendo-me sempre que possível e vou-me escrevendo, vou pontuando este texto desorganizado que sou e necessita de ter sentido para, por enquanto, não ser apagado.
    Votos de um Natal (com sentido).


    "Navidades (con sentido)" – Luis Leal

    Después de escuchar una entrevista a la filósofa Emily Esfahani Smith, me quedé curioso con su investigación sobre “vivir una vida con sentido” y el vistazo que pensaba echar a sus páginas terminó en una lectura atenta y enriquecedora. Es decir, fui obsequiado por la ocasión y eso, hoy, me hace pensar en los regalos que me gustaría ver distribuidos en esta época festiva. Por tanto, voy a aprovechar la red y el algoritmo del Sr. Zuckerberg (y otras a las cuales estoy subscrito), que me permite divulgar mis divagaciones y lo que voy haciendo, para escribir este “miniensayo” y, en simultáneo, desearos cuatro regalos además del más importante de todos: la salud. Vamos a por ellos:
    Regalo nº1: Pertenencia. 
    Sintámonos valorados y valoremos los demás. En casa, en el coche, en el trabajo, en Facebook (o en Meta – que mal que me suena... –), en el establo, en un pesebre, donde sea, sepamos que, a cualquier escala, en todos existe singularidad e importancia, algo bastante más relevante que la simple utilidad en el seno de una cualquier institución. (Nota personal: ¡tienes que volver a ver la película Un lugar en el mundo!)
    Regalo nº2: Propósito. 
    Por otras palabras, objetivos, causas, motivaciones, estímulos que sean el motor y el combustible de nuestra acción. Fijémonos que todos los propósitos son dignos y no se miden ni por prestigio, ni por significancia. Por lo tanto, tan respetable es el designio de buscar la cura para el Covid, como la voluntad de dejar mejores seres humanos en un planeta necesitando que se mejore.
    Regalo nº3: Transcendencia. 
    ¡La verdad es que somos minúsculos! ¡Simples vestigios de polvo cósmico! Seamos como el astronauta cuando, ingrávido, es invadido por la total humildad de saber que es una partícula microscópica en un vasto e incomprensible universo. Ser conscientes de la poca importancia de nuestra persona en el cosmos es, paradójicamente, un sentimiento poderoso y profundo. Hay quien rece, hay quien medite, hay quien baile... hay quien se transcienda porque sabe perfectamente lo que es y no es.
    Regalo nº4: Narrativa. 
    Charles Dickens (¡ese mismo del Cuento de Navidad!) preguntaba, a través de David Copperfield, “¿seré yo el héroe de mi historia u otro cualquiera ocupará ese lugar?”. O sea, ¿qué historia de vida contamos a nosotros mismos? Miguel Torga escribía diarios (y no sólo), el emperador Marco Aurélio meditaciones, Pepito en Twitter (yo en un blog), António Aleixo décimas populares y Claudio Rodríguez poesía, cuando “estaba poeta”. Escribir nuestra vida ayuda a sacarla de la fragilidad de nuestro cuerpo, de lo efímero de nuestros días, y, con o sin artificios, permite editarla ante nuestros propios ojos. Decidir organizar los capítulos de nuestra existencia, decidir puntuar parágrafos, usar comas y pones puntos y finales es el libre albedrio en nuestra historia que, como bien nos recordó Victor Frankl, nos puede salvar y este neuropsiquiatra austríaco, formado por el Holocausto, sabía empíricamente de lo que nos recordaba. En resumen, es posible que el sentido de la vida no sea muy diferente de la sintaxis en una frase, cuanto más coherente es, más sentido tiene.
    Estos son los cuatro pilares para vivir una vida con sentido, según Emily Esfahani. Admito que existan más en los cuales podamos apoyar la carga que, por veces, es vivir y encontrar sentido donde no existe. En estas segundas Navidades en pandemia, con nuevas variantes de virus (y de vidas), sin embargo, con mascarillas y vacunas asumidas en el cotidiano, tengo la suerte de aún tener estos cuatro pilares edificados: pertenezco a una familia inserida en una comunidad, tengo unos cuantos propósitos, me transciendo siempre que es posible y me voy escribiendo, voy puntuando este texto desorganizado que soy y necesita tener sentido para que, mientras tanto, no sea borrado.
    A todos, unas Navidades (con sentido).

Bibliografia: Emily Esfahani Smith, El arte de cultivar una vida con sentido: Los cuatro pilares para una existencia rica y satisfactoria (trad. Alicia Sánchez Millet), Barcelona, Urano, 2017. 
Foto: CNN, 2019.




terça-feira, dezembro 21, 2021

Paulo Portas recomenda "António Ferro - Ficção" na TVI (12/XII/2021)

Se alguém me dissesse que algum elemento relacionado com a minha existência se iria cruzar com o exviceprimeiro-ministro Paulo Portas, eu diria: “Nah...”. Porém, o antigo líder do PP teve a iniciativa (e a simpatia) de recomendar o nosso “António Ferro – Ficção” (E-Primatur, 2021) no seu espaço de opinião na TVI e só me lembrei que, efectivamente, tudo na vida é “irrevogável”...

Si alguien me dijera que algún elemento relacionado con mi existencia se iba a cruzar con el exviceprimer ministro Paulo Portas, yo diría: “Nah...”. Sin embargo, el antiguo líder del PP (portugués) tuvo la iniciativa (y la simpatía) de recomendar nuestro “António Ferro – Ficção” (E-Primatur, 2021) en su espacio de opinión en TVI y solo me he acordado que, efectivamente, todo en la vida es “irrevocable”...

segunda-feira, dezembro 20, 2021

“contextualise the grief...” - Keanu Reeves

“contextualise the grief, even be inspired by it, even find a certain pleasure in it… Let [the grief] move, and not be trapped inside it… It just put things in a new shape that I could carry or have with me.” - Keanu Reeves 

sexta-feira, dezembro 17, 2021

Festas de Campo Maior são declaradas Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO (15/XII/2021)

Parabéns Campo Maior! Mais de um século de tradição reconhecido e inventariado pela UNESCO! “A Festa das Flores”: eis um património imaterial que não é só de Portugal, do Alentejo, mas também da rai(y)a! Amanhã falamos um pouco deste merecido reconhecimento na Cadena Ser, se vos apetecer ouvir.

¡Enhorabuena Campo Maior! ¡Más de un siglo de tradición reconocido e inventariado por la UNESCO! “La Fiesta de las Flores”: ¡aquí está un patrimonio intangible que no sólo de Portugal, del Alentejo, sino también de la ra(i)ya! Mañana hablamos un poco de este merecido reconocimiento en la Cadena Ser, por si os apetece oír.



sábado, dezembro 11, 2021

La BH...

La BH (Beistegui Hermanos, S.A. - Vitoria, Made in Spain)  parada para que el ciclista pueda comprobar si el otoño se está preparando a conciencia para dar la bienvenida al invierno.

A BH (Beistegui Hermanos, S.A. - Vitoria, Made in Spain)  parada para o ciclista poder comprovar se o Outono se está a preparar conscientemente para dar as boas-vindas ao Inverno.

sexta-feira, dezembro 10, 2021

"António Ferro - Ficção", (Introdução Luis Leal, E-Primatur, Novembro, 2021)

Permitam-me uma sugestão para o Natal: o recém-editado “António Ferro – Ficções”.

Cheguei à figura fascinante (e controversa) de António Ferro ainda no âmbito da História da Arte, porém, foi no seio das vanguardas literárias, graças à recomendação dos meus mestres Antonio Sáez Delgado e José Luis Bernal, que aprofundei conhecimentos sobre o seu perfil de literato. Só pelo prazer de estudar a sua obra literária (que continuarei a investigar) já tinha valido a pena, contudo escrever a introdução à reedição da sua prosa modernista deixa-me muitíssimo orgulhoso e grato, principalmente à minha estimada Mafalda Ferro e ao meu caríssimo Hugo Xavier (criterioso editor da E-Primatur) que creio terem visto na minha perspectiva a isenção e o entusiasmo necessários para convidar os leitores do século XXI a conhecerem esta interessantíssima faceta, relativamente eclipsada por uma biografia com o peso do século XX português (e não só!).

Permitidme una sugerencia para regalo de navidad: el recién editado “António Ferro – Ficções”.

Llegué a la figura fascinante (y controvertida) de António Ferro aún en el ámbito de la historia del arte, sin embargo, fue en el seno de las vanguardias literarias, gracias a las recomendaciones de mis maestros Antonio Sáez Delgado y José Luis Bernal, que profundicé conocimientos sobre su perfil de literato. Sólo por el placer de estudiar su obra literaria (que seguiré investigando) ya había valido la pena, pero escribir la introducción a la reedición de su prosa modernista me deja muchísimo orgulloso y agradecido, principalmente a mi estimada Mafalda Ferro y a mi “caríssimo” Hugo Xavier (criterioso editor de E-Primatur) que creo que han visto en mi perspectiva la exención y el entusiasmo necesarios para invitar a los lectores del siglo XXI a que conozcan esta interesantísima faceta, relativamente eclipsada por una biografía con el peso del siglo XX portugués (¡y no sólo!).

"António Ferro - Ficção", int. Luis Leal (E-Primatur, 2021)



"La muerte es como cuando va a salir el tren y no hay tiempo para comprar revistas". - Ramón Gómez de la Serna

quarta-feira, dezembro 08, 2021

Dignidade sem Liberdade

Diz-me que para termos dignidade, para que voltemos a um não sei quê que eu nunca acreditei que assim fosse, tínhamos de abdicar de umas quantas "liberdades". Ainda pensei em rebater em voz alta, mas tomei a minha liberdade de ficar calado. Quando ninguém te ouve o silêncio é um sábio aliado. Porém, pensei que esta pessoa está longe do conceito de dignidade, pelo simples (e óbvio) facto de sem liberdade não se pode conceber qualquer dignidade. 

sábado, dezembro 04, 2021

Playing with Legos

La tragedia de Ciboure - Por Frédéric Beigbeder

"La tragedia de Ciboure [que es la de la inmigración y de la xenofobia en Europa] plantea un terrible dilema: desde luego, no podemos acoger toda la miseria del mundo... Pero ¿no podríamos simplemente darle los buenos días?" - Frédéric Beigbeder ("Icon" n.°94, 4/XII/2021)

quinta-feira, dezembro 02, 2021

Inquietud(e)

Há 30 anos, no "Expresso", A. Pinto Leite escreveu uma crónica que me marcou ainda em tenra idade e continua presente, tantos anos depois, quando reflito sobre que legado gostaria de deixar aos meus filhos. Sinto e sei que não se resume à ecologia. Partilho a sua inquietação com três décadas (que é a minha do presente), num mundo, já então artificializado e tecnicizado, à procura da sua alma e que hoje parece tê-la perdido. 
"Inquieta[-me] um mundo sem espiritualidade e não quero deixar apenas às gerações futuras os rios e os mares limpos e as florestas e o lince da Malcata intactos, mas também o essencial do Homem, a alma, a sua secreta grandeza, aquilo que o distingue diante do mistério da vida e aquilo que nenhum electrodoméstico, ou automóvel, ou taxa de juro, ou cartão jovem [ou smartphone] consegue iludir."

Hace 30 años, en "Expresso", A. Pinto Leite escribió una crónica que me marcó aún en temprana eda y sigue presente, tantos años después, cuando reflexiono sobre que legado me gustaría dejar a mis hijos. Siento y sé que no se resume a la ecologia. Comparto su inquietud con tres décadas (que es la mía del presente), en un mundo, ya entonces artificializado y tecnicizado, en búsqueda de su alma y que hoy parece haberla perdido. 
"[Me] Inquieta un mundo sin espiritualidad y no quiero dejar únicamente a las generaciones futuras los ríos y los mares limpios y los bosques y el lince de Malcata intactos, pero también el esencial del Hombre, el alma, su secreta grandeza, aquello que lo distingue ante el mistério de la vida y aquello que ningún electrodoméstico, o automóvil, o interés, o carné joven, [o smartphone] consigue iludir."
"Camino del Almendro" - LL