13/IV/2025: Compartí con Carlos Matos Gomes (conocido en la literatura como Carlos Vale Ferraz) las páginas de nuestra "Mais Alentejo" e intercambiamos algunos correos electrónicos, esas epístolas digitales que caen en el olvido aún más rápido que el papel, y en los que me atreví, en algún 25 de Abril, a agradecerle su valentía, dirigiéndome a él como "Mi Capitán". Lamentablemente, no pudimos contar con su presencia en Badajoz debido a sus problemas de salud, pero me pidió que transmitiera a mis muchachos sus saludos y los "deseos de que sepan defender el bien supremo de la Libertad". Así seguiré intentándolo, "Mi Capitán". Algún día nos encontraremos, y tendré el honor de agradecérselo en persona.
domingo, abril 13, 2025
Partilhei com Carlos Matos Gomes...
13/IV/2025: Partilhei com Carlos Matos Gomes (na literatura conhecido como Carlos Vale Ferraz) as páginas da nossa "Mais Alentejo" e intercambiámos alguns e-mails, essas epístolas digitais que caem ainda mais depressa no esquecimento do que o papel, e nos quais me atrevi, em alguns 25 de Abril, a agradecer-lhe a coragem, dirigindo-me à sua pessoa como "Meu Capitão". Infelizmente não pudemos contar com a sua presença em Badajoz, devido aos seus problemas de saúde, mas pediu-me para transmitir à minha rapaziada as suas saudações e os "desejos que saibam defender o bem supremo da Liberdade". Assim o continuarei a tentar fazer, "Meu Capitão". Algum dia encontrar-nos-emos e terei a honra de lhe agradecer em pessoa.
sábado, abril 12, 2025
"Apanhar Fresco" - Crónica de Luis Leal in “Mais Alentejo”, nº 167, p. 82
Já tem um par de meses, mas esta crónica “Apanhar Fresco” continua essencialmente actual. Não louva um presente que, convenhamos, deixa muito a desejar, mas não o troca por esses “jardins do éden do antigamente”, esses do “no meu tempo é que era”... Bom fim-de-semana e boa páscoa!
Ya tiene un par de meses, pero esta crónica “Tomar el fresco” sigue siendo esencialmente actual. No alaba un presente que, hay que reconocer, deja mucho que desear, pero tampoco lo cambia por esos "jardines del Edén de antaño", esos del "en mis tiempos sí que era"... ¡Buen fin de semana y feliz Pascua!"
"Apanhar Fresco" - Crónica de Luis Leal in “Mais Alentejo”, nº 167, p. 82
"Apanhar Fresco" - Crónica de Luis Leal en "Trabalhos&Paixões" (Mais Alentejo)
Fruto de constantemente pensar em opções baratas de ócio numa latitude que teima em ser escaldante boa parte do ano, deparo-me com a necessidade de arrefecer a minha existência de diversas maneiras. Até me vou safando com uma piscina “made in China” à sombra duma azinheira (um privilégio, verdade, porém distante do glamour do “resort”), com o AC dia e noite quando as janelas abertas não refrescam canículas, à mangueirada num ângulo sem desperdício para regar, e recorrendo ao passeio dos tristes, isto é, com o tédio a superar os 40º, a levar-me ao centro comercial em estado de ebulição para passear e consumir o que quase nunca me faz falta. Foi aí, acompanhado por centenas como eu, ávidos de temperaturas aptas à qualidade de vida, constatadas em tempo real no “smartphone”, que me lembrei como se apanhava fresco quando era gaiato.
Apesar do calor eborense apertar, a minha infância não conheceu urgências climáticas, nem catedrais comerciais com o ar condicionado de hoje em dia. A gente desenrascava-se, depois de jantar, com um passeio pelo bairro em vestido e em camisolas de alças viris, que me ficaram na memória “à Jake LaMotta”, e, se havia oportunidade, ou qualquer coisa interessasse, até se podia ir lá “acima”, à cidade, com uma indumentária menos informal, mas igual de ligeira. Esta era a parte activa, da qual me considero fiel depositário, contudo a que mais me marcou foi a passividade do “apanhar fresco” alentejano, herdado mundo animal, em que da pedra ao ar livre se evoluiu para a cadeira de praia ou de campismo. Atesouro duas formas de apanhar fresco, a primeira à maneira dos meus avós, em comunidade, à entrada do pátio, onde os moradores desfrutavam da redução nocturna da temperatura a falarem do trabalho, do futebol, narravam histórias, o que quer que fosse, até mesmo as bisbilhotices claramente mais humanas cara a cara do que num ecrã (em Espanha, “tomar la fresca”, era muito semelhante, com a diferença de até levarem para a rua mesas e se jantar debaixo das estrelas). A outra forma, mais solitária e silenciosa, associo-a ao meu tio Manuel Leal, depois da dureza do labor do campo, estendido no granito anti-inflamatório a relaxar o corpo cansado cuja genética aprecio ao olhar-me ao espelho. Nunca lhe perguntei, mas imagino que essas noites lhe tenham permitido ver inúmeras estrelas fugazes…
Permita-se-me o lugar comum de, desde a magnitude do cosmos, recordar as nossas vidas como efémeros clarões no tempo. Talvez devido a esse brilho, mais ou menos intenso, e a essa noção de fugacidade, o ser humano tenha desenvolvido sentimentos provocados pela lembrança de alegrias passadas tão difíceis de definir no presente. Se existe nesta crónica alguma nostalgia (ou saudade para honrar a língua portuguesa) encontra-se apenas na ausência de algumas pessoas, numa certa lentidão da época, necessária à contemplação e à contemporaneidade, e num resto de temperança climática que me permitiu conhecer as quatro estações. Nada mais. Por actual que pareça, a ideia do passado haver sido genericamente melhor do que o presente é algo que sempre nos acompanhou. A meu ver, até me parece natural, ao pôr em paralelo o nosso declínio com o transcorrer da história. O que me parece artificial é tudo o que descontextualiza o tempo e acontecimentos anteriores, revisionismos de qualquer tipo que são o porquê de ter tanta dificuldade em retocar o que fui há anos atrás, sobrepondo-se o medo de trair o meu alter-ego mais novo e negar-lhe a fé (ou a decepção) de ter (ou não) evoluído.
Claro, o meu caríssimo leitor já anteviu que não louvo um presente que, convenhamos, deixa muito a desejar, apenas constato o discurso de “no tempo da outra senhora”, ou “no meu tempo é que era”, ter uma carga emotiva afastada da realidade empírica que, como diz o amigo Sérgio, com a fragilidade da paz, do pão, da habitação, da saúde e da educação, é preferível a esses jardins do éden do antigamente, no qual o oportunismo do homem subjuga a mulher, ao ponto de a culpar de um pecado mais ridículo do que original. Por mais aprazível que tenha sido apanhar o fresco, e o actual estar bastante saturado, tenho a certeza de o ar de então não ser o de um paraíso perdido… Refresquemo-nos, principalmente, as ideias.
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Paco Roca, viñetas de "Tomar la fresca", in "Regreso al Edén", Astiberri, Bilbao, 2021, p. 42. |
segunda-feira, abril 07, 2025
Laurie Anderson e Lou Reed
sábado, abril 05, 2025
Puede que la herramienta no sea el lápiz o el pincel humano...
4/IV/2025: Puede que la herramienta no sea el lápiz o el pincel humano, pero la estética es de Hayao Miyazaki, ese símbolo de la animación japonesa, cuya influencia trasciende generaciones, tendencias en las redes y sobrepasa cualquier IA. Sin embargo, si no fuera por el Chat GPT, dudo mucho que tuviese la posibilidad de que el Studio Ghibli algún día me dibujase junto a mi mejor amigo. Yo estaba enredando y se ha generado algo que me ha gustado, ha sido lo suficiente.
Pode ser que a ferramenta não seja o lápis ou o pincel humano, mas a estética é de Hayao Miyazaki, esse ícone da animação japonesa, cuja influência atravessa gerações, tendências nas redes sociais e ultrapassa qualquer IA. No entanto, se não fosse pelo ChatGPT, duvido muito que alguma vez tivesse a possibilidade de o Studio Ghibli me desenhar ao lado do meu melhor amigo. Eu estava a experimentar e gerou-se algo que gostei, foi o suficiente.
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