Muito se tem discutido nas últimas semanas o tema do TGV e de uma possível conspiração da monárquica Espanha no seio da democracia republicana (também ela adjectivada de asfixiada) do nosso periférico Portugal, algo que não é de estranhar nesta época de eleições, pois desta forma não se discutem temas como o desemprego, “fossos” sociais entre classes, desenvolvimento sustentável, segurança ou o esquecimento do interior.
Manuela Ferreira Leite é a campeã neste tema (não é que os outros candidatos lhe fiquem muito atrás), com declarações que, citando o cronista “extremeño” Javier Figueiredo, “cheiram mais a Aljubarrota do que a progresso”. Não podia estar mais de acordo, no entanto não vou aprofundar mais este tema que se tem tornado recorrente nos “mass media” lusos e que tem suscitado algum interesse aos “nuestros hermanos”, que têm visto com alguma incredulidade o facto de serem acusados de intervirem na vida política portuguesa. É curioso o facto de o PP espanhol, também, acusar do PSOE de manipular a justiça e os magistrados, fazendo com que se investiguem cada vez mais membros do seu partido envolvidos em pretensos casos de corrupção, ou de moda (o alfaiate de Camps), mas, de momento, que eu me tenha apercebido, nenhum jornalista foi afastado como Manuela Moura Guedes por cá. Sinceramente, não é de estranhar, apesar das suas qualidades jornalísticas isentíssimas, por os efeitos nocivos (visíveis e evidenciados pelas cores agressivas da TVI) do botox… Terão sido verdadeiramente pressões governamentais, através do grupo PRISA, ou a “Corporación Dermoestética” com medo de perder clientes no campo das rugas de expressão?
Enfim, espanhóis e portugueses compartem muito mais que o “cerdo ibérico” e vêem agora mais uma polémica que envolve duas das regiões mais “ricas” destas duas nações (efectivamente a sua maior riqueza são as pessoas e as suas variantes dialectais arrastadas e peculiares), o Alentejo e a Extremadura, que, até as eleições acabarem, não têm esperança de verem nos carris de alta velocidade a cruzarem o seu contínuo paisagístico. Depois, já que a política é fiel à sua palavra, melhor, fidelíssima, não nos admiraremos que já estejam reunidas as condições para que se avance com o projecto… ou não… Como já ouvi dizer: “o bloco central que decida!”. Quem não é das pontas nem do centro vai, por enquanto, recorrendo a outro transporte que não se adequas às regiões em questão e “vendo navios”.
Mas Alentejanos e Extremenhos não esperam que os seus políticos da urbe se lembrem da província e “deixem cair umas migalhas” de riqueza pelo trajecto de um hipotético trem de tecnologia de ponta e, enquanto eu escrevo, em Vila Velha de Rodão, decorre o 1º Plenário da Euro-Ace, por outras palavras, a assinatura do protocolo de constituição da Eurorregião Alentejo-Centro-Extremadura.
Ao pragmatismo espanhol juntámos o desenrascanço português, munido de carolice no associativismo desde sempre nas duas regiões, e consolidam-se grupos de trabalho em áreas tão distintas como ambiente, agricultura, recursos naturais, protecção civil, energia, transportes, comunicações, turismo, cultura, educação, emprego, saúde, serviços sociais e juventude e desporto.
Desde há muito que estas duas regiões abraçam projectos comuns e se afastam de Madrid e Lisboa, no que diz respeito a estereótipos e medos oportunos de perdas de identidades e independências económicas, fazendo com que não se perca um dos maiores dividendos que ambas as democracias nascidas nos anos 70, isto é, verdadeiras relações transfronteiriças.
Sorte para quem quer cooperar no seio da península que o Engº Sócrates tem como melhor amigo o Presidente do Governo Zapatero, porque o gabinete de iniciativas transfronteiriças em Portugal (com apoios do Interreg) deve de estar bem escondido na raia, (ainda devem pensar que há guarda fiscal como no tempo do contrabando!), desta forma é melhor desfrutar da amizade dos dois estadistas e aproveitar que o “Gabinete de Iniciativas Transfronterizas” na Extremadura existe efectivamente e fomenta a cooperação entre as duas regiões e os dois países. Mas, há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que ressuscita a “padeira” e a sua pala “mata sete” para que nos mantenhamos alerta, não vá o diabo tecê-las e reencarnar para aí algum Felipe II.
Enfim, espanhóis e portugueses compartem muito mais que o “cerdo ibérico” e vêem agora mais uma polémica que envolve duas das regiões mais “ricas” destas duas nações (efectivamente a sua maior riqueza são as pessoas e as suas variantes dialectais arrastadas e peculiares), o Alentejo e a Extremadura, que, até as eleições acabarem, não têm esperança de verem nos carris de alta velocidade a cruzarem o seu contínuo paisagístico. Depois, já que a política é fiel à sua palavra, melhor, fidelíssima, não nos admiraremos que já estejam reunidas as condições para que se avance com o projecto… ou não… Como já ouvi dizer: “o bloco central que decida!”. Quem não é das pontas nem do centro vai, por enquanto, recorrendo a outro transporte que não se adequas às regiões em questão e “vendo navios”.
Mas Alentejanos e Extremenhos não esperam que os seus políticos da urbe se lembrem da província e “deixem cair umas migalhas” de riqueza pelo trajecto de um hipotético trem de tecnologia de ponta e, enquanto eu escrevo, em Vila Velha de Rodão, decorre o 1º Plenário da Euro-Ace, por outras palavras, a assinatura do protocolo de constituição da Eurorregião Alentejo-Centro-Extremadura.
Ao pragmatismo espanhol juntámos o desenrascanço português, munido de carolice no associativismo desde sempre nas duas regiões, e consolidam-se grupos de trabalho em áreas tão distintas como ambiente, agricultura, recursos naturais, protecção civil, energia, transportes, comunicações, turismo, cultura, educação, emprego, saúde, serviços sociais e juventude e desporto.
Desde há muito que estas duas regiões abraçam projectos comuns e se afastam de Madrid e Lisboa, no que diz respeito a estereótipos e medos oportunos de perdas de identidades e independências económicas, fazendo com que não se perca um dos maiores dividendos que ambas as democracias nascidas nos anos 70, isto é, verdadeiras relações transfronteiriças.
Sorte para quem quer cooperar no seio da península que o Engº Sócrates tem como melhor amigo o Presidente do Governo Zapatero, porque o gabinete de iniciativas transfronteiriças em Portugal (com apoios do Interreg) deve de estar bem escondido na raia, (ainda devem pensar que há guarda fiscal como no tempo do contrabando!), desta forma é melhor desfrutar da amizade dos dois estadistas e aproveitar que o “Gabinete de Iniciativas Transfronterizas” na Extremadura existe efectivamente e fomenta a cooperação entre as duas regiões e os dois países. Mas, há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que ressuscita a “padeira” e a sua pala “mata sete” para que nos mantenhamos alerta, não vá o diabo tecê-las e reencarnar para aí algum Felipe II.
1 comentário:
Luís. Espanha e Portugal ainda têm muitas coisas que cheiram a roupa que passou anos no armário: serve para lutar contra o frio mas acaba por ser pouco confortável.
Acho que a Senhora Professora Doutora pensou que todos iam ficar contentes com aquele casaco que tirou do armário, mas era muito antigo, de outra época e cheirava a naftalina. Ainda bem que não o experimentámos. (espero)
Um abraço
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