Finados Santo António e São João,
julho e agosto, trazem consigo peregrinações a santuários de sardinhas (mesmo
que alguns digam que fora da época devida para tal entranhável romaria de odor
digital). A minha família nunca foi excepção. Apesar de tarde me ter dado conta
que este peixe gregário, até no derradeiro final em cima de uma fatia pão
húmida (uma espécie de caixão de centeio a céu aberto para uma incineradora
digestiva), é um dos meus pequenos prazeres, que na realidade talvez não seja
assim tão pequeno...
Sempre pude sentir este cheiro
sazonal banhado de mar, mesmo nascido num
sequeiro relativo à sombra de uma azinheira, a escassos 20 km da científica
Azaruja. Também eu plantaria sardinhas só para ter o mar para mim e para os
meus... podem ter a certeza!
O braseiro improvisado numa jante
da sucata serve. As brasas de carvão não se confundem com "barbecues"
americanados. Apenas somos nós a esfumarmo-nos dos e para os elementos, levando
connosco um pouco mais de sal.
Estas foram as sardinhas de há
uma década. E por aqui continuarão, à espera que vá buscar a jante improvisada,
escondida entre as estações, e, de repente, traga comigo o verão... já o verão.
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