domingo, janeiro 25, 2009

Antígona Gelada - E o frio siberiano que se vive na cultura eborense...

Há já algum tempo que não me sentava a assistir a um espectáculo no Teatro Garcia de Resende, em Évora. Este fim-de-semana, com o auxílio de uma manta IKEA, cortesia simpática do teatro, ordenadas, uma a uma, combinadas com a cor das cadeiras, assisti, vencendo assim o frio que gela o bafo do actores, à obra "Antígona Gelada" do Cendrev.
Não vou mentir, não foi da peças que mais prazer tive em assistir, tem alguns momentos que o cansaço e a manta são aliados soporíferos, no entanto entristeceu-me ver que apenas estavam os mesmos "gatos pingados" que não povoam uma sala que não prima pelo seu grande espaço. É triste ver esta cidade bestial, linda, branca, cheia de história, votada ao esquecimento cultural.
Mas, apesar do meu efeito "morpheus", trata-se duma obra digna de assistir, com uma adaptação bastante bem escrita por Armando Nascimento Rosa do mito de Antígona. Há diálogos que roçam o aforismo filosófico numa obra de índole futurista, de estética "Enki Bilal", bem evidente no guarda-roupa e na caracterização dos actores.
O que mais me preocupa? O rumo, o desinteresse, e, espero estar enganado, a apatia cultural que se vive por gentes, e agentes, nesta cidade do Alentejo.

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