O Sá-Carneiro poeta dizia que quando morresse queria que "batessem em latas, rompessem ao berros e aos pinotes, fizessem estalar no ar chicotes" e por fim, mesmo no fim, lá queria ele ir de burro, porque a um morto nada se recusa e ele à força queria ir de Burro... este animal, se o levou, é digno de letra grande.
Já o Sá-Carneiro político foi de avião para o "outro bairro", fazendo escala em Camarate.
Já eu, que sei que não vou ficar aqui para sempre, apenas sei que não quero ser mais um peso para a saúde pública num ataúde de madeira que nem para fazer tijolo serve... também não quero pagar hipoteca para ter uma campa (há quem diga que é bom, sempre a podemos deixar também na herança aos nossos descendentes...), mas acho que já chega o compromisso com a banca que tenho.
Perto da capela que o Afonso Lopes Vieira doou a S. Pedro de Moel, lá está este azulejo, despercebido num cantinho que diz "pstt" a quem quer chamar. Já me chamou várias vezes e perguntou-me:
- De quem é a tua alma e o teu corpo?
Deixei-o falar e não lhe respondi. Apenas fitei o atlântico e fui snifar água do mar. Já não podia com tanto ranho.
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