A todos aqueles que os meus polegares não têm coragem de apagar.
Updates, falta de espaço e esquecimentos encarregar-se-ão disso,
Quer eu queira, quer não.
Da lista dum telemóvel desaparecerão nomes.
Inevitavelmente
Continuas na minha agenda.
Se te telefonar vais atender?
Tens rede por onde andas?
O número será o mesmo?
Não pergunto por perguntar,
Indicativo de que não te posso mentir,
Neste menu, que se maneja a toque hesitante de polegar,
Ainda estás por enterrar.
Velo o teu nome num aparelho eléctrico,
Que dá sinais que o tenho de carregar
(a troco da memória não me falhar)
E não sei se estás aí,
Como antes, numa chamada diária,
Sem importar quem a cobraria,
Ou numa mensagem de ortografia
Fria e cheia de emoticons.
Opções. Apagar contacto? Seleccionar.
(de ti?)
(em mim?)
Sim/Não.
Onde está o não se pode apagar?
Porque é que não és o meu número de urgência que se permite sem saldo e sem cartão?
Como é que este telemóvel pode fazer o seu luto se são os meus polegares que se vêem privados do toque no ecrã?
Foi mais fácil empunhar a terra e deixar que os seus grãos escorressem dos meus dedos…
À madeira.
Que fazer “delete” neste pequeno féretro que trago no bolso.
2012/2013
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