I
a primavera da vida traz a ilusão
certa
que o tempo vencer-se-á com técnica
e subtileza.
pratica-se a ociosidade da
vaidade
de em nós existir uma qualquer
certeza.
II
o verão da vida seca-nos o céu da
boca.
resplandece-nos a pele e no
firmamento de agosto
acreditamos que as constelações são
pontos
que se unem numa alineação a nosso
favor.
III
o outono da vida cai-nos do alto
dos astros.
submetem-se a nossos pés folhas,
rascunhos,
papéis escritos de métrica tétrica,
da ironia
convencida pelo encurtar dos dias.
IV
o inverno da vida neva sobre
a
natureza da obra
da tua mão. cobre a pele das
articulações,
cãibras, espasmos, músculos, êxtase
de deformações
com a geada branca, manto enrugado do que não perdura.
com a geada branca, manto enrugado do que não perdura.
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