Associa-se a poesia ao tempo da flor. Tende-se a trovar
melhor, já o recordava D. Dinis aos provençais… Mas aqueles cuja alma vai por
aí versando fazem-no em qualquer estação da vida, não têm qualquer
exclusividade primaveril.
Hoje, noutra dessas verdades universais de calendário,
celebra-se o Dia Mundial da Poesia.
Eu celebro-o com as cinzas de um local que me tem
acompanhado nos últimos anos, ensinando-me a apreciar e a tentar ser digno das
minhas ruínas, Jola.
Celebro-o com a amizade do Adolfo Rodriguez Fernandez que
ontem me obsequiou com esta primeira edição do meu mestre Ángel Campos Pámpano.
Celebro-o com a “poeticidade” do português do meu amigo Ruy Ventura. Celebro-o
com o abraço complacente do Pedro L. Cuadrado. Celebro-o com o humanismo, que
me humilda perante tamanha humildade, do Pedro Martin González.
E celebro-o longe mas com o meu irmão, José Antonio
Santiago Sánchez, que me ensinou a olhar para o céu e a saciar a fome com o pão
que nos permite a nossa pobreza…
Todo o ano vejo tantas flores, autenticamente belas.
Procuro colhê-las com cuidado e juntá-las suavemente num ramo de gratidão...
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