Ó Luís, achei isto num blogue brasileiro muito interessante. O autor é António Cícero (http://antoniocicero.blogspot.com.es/2008/12/paul-celan-lob-der-ferne-elogio-da.html)
Elogio da distância
Na fonte dos teus olhos vivem os fios dos pescadores do lago da loucura. Na fonte dos teus olhos o mar cumpre a sua promessa.
Aqui, coração que andou entre os homens, arranco do corpo as vestes e o brilho de uma jura:
Mais negro no negro, estou mais nu. Só quando sou falso sou fiel. Sou tu quando sou eu.
Na fonte dos teus olhos ando à deriva sonhando o rapto.
Um fio apanhou um fio: separamo-nos enlaçados.
Na fonte dos teus olhos um enforcado estrangula o baraço.
Lob der Ferne
Im Quell deiner Augen leben die Garne der Fischer der Irrsee. Im Quell deiner Augen hält das Meer sein Versprechen.
Hier werf ich, ein Herz, das geweilt unter Menschen, die Kleider von mir und den Glanz eines Schwures:
Schwärzer im Schwarz, bin ich nackter. Abtrünnig erst bin ich treu. Ich bin du, wenn ich ich bin.
Im Quell deiner Augen treib ich und träume von Raub.
Ein Garn fing ein Garn ein: wir scheiden umschlungen.
Im Quell deiner Augen erwürgt ein Gehenkter den Strang.
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Ó Luís, achei isto num blogue brasileiro muito interessante. O autor é António Cícero (http://antoniocicero.blogspot.com.es/2008/12/paul-celan-lob-der-ferne-elogio-da.html)
Elogio da distância
Na fonte dos teus olhos
vivem os fios dos pescadores do lago da loucura.
Na fonte dos teus olhos
o mar cumpre a sua promessa.
Aqui, coração
que andou entre os homens, arranco
do corpo as vestes e o brilho de uma jura:
Mais negro no negro, estou mais nu.
Só quando sou falso sou fiel.
Sou tu quando sou eu.
Na fonte dos teus olhos
ando à deriva sonhando o rapto.
Um fio apanhou um fio:
separamo-nos enlaçados.
Na fonte dos teus olhos
um enforcado estrangula o baraço.
Lob der Ferne
Im Quell deiner Augen
leben die Garne der Fischer der Irrsee.
Im Quell deiner Augen
hält das Meer sein Versprechen.
Hier werf ich,
ein Herz, das geweilt unter Menschen,
die Kleider von mir und den Glanz eines Schwures:
Schwärzer im Schwarz, bin ich nackter.
Abtrünnig erst bin ich treu.
Ich bin du, wenn ich ich bin.
Im Quell deiner Augen
treib ich und träume von Raub.
Ein Garn fing ein Garn ein:
wir scheiden umschlungen.
Im Quell deiner Augen
erwürgt ein Gehenkter den Strang.
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