segunda-feira, outubro 29, 2012
"O dia em que nasci meu pai cantava" Fernando Assis Pacheco
O dia em que nasci meu pai cantava
versos que inventam os pastores do monte
com palavras de lã fiada fina
cordeiro lírio neve tojo fonte
esta é uma velha história de família
para dizer como ele e eu chegámos
à raiz mais profunda do afecto
da qual nunca jamais nos separámos
nem Deus feito menino teve um pai
que o abraçasse e lhe cantasse assim
desde a primeira hora até ao fim
fui vê-lo ao hospital quando morria
olhos parados num sorriso leve
tojo cordeiro lírio fonte neve
Lisboa, 28-XII-93
Do seu livro Respiração Assistida, publicado pela Assírio & Alvim, 2003
Conheci este poema através do meu bom amigo Pedro (para variar... como sabem, é quem me põe a par deste mundo fantástico lírico ao qual deveria dedicar mais tempo) e hoje dedico-o ao meu avô João Leal, no seu 87º aniversário, para quem gostaria de poder cantar de modo a embalar suavemente a sua espera pelo final...
Também hoje faz um ano que vi o meu tio Leopoldo pela penúltima vez. Pena que estava à pressa. A última vez já estava frio e não pôde meter-se comigo... nem pegar no Santiago ao colo.
quinta-feira, outubro 25, 2012
Estação de Caminho de Ferro de Évora - José Pedrosa
Navegando pela internet, à procura de imagens sobre o caminho de ferro (para o qual trabalhou durante mais de 30 anos), o meu pai encontrou esta foto do Sr. José Pedrosa.
Trata-se de uma foto, seguramente da primeira metade dos anos 90, na qual podemos ver a antiga estação da CP de Évora (creio que a linha 3) e, para nosso espanto, o nosso "velhinho 127" branco (de matricula EZ) que o meu pai costumava estacionar onde o podemos ver.
Foi bom cruzarmo-nos assim com o nosso passado, sem nostalgia, apenas através do mero acaso.
quarta-feira, outubro 24, 2012
In my shoes...
A minha mãe guarda uns sapatos de bebé que me pertenceram. Quando o meu filho nasceu, lembrei-me de tentar calçar-lhos (quem sabe com a ideia que um dia, como dizem os ingleses, ele possa "fill in my shoes"?), mas o seu pé gordinho simplesmente me disse que não. E isso foi mais que suficiente... para entender.
Mas a foto ficou por aqui no baú digital.
segunda-feira, outubro 22, 2012
El equipaje de Max Fridman en sus últimos años...
En una de las viñetas del cómic "No Pasarán" de Vittorio Giardino encontré el equipaje del viajero Max Fridman en los años 30. Qué detalle del autor.
domingo, outubro 21, 2012
quinta-feira, outubro 18, 2012
segunda-feira, outubro 15, 2012
domingo, outubro 14, 2012
I’ll See You In My Dreams - David Fonseca
The city’s gone to sleep
I can hear my footsteps down the street
I can hear my footsteps down the street
My mind gets drunk with an old cliche
Escaping from this ordinary day
It runs away
It goes away
It runs away
Until it's beat
And dies under the sheets
I’ll see you in my dreams
I’ll see you in the sky among kings and queens
I’ll meet you anytime, night or day,
We’ll meet under the stars, we’ll walk unafraid
I’ll hold you in my arms
I’ll listen to your words, lie under your heart
I’ll meet you anytime, night or day
I’ll see you in my dreams, in my dreams I’ll wait
All awake
And I’ll wait
And you’ll stay
Every little thing
Every place that we have ever been
It’s all there but impossible to touch
It’s all too real, it’s all too much
And I know
Where I’ll go
And I know
The state I’m in
It crawls up to my skin
¿Y por qué nos caemos papá?
¿Y por
qué nos caemos papá? Para aprender a levantarnos...
Pero siempre es más fácil con la ayuda de alguien.
Pero siempre es más fácil con la ayuda de alguien.
David Fonseca - Tour Seasons CAEP
Ontem, num agradável serão no Centro de Artes e Espectáculos de Portalegre.
Uma bela surpresa que a Elsa me fez. É sempre agradável voltar a Leiria, nem que seja através da música do David Fonseca...
sexta-feira, outubro 12, 2012
La Raya de Portugal, La Frontera del Subdesarrollo - Antonio Pintado y Eduardo Barrenechea
Tremendamente actual, a pesar de sus 40 años.
Esta es una de las lecturas que tengo en mi
mesilla en los dos últimos meses, todavía no he terminado el libro, pero os
puedo decir que refleja una realidad tremenda, que vi, que conocí y que,
desafortunadamente, aún podemos encontrar en la raya contemporánea.
Para quienes quieren esta línea (o “limbo patrio”)
que algunos dicen que nos separa pero que, en mi realidad, es el espacio físico
de mi existencia, os recomiendo la lectura de este interesante relato de dos
periodistas, dos enfoques distintos, dos países, una raya y varios seres
humanos.
Velho Provérbio Russo - Jorge de Sena
Há dois enigmas no mundo,
na vida que viverei:
Como nasci? Não recordo.
Que morte é minha? Não sei.
na vida que viverei:
Como nasci? Não recordo.
Que morte é minha? Não sei.
A navegar pelo belíssimo e elegante
blog do meu estimado amigo Pedro, encontrei este poema que me deteve na
sua filosófica simplicidade proverbial... Por isso atrevo-me a
"trasladar-lo" aqui para os "senderos"... faz-me falta. Também não sei.
Teremos isso em comum...
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