sexta-feira, abril 28, 2023

Poderá o algoritmo fundir-se com a alma?

Após uma noite mal dormida, com o corpo de abril à temperatura insone de junho (ou julho), pouco distante de uma sensação ligeiramente febril, recupero um apontamento nocturno: 'Poderá o algoritmo fundir-se com a alma?".
Después de una noche mal dormida, con el cuerpo de abril a la temperatura insomne de junio (o julio), poco distante de una sensación ligeramente febril, recupero una anotación nocturna: "¿Podrá el algoritmo fusionarse con el alma?".

Dos privilegios: ir a la academia (aprender y estudiar lenguas) en bici.

quinta-feira, abril 27, 2023

27/IV/2023

Guerra na Ucrânia, corrupção e má gestão na admistração pública, o sistema de saúde espanhol (e português) a colapsar, armas a circularem na Europa, um Abril a mais de 35°C, tudo isto esteve na ordem do dia na minha rotina de gajo a fazer pela vida... Mas chegou a noite e fui despedir-me à cama dos meus filhos. O mais velho, do topo do beliche, pôs-me o auricular do seu MP3 e disse-me "espera aí e ouve lá papá o que descarreguei". A qualidade não era a melhor, contudo os versos ecoaram para além dos phones baratos e chegaram onde tinham de chegar, ao meu reduto de esperança. "Grândola Vila Morena/Terra da Fraternidade/O Povo é Quem Mais Ordena/Dentro de ti ó Cidade ". A luz do quarto já estava apagada, alguma luz ainda chegava do candeeiro da sala e eu cantei baixinho uns versos com o auricular no meu ouvido esquerdo enquanto a emoção me escorreu pelo canto dos olhos. Não sei se ele viu. Creio que não. Acariciei-lhe o rosto em mudança com o verso "Em cada rosto igualdade" e apenas lhe disse "tens de dizer aos teus avós". 
Eles merecem. Talvez eu também.

segunda-feira, abril 24, 2023

"Amanhã, 25 de Abril..."/"Mañana, 25 de abril..."

Amanhã, 25 de Abril, estarei a convite do Departamento de Português da EOI de Mérida a refletir como a censura do “lápis azul” do Estado Novo não sublinhava apenas o calão e nos riscava por completo a liberdade de expressão... O mangas a falar de história e lexicologia para reivindicar o melhor da Revolução dos Cravos: “em cada rosto igualdade”! (Se for possível “em cada esquina um amigo”, seria do caraças...)

Mañana, 25 de abril, estaré por invitación del Departamento de Portugal de la EOI en Mérida para reflexionar sobre como la censura del “lápiz azul” del Estado Novo en Portugal no solo subrayaba tacos y palabrotas y nos tachó por completo nuestra libertad de expresión… El menda hablando de historia y lexicología para reivindicar lo mejor de la Revolución de los Claveles: ¡“en cada rostro igualdad”! (Si es posible “en cada esquina un amigo, será de la hostia…) 



domingo, abril 23, 2023

23 de abril de 2023

23 de Abril até podia ser especial por outros motivos (e não fossem as letras importantes na minha existência...), mas só o é por ti e por a vida nos ter marcado um "X" no nosso calendário há oito anos atrás. A foto é o que és e esperamos que continues a ser: natureza pura a abraçar-nos... 
El 23 de abril incluso podría ser especial por otros motivos (y no fuesen las letras importantes en mi existencia...), pero lo es solo por ti y porque la vida nos puso una "X" en nuestro calendario hace ocho años. La foto es lo que eres y esperamos que sigas siendo: naturaleza pura abrazándonos... 



sábado, abril 22, 2023

David Mourão-Ferreira - Teseu, ao telefone

 

TESEU, AO TELEFONE

Labirinto de néon e de vento,
noite por estas ruas, sob a chuva...
Na cabina telefónica procuro,
entre milhares de fios, um somente.

Com seu corpo de touro, a tempestade,
com seu rosto de gente, a tentação,
já nas esquinas lóbregas travaram,
comigo, corpo-a-corpo, tal combate

que somente encontrando aquele fio,
o da voz de Ariana, poderei
reconduzir-me inteiro ao meu destino.

E através deste círculo de números
vou tentando o acesso ao parapeito
- que daqui se não vê, porque está escuro.

David Mourão-Ferreira



terça-feira, abril 18, 2023

Morreu o Joaquim Pessoa

18/IV/2023 Morreu o Joaquim Pessoa. Durante alguns anos, fruto do seu recato, pensei que já tivesse falecido, até que o redescobri ainda a publicar versos discretos e bastante alheio a mercados editoriais. Hoje sim teve um fim biológico e ponho-me aqui a pensar que, dos "Pessoas" de apelido que a literatura portuguesa nos deu, o Joaquim foi quem mais influência teve em que começasse a escrever. Sem dúvida, denoto em mim mais influência imberbe de uns apócrifos "Os Herdeiros do Vento" (e da "Amélia dos Olhos Doces" no autorrádio paterno) do que de toda a heteronímia canónica do seu congénere Fernando. Escrever esta nota talvez seja uma forma de agradecer-lhe e honrar a sua memória de poeta.
Ha muerto Joaquim Pessoa. Durante unos años, fruto de su recogimiento, pensé que ya había fallecido, hasta que lo redescubrí publicando todavía versos discretos y bastante ajeno a los mercados editoriales. Hoy sí tuvo su final biológico y me encuentro pensando que, de los "Pessoas" que nos dio la literatura portuguesa, Joaquim fue el que más influyó en que yo empezara a escribir. Sin duda, denoto más la influencia imberbe de unos apócrifos "Los herederos del viento " (y de "Amélia de los ojos dulces" en la radio del coche de mi padre) que todos los heterónimos canónicos de su congénere Fernando. Escribir esta nota es quizás una forma de agradecerle y honrar su memoria de poeta.



 

domingo, abril 16, 2023

El gato...

El gato es el animal cuya naturaleza es la más simétrica... se aprecia en la perfección.
O gato é o animal cuja natureza é a mais simétrica... vê-se perfeitamente. 

Fulvio Roiter - A carta (1953)

 



Fulvio Roiter - La lettera, Sicilia, 1953




sexta-feira, abril 14, 2023

Sindicância a Luis Leal

Há já algum tempo que devo à Sofia, e à sua professora Guilhermina Rebocho, o agradecimento por esta “Sindicância”, principalmente no âmbito das aulas de literatura da Escola Secundária Gabriel Pereira de Évora, a instituição que me deu bases para poder responder com a maior sinceridade possível, pelo menos até fevereiro deste ano, mas acho que não mudei muito... Mais importantes do que as minhas respostas foram as perguntas que, talvez, todos nós, com um bocado de introspecção, possamos responder... “Eu pelo menos tentei...”(se vos apetecer ler).

Obrigado Sofia! Obrigado Guilhermina! (aí vai a “Sindicância” ligeiramente “ilustrada”!)   

Desde hace un tiempo le debo a Sofia, y a su profesora Guilhermina Rebocho, mi agradecimiento por esta “Encuesta”, principalmente en el contexto de las clases de literatura de la “Escola Secundária Gabriel Pereira” de Évora, institución que me dio la base para poder responder con la  mayor sinceridad posible, al menos hasta febrero de este año, pero no creo que haya cambiado mucho... Más importantes que mis respuestas fueron las preguntas que, quizás, todos, con un poco de introspección, podamos contestar... "Yo al menos lo intenté..." (si os apetece leer).

¡Gracias Sofía! ¡Gracias Guilhermina! (¡Aquí va la "Encuesta" ligeramente "ilustrada"!)






domingo, abril 09, 2023

Foi um momento dedicado à física?

Foi um momento dedicado à física? Uma aula de  meteorologia? Amor pela aviação? Pura história da ciência a recordar Benjamin Franklin num dia de sol? Não. Tão e somente lá se conseguiu lançar o raio papagaio ao ar... 
¿Fue un momento dedicado a la física? ¿Una clase de meteorología? ¿Amor por la aviación? ¿Simple historia de la ciencia recordando a Benjamín Franklin en un día soleado? No. Tan solo fue posible lanzar la maldita cometa al aire... 


sábado, abril 08, 2023

La queja más difícil...

La queja más difícil es la de aquel que, toda la vida, aprendió y luchó por no quejarse de vicio... Casi nunca llega a ser un lamento real, ni siquiera un desahogo... Se le olvida.
A queixa mais difícil é a daquele que, toda a vida, aprendeu e lutou para não se queixar só por se queixar...Quase nunca chega a ser uma lamentação real, nem sequer um desabafo... Esquece-se.

quinta-feira, abril 06, 2023

"Kazuo Dan: el poeta del país del sol naciente que se enamoró del sol poniente" - Luis Leal in "Shibumi", nº34, enero, 2023, pp. 38.43 (ilustración de David Carnerero)

"Kazuo Dan: el poeta del país del sol naciente que se enamoró del sol poniente" - Luis Leal I

"Kazuo Dan: el poeta del país del sol naciente que se enamoró del sol poniente" - Luis Leal II

"Kazuo Dan: el poeta del país del sol naciente que se enamoró del sol poniente" - Luis Leal III (ilustración de David Carnerero)






 


"Kazuo Dan: el poeta del país del sol naciente que se enamoró del sol poniente" - Luis Leal in "Shibumi", nº34, enero, 2023, pp. 38.43 (ilustración de David Carnerero)

Supongo que, para la mayoría de los que ven en Japón un destino casi idílico, no se concibe en sus habitantes la necesidad de alejarse de ese conjunto de islas que, hasta el siglo XIX, se encontraba prácticamente cerrado al resto del mundo. Yo era uno de esos, pues para mí la cultura japonesa, principalmente su filosofía y su literatura, siempre necesitó un “topos”, es decir, un lugar alejado en un Oriente extremo, quizás más una herencia de mitologías que propiamente una realidad. Desde Bashô hasta Mishima, con algún tiempo dedicado a Murakami y con bastante mangas por el medio, mis lecturas me acercaban a Japón y no lo contrario, un poco como mi patrimonio histórico portugués me llevó al otro lado del mundo en compañía de marineros, aventureros y de jesuitas. De marinero y de aventurero tengo muy poco, pero de jesuita tengo algo, basta escuchar los ecos de este orden religioso en mi formación humana y académica. Reconozco que, en plena madurez, es un privilegio poder decirlo o, en este caso, escribirlo. Sin embargo, y a pesar de mi niponofilia, fue en plena costa portuguesa, esa finisterra europea, de cara a oeste, que encontré un haiku de un autor japonés desconocido que me hizo contemplar una puesta de sol de manera muy auténtica:

Bello sol poniente
¡Ah pudiese yo ir a buscarte
Allá, al fin del mar!

Su nombre es Kazuo Dan y, en ese momento, descubrí que Portugal (y concretamente la bella localidad costera de Santa Cruz) tenía un poeta más. La vida misma es una casualidad y este tropezón con la forma breve japonesa, traducida a la lengua portuguesa, me hizo querer saber más sobre este poeta del país del sol naciente claramente fascinado por el sol poniente.
No he encontrado mucha información disponible, desafortunadamente, y tampoco podemos encontrar sus obras traducidas para el gran público, pero, según parece, tenemos algunos datos biográficos con alguna fiabilidad. Dan nació en la prefectura de Yamanashi, en 1912, en el seno de una familia originaria de Kyushu. Debido al trabajo de su padre, que constantemente cambiaba de residencia, Kazuo Dan se fue a vivir con sus abuelos en Yanagawa cuando tenía seis años. Sin embargo, pasados tres años y debido al divorcio de sus padres, se mudó a Ashikaga, en la prefectura de Tochigi, donde pasó los siguientes años llevando una vida solitaria, caminando por los campos y colinas de los alrededores, posiblemente, sintiendo ya la adolescente necesidad de alejarse de la insularidad de su paisaje y descubrir mundo.
Hizo sus estudios secundarios en la ciudad de Fukuoka y, en 1928, con solo 16 años comenzó a escribir y a publicar poemas, novelas y obras de teatro en la revista de su instituto, manteniendo activa su vida literaria incluso durante sus estudios universitarios en la Universidad Imperial de Tokio en la cual ingresó en 1932 y se licenció. Terminada la carrera y graduado en economía, Kazuo Dan se volcó en la escritura, dedicándose por completo a la literatura, incluso durante el fatídico período de la Segunda Guerra Mundial - en que desempeñó funciones de corresponsal de guerra en un periódico -, lo que no le impidió ganar el Premio Noma en 1944, un año antes del declive bélico y de la rendición incondicional de su país.
En los destrozos de la guerra, en un Japón imposibilitado de tener actividades literarias y con un mercado editorial en ruinas, Dan siguió escribiendo sin publicar, contrayendo matrimonio, en Yanagawa, con su esposa Yosoko. En 1950 se trasladaron a Tokio, donde el autor retomó su vida literaria y ganó el Premio Naoki, el galardón literario más prestigioso de Japón, nombrado así en honor al novelista Sanjugo Naoki (1891-1934) y que sigue vigente a día de hoy. Sabemos que, a lo largo de su carrera, Kazuo Dan escribió poesía y novelas, viajando extensamente por su país natal, pero también por Estados Unidos, Rusia, China, Australia, Nueva Zelanda y también por Europa donde estableció residencia en Portugal, en la costa oeste de Torres Vedras, en la ya mencionada localidad de Santa Cruz.
Quien conozca a este pequeño pueblo costero portugués seguro que sabe que se trata de un destino de poetas, un destino de viajeros y de gente anhelante como el maestro de la idea de enseñanza pública y universal en Portugal, João de Barros, o el poeta y filósofo Antero de Quental, cuyo libro de sonetos me imagino conocido de Kazuo Dan. ¿Qué pensaría el japonés del desespero insular de Antero, suicidándose en medio del Atlántico, en las Azores, delante del Convento de Esperanza? ¿Cómo entendería este nihilismo luso, que Unamuno tildó de “pueblo de suicidas”, en busca del palacio de la ventura? ¿Qué pensaría de este país periférico que necesitó, como él mismo, recorrer el mundo en busca de su identidad? Son preguntas que se me ocurren y que, posiblemente, en su momento pudiesen tener alguna respuesta, ya que Dan, entre 1971 y 1972, fue el paisaje humano más oriental que se contempló en Santa Cruz y, como lo atestigua el monumento dedicado al poeta, dejó “saudades” en muchos de los vecinos que con él vivieron el sol poniente portugués.
La vida y la fortuna también me llevaron a Santa Cruz. Me gusta pensar que fue una conspiración cósmica centrípeta, un vórtex de sensibilidades parecidas y compartidas por seres humanos con perspectivas similares, pero en tiempos diferentes. Siempre que la vida me lo permite también yo sigo volviendo a este pueblo atlántico y suelo cruzarme con la memoria de un japonés desconocido para la inmensa mayoría, posiblemente, incluso para los que residen (o veranean) en esa casa de la calle que ahora lleva su nombre: “Rua Professor Kazuo Dan, Nº 6”. 
Veo en Kazuo Dan un escritor con ganas de infinito y me gusta pensar que, después de su paso por Portugal, volvió al sol naciente japonés para retirarse y entregó su vida, a pesar del infortunio de un cáncer, a un final sereno, dictando su última novela “El hombre de las pasiones”, algo sustancialmente diferente del de “Silencio y oscuridad - ¡y nada más!” de Antero de Quental. Tenemos la información biográfica de que murió el 2 de enero de 1976 y que su tumba se encuentra en el templo budista de Fukugon-ji en Yanagawa, en la prefectura de Fukuoka. Intuyo que estará en un sitio privilegiado de luz solar, bien expuesto al sol naciente japonés, sin embargo, con posibilidad de verse alumbrado por ese bello sol poniente del cual también es parte, un poco más allá, al fin del mar portugués. 
"Kazuo Dan escribiendo en Santa Cruz", ilustración de David Carnerero



Revolta culinária: a batata à batatada!

Revolta culinária: A batata, farta de ser esmurrada, contra-atacou à batatada! 

quarta-feira, abril 05, 2023

A divagar sobre mamas...

A divagar sobre mamas, algo que, vendo bem, faço desde que nasci: "O decote é mais belo que o seio? Não, o decote é mais sugestivo, mais imaginativo e propenso ao sonho de várias noites adolescentes e de recordações atrevidas de um adulto que, só devido ao erotismo, abdicou de ser criança. O seio é a realidade, é a saúde mamada na ponta do mamilo materno e é o aperto contra o peito que tanto se ouve a ofegar, a gemer arrepiado, a chorar ou num tranquilo respirar que necessito abraçar. O decote, por vezes auxiliado por arames ocultos, segura o desejo, o seio é o desejo servido ao prazer, à liberdade e, como nós, sujeito à lei da gravidade." 

terça-feira, abril 04, 2023

Casimiro de Abreu - Meus oito anos




MEUS OITO ANOS 

Oh! que saudades que eu tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!

Como são belos os dias
Do despontar da existência!
– Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é – lago sereno,
O céu – um manto azulado,
O mundo – um sonho dourado,
A vida – um hino d’amor!

Que auroras, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d’estrelas,
A terra de aromas cheia,
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!

Oh! dias de minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez de mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã!

Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
De camisa aberta ao peito,
– Pés descalços, braços nus –
Correndo pelas campinas
À roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!

Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo,
Adormecia sorrindo,
E despertava a cantar!

Oh! que saudades que eu tenho
Da aurora da minha vida
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
– Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!

Casimiro de Abreu

(1837 - 1860)



(Fotografia de Xavier Donat  em Baía Formosa, Rio Grande do Norte, Brasil)



Pierrot Men’s ‑ Baobabs Avenue

 



domingo, abril 02, 2023

Perspectiva zenital

2/IV/2023 Como seria a infância se a criança tivesse perspectiva zenital? Assumir-se-ia como uma divindade qualquer a brincar com a nossa existência desde uma posição privilegiada? A alma da criança não se expande na perpendicular, nem necessita proporcionalidades realistas, é como a do artista, proclive ao vôo e sensível à vista dos pássaros, esses seres alados que ignoram se é a autenticidade da vida ou uma cena que lhe calhou presenciar.
¿Cómo sería la infancia si el niño tuviera una perspectiva zenital? ¿Se asumiría como una divinidad jugando con nuestra existencia desde una posición privilegiada? El alma del niño no se expande en la perpendicular, ni necesita proporciones realistas, es como la del artista, propensa al vuelo y sensible a la vista de los pájaros, esos seres alados que ignoran si es la autenticidad de la vida o una escena que les tocó presenciar.

sábado, abril 01, 2023

Os vasos de Vale do Pereiro

Estremoz, "El Rastro"

Estremoz, 1/IV/2023: En el rastro el elemento más traicionero no es el regateo (o el gitano de turno), sino el peligroso óxido que tanto puede estropear una preciosa antigüedad como hacer de nosotros necios, al engañarnos, ocultando la verdadera edad de lo que, al final de cuentas, no es una antigüedad.