domingo, março 31, 2013

O Contrabando na Zona de Valência de Alcântara - Santo António das Areias (In "Bd Veredas" de Hermínio Felizardo)



Nós e o actor Marco d'Almeida

 Como disse no “post de memórias” anterior, na série “Processo dos Távora” fui duplo na cena final da execução do actor Marco d’Almeida. Num descanso das filmagens, o actor deixou-se fotografar connosco (note-se que na época não era tão conhecido como actualmente) e deixou de curtir o seu “sound” no seu Minidisc para satisfazer afavelmente o capricho de dois parolos. Não me lembro do que falámos, quase de certeza da seca que levávamos como figurantes, ao sol, sem água e com pouquíssimo comer. Sei sim, que ao seu obséquio, se uniram dois dedos de conversa amena.

Hoje, tantos anos mais tarde, confesso que nutro uma grande simpatia por este actor (que desde esse dia vejo como um “gajo porreiro”) e sigo com curiosidade a sua carreira, fazendo sempre votos de incursões em projectos interessantes, podendo continuar a “fazer nome” em outras coisas que não se resumam a algumas redundantes telenovelas da SIC e TVI, mas que são das poucas alternativas de trabalho para os intérpretes portugueses.

Como docente de PLE, uso com frequência duas interpretações do Marco: primeiro o agradável e divertido “A Bela e o Paparazzo” e, segundo, a excelente declamação em “vídeo-poema” de “Pastelaria” de Mário de Cesarinny para o projecto “Voz” das Produções Fictícias.
Espero, em breve, ver o recém-estreado “Comboio Nocturno para Lisboa”, no qual o actor participa. As críticas ao filme não têm sido boas (mas como tudo, valem o que valem!), no entanto tem o atractivo de belíssimos actores lusos e o Jeremy Irons, para mim um grande nome da 7ªarte.
Se algum dia lês isto, Marco, votos de uma brilhante carreira! Hoje vejo com agrado que está bem consolidada e no caminho certo! Isto, doze anos depois de te teres cruzado connosco, sem a mínima ideia de que algum dia divagaria sobre este casual encontro num blog qualquer…


La Vida es Más Bonita en Bici (Badajoz, 2013)


Nós no "Processo dos Távora", 2001


Em 2001, há mais de uma década, a Elsa e eu participámos como figurantes (e eu também como duplo do filho mais novo dos Távora – interpretado pelo simpático Marco d’Almeida”) na série da RTP “O Processo dos Távora”, digamos que, por outras palavras, isto foi o mais próximo que alguma vez estive de uma carreira em Hollywood! De esses dias, junto com os nossos amigos Sara e Miguel, guardamos estas “fotos de época” e a memória de longas loiras grenhas de “pseudo-surfista”. Na verdade, a Elsa estava caracterizada como uma plebeia, mas a sua beleza superava (e supera) todas as que eram de “sangue azul”… Sou suspeito, mas as fotos provam o que aqui recordo e afirmo. “Good old times” sem saudosismo, mas com “boa onda” (de “praia seca”)!

Booklovers Never Sleep Alone (Livraria "Arquivo" Leiria)


Outra "Taraxacum"


Intermitencias de la Primavera: “El Puente Real y la Abeja Reina”


































 ¿Qué es más real?

¿La ingeniería humana o la natural ingeniería?

Dente de Leão (ou "O teu pai é careca?")

Na realidade, "Dente-de-leão" é o nome vulgar de várias espécies pertencentes ao género botânico "Taraxacum", das quais a mais disseminada é a "Taraxacum officinale", provavelmente a que fotografei. 

Ruy Belo e Fernando Pessoa



Este poema de Ruy Belo, do seu livro Aquele grande rio Eufrates (1961), leva-nos para Fernando Pessoa. Poesia para este domingo chuvoso.


Ah, poder ser tu sendo eu!

Ei-lo que avança
de costas resguardadas pela minha esperança
Não sei quem é. Leva consigo
além do sob o braço o jornal
a sedução de ser seja quem for
aquele que não sou
E vai não sei onde
visitar não sei quem
Sinto saudades de alguém
lido ou sonhado por mim
em sítios onde não estive
Há uma parte de mim que me abandona
e me edifica nesse vulto que
cheio de ser visto por mim
é o maior acontecimento
da tarde de domingo
Ei-lo que avança e desaparece
E estou de novo comigo
sobre o asfalto onde quero estar

Ruy Belo



Ela canta, pobre ceifeira,
Julgando-se feliz talvez;
Canta, e ceifa, e a sua voz, cheia
De alegre e anónima viuvez,

Ondula como um canto de ave
No ar limpo como um limiar,
E há curvas no enredo suave
Do som que ela tem a cantar.

Ouvi-la alegra e entristece,
Na sua voz há o campo e a lida,
E canta como se tivesse
Mais razões pra cantar que a vida.

Ah, canta, canta sem razão!
O que em mim sente 'stá pensando.
Derrama no meu coração
A tua incerta voz ondeando!

Ah, poder ser tu, sendo eu!
Ter a tua alegre inconsciência,
E a consciência disso! Ó céu!
Ó campo! Ó canção! A ciência

Pesa tanto e a vida é tão breve!
Entrai por mim dentro! Tornai
Minha alma a vossa sombra leve!
Depois, levando-me, passai!

Fernando Pessoa



quinta-feira, março 28, 2013

Blackbird - The Beatles

Bem de longe, fotografei este pássaro negro nas traseiras de um hotel religioso em Fátima. O tipo não tinha medo da freira que por lá andava a tratar da lida doméstica. Talvez por terem cores semelhantes...
Apesar de ser de dia, ecoava no meu ouvido a voz de John Lennon e Paul McCartney...
Where are you Blackbird? Have a nice day! 

Soneto Resgatado


Soneto Resgatado 
(Dedicado a vários Homens de Palavra[s])

É tão natural ter bons alimentos
Aconchega tanto o estômago de quem os tem
Que a generosidade oportuna sem investimentos
É promoção que vai e não vem.

Ora, se no inverno a esplanada está
Fechada, a cadeado pelas finanças,
O que mais nos esquece é chá
E bolachas, fora da data, com traças.

E ao fim de três intervenções a dar o que não é seu,
O Sr. Dr. Alienado da maneira como se lá chegou
Lugar tem garantido como CEO

Um gozo acrescido ao que muito privatizou!
Seria este (se houvesse sido honrado)
Algo mais que um país resgatado.

27/III/2013

quarta-feira, março 27, 2013

The lighthouse of your eyes


In your eyes,
I sail freely.
In your eyes,
I dive deeply.
Without fear of
Loosing myself 
In a stupid sense of homesick.
Searching in my past childhood 
Something that doesn’t come back...
Because it’s here,
And it never truly abandoned me.
James, like the lighthouse that guides the ancient mariner, 
You will always bring me
Shelter from the sea…
Our rope of hope…
Our gentle tide…
That ties us forever.

Dá-me Lume (Leiria, 2013)


"Dá-me lume, dá-me lume 
Deixa o teu fogo envolver-se até a música acabar 
Dá-me lume, não deixes o frio entrar 
Faz os teus braços fechar-me as asas 
há tanto tempo a acenar"
Jorge Palma


Parece o Darth Vader a dar lume à gaja dos Gift. Epá, foi do que me lembrei! Desulpa lá Sónia Tavares, agora é que me lembrei do teu nome e não me apetece apagar com esta tecla da seta pata trás.

Cometa por el cielo

S. Pedro de Moel, março de 2013. 
Uma menina feliz ao sabor do vento.

A rua do meu Tio Manuel Leal

Em Leiria, perto da N1, encontrei a Rua do meu Tio Manel! Bem merecida! É é longe como caraças!

A melhor mão! (19 de março de 2013)


Às suas costas ("A sus espaldas", original en español de Jorge Carnerero)


Mi buen amigo Jorge Carnerero, compuso esta preciosa letra (y música) para su grupo "Tierrakemá". Lo mínimo que puedo hacer es traducirla para la lengua de Camões como manera de mantener este compromiso que ambos tenemos con esta tierra de todos y, al mismo tiempo, de nadie que para mi siempre fue como una especie de "raya de afectos"...

Carregando café às suas costas
Por aqueles perdidos caminhos
Caminhando às escuras
Com a esperança de não ouvir nenhum ruído.
E vêem o seu olhar no reflexo de algum rio.

E chega a manhã
Com o cansaço de mãos gretadas.
Botas rotas, gastas
Que conhecem todos os caminhos.
Estômagos vazios, corações de rebeldes mendigos

E já na sua casa junto ao fogo
A sua mulher espera em silêncio.
Noite tranquila, calada de estrelas
E no peito o frio de mil séculos…

Sobreiro, oliveira e jara:
Olhares vivos de velhos fantasmas
Que ainda estão entre nós,
São aqueles que sempre andavam
Com o peso das suas vidas carregado às suas costas…
               
Mas sempre há alguém
Que com o dedo assinala:
“Olhe senhor guarda, que esse homem é o que buscava”.

Um almoço moralista na Cervejaria Trindade.

Esta 2ºfeira estive em Lisboa, com a Elsa e o Santiago. Coisas de burocracia, embaixadas, livros de família e passaportes. Após esse périplo (em que sempre te perdes, não porque não saibas as direcções, mas porque há sempre um sinal lisboeta que te faz enganar no trânsito) demos um passeio pela baixa chuvosa.
A capital não perde beleza, mesmo com obras sem fim e miséria envergonhada (mas que já não se esconde), e, por esse motivo, por estar em Lisboa, “menina e moça”, decidimos ir à cervejaria Trindade (luxo gastronómico de "menú turístico" assumido que há quase uma década não tinha) e almoçar um “bife à Trindade”. 

A companhia foi familiar, não a do meu amigo Sixto Galán e do José Kuski (como da primeira vez que lá estive), o sabor diferente. Quer pela confecção (o simpático empregado confessou-me que o molho era diferente), quer pelo sentimento de introspecção à saída da cervejaria. 
Sendo um homem consoladamente feliz, tendo família, saúde e trabalho, cada vez que saio à rua, ligo a rádio, televisão ou internet, sofro... Não posso ficar indiferente a quem não tem trabalho, saúde e não pode cuidar da família… 

E eu ainda posso almoçar, de dez em dez anos, na Trindade… Será que tenho de me sentir mal por isso? Impôs-se essa pergunta.
Não. É isso que querem que sinta, que sintamos. Recuso-me! Numa sociedade tendencialmente justa não se podem impôr perguntas deste tipo de moralismo pecaminoso e miserabilista. 
Há dignidade no bem servir e ser servido, no consumo com gratidão, há relações económicas baseadas no trato justo… e não apenas na facturação governamental feita através de programas informáticos que não sabem de contas humanas, tal como os que os programam. 
Ainda posso fazer algumas escolhas. Até quando? Não sei.
O dia que não as possamos fazer, só nos resta agarrar na espingarda, carregá-la, apontar, correr a mão e disparar. Passos limpos levar-nos-ão ao coelho que nos matará a fome. 
Pelo menos não teremos “miserabilismo” de espírito que se nos quer impôr. Mataremos para comer. Se é o que querem... Cada vez há mais pessoas dispostas a isso. E isso não causa peso na consciência a quem nos governa?



From the library’s bathroom window. (Elvas, December of 2011)

Forte de Santa Luzia.

Close your eyes, open your mind! (Lisboa, 2013)

En la "Baixa" de Lisboa. Un escaparate de una tienda cerrada, pero con un mensaje importante...

Small Twins (O Lupo do "Áti" e o Lupo do "Quico")

 A mera casualidade de eu e a minha irmã termos carros semelhantes (iguais na marca, mas distintos na motorização) fez com que o meu filho adorasse o nosso pequeno carro (e não tivesse o seu primo Quico, o seu herói, outro!).

Trata-se de um VW Lupo, já com mais de uma década, mas sempre preparado para nos levar aos sítios mais difíceis de estacionar e ter uns consumos adequados para esta crise (que parece imortal) e para o ambiente. É o “popó do Áti”, não o “popó” da mamã ou do papá.

É curioso como o meu filho se identifica com a 3ªpessoa do singular, o “Áti”. E eu, sem saber ajudá-lo mais nesta curiosidade de dois anos (“papá, ¿qué es esto?”), respondo-lhe o que sei, o que sinto que faz parte do nosso vocabulário de pai e filho e, nesse momento, não sou mais que o “papá do Áti”… e somos felizes ao volante do seu “popótico!”.


Dezarrezoado amor, dentro em meu peito (Sá de Miranda)


Um soneto de Sá de Miranda (at lunch time)...
Que faremos quando tudo arde??

Dezarrezoado amor, dentro em meu peito
tem guerra com a razão. Amor, que jaz
i já de muitos dias, manda e faz
tudo o que quer, a torto e a direito.

Não espera razões, tudo é despeito,
tudo soberba e força, faz, desfaz,
sem respeito nenhum, e quando em paz
cuidais que sois, então tudo é desfeito.

Doutra parte a razão tempos espia,
espia ocasiões de tarde em tarde,
que ajunta o tempo: em fim vem o seu dia.

Então não tem lugar certo onde aguarde
amor; trata traições, que não confia
nem dos seus. Que farei quando tudo arde?

Sá de Miranda

Cheiro a Café - João Afonso



Uma noite escrevi o teu nome 
num café 
a cafeteira adormece breve 
mesmo ao pé 

O mar que passa 
pela vidraça 
senta-se à mesa 
cheira a café 

Não me enjeites quando te escrevo 
o que à memória me vem 
contas contadas, contas da história 
que a ninguém devo, a ninguém 

Já não vejo razão para calar 
as múrmures águas na areia 
sobre a praia a maré cheia 
enche toda antes de vazar 

A noite dura para além da tarde 
cerveja com levedura 
vaga de espuma entre o meio dia 
calma a garganta que arde 

O tesouro no ventre do mar 
não será para quem mareia 
como é bom dormir, acordar 
preguiçar em branca açoteia 

O sentido que eu tive da vida 
num café 
o que foi certo para mim um dia 
já não o é 

O mar que passa 
pela vidraça 
senta-se à mesa 
cheira a café 

Cão vadio, cão sem raça 
pela rua a vaguear 
candeeiro de luz baça 
café moído a exalar 

À noite os casais devassam 
os enigmas duma luz mansa 
os sonhos idos de criança 
como farrapos soltos que passam.

El Golpe de la Grulla Tonta - By Luis Leal

Esta fue la primera (y creo que última) incursión en el mundo de los dibujantes de cómics. Como se ve, mi talento es demasiado para el noveno arte... 
El guión también es un original mio, en realidad una historia de infancia que dedico a mi compañero Carlos Silva (que, sin su presencia en mi vida, no habría descubierto el placer que es ser niño, bien adjetivado de tonto - como la grulla de este tebeo- y lleno de ilusiones).
El cómic "El Golpe Tonto de la Grulla", se hizo en un curso del CPR de Borzas en el año 2012 con la presencia del gran autor extremeño Fermín Solis, que además de un excelente artista es un "tío grande" de eses que merece la pena tener como amigo. 
En fin, memorias de una infancia mal dibujada y el aprecio por quién, incluso lejos, estará siempre presente en nosotros, algo que espero que, un día, Santi también pueda sentir... Esa es la verdadera amistad.

terça-feira, março 26, 2013

"Há homens que são como as velas; sacrificam-se, queimando-se para dar luz aos outros."
Padre António Vieira

ROLLS OVER adeus anos 70 - José Paulo Ferro



Roll Over fica como um  retrato de uma época que ainda está (em certa medida estava) por fazer e que sem dúvida gerará outros que o completem; numa época em que a imagem digital faz desaparecer a importância da fotografia e do snapshot pela imensidão de imagens que se podem gerar em cada segundo, este é um arquivo valioso para a memória destes anos e que complementa qualquer história do “rock português”. Mas é-o sobretudo pelo estilo de aproximação, pela forma como sublinha a cena em detrimento do personagem individual que nela se destaca, o acto, em detrimento da pose, a dinâmica literal em detrimento do esteticismo. Margarida Medeiros


Isto é certamente fotografia tribal. Havia então outras tribos, com outras marcas identitárias. Nós – o José Paulo, eu também – fazíamos parte desta tribo. Mas nunca pensámos na publicação destas fotografias «escondidas» (conhecidas de poucos e quase todas inéditas) para alimentar o mercado da nostalgia e do narcisismo. Por mim, tento vê-las na sua dupla essência: valiosos documentos sociológicos e espécimes da nobre arte da fotorreportagem. João de Menezes-Ferreira

Quem é o autor?
José Paulo Ferro nasceu em Alcobaça em 1955. Vive e trabalha em Lisboa. Frequentou a Escola Superior de Belas Artes de Lisboa tendo feito o bacharelato em Design e a licenciatura em Artes Plásticas/ Pintura. Foi aluno e monitor do Instituto Português de Fotografia e actualmente é professor na Escola Secundária de Pedro Nunes. Expõe colectivamente desde 1975 e individualmente desde 1980.

a ética da fonética

na ética da fonética
todos os sons são diferentes,
mas, profundamente, 
iguais

sábado, março 23, 2013

La domesticación del samurái. El individualismo honorífico y la construcción del Japón moderno.


La domesticación del samurái. El individualismo honorífico y la construcción del Japón moderno Trad. Hugo A. Pérez Hernáiz Eiko Ikegami 2012 | 496 pp | ISBN: 9788415260530 

 Este libro presenta una nueva perspectiva para enfrentar el llamado enigma del Japón moderno, a través del análisis del desarrollo cultural del samurái japonés. La transformación cultural del samurái es la clave para la compresión y apreciación adecuada de las tensiones entre el individualismo y el colectivismo del Japón moderno. Explorar estas tensiones nos lleva al corazón mismo de este enigma: la síntesis paradójica de competencia y colaboración.

sexta-feira, março 22, 2013

"Karma" by Earl Hickey


Un pueblo se esclaviza, se degüella a sí mismo cuando, ante la opción de ser vasallo u hombre libre, deserta de sus libertades y se unge al yugo, consciente de su propia miseria o, cabría decir, parece darle la bienvenida. [...] No os pido que pongáis las manos sobre el tirano para derribarlo, sino simplemente que dejéis de sustentarle. Entonces le veréis, como un gran Coloso al que retiran su pedestal, caer desde sus propias alturas y hacerse pedazos.

Étienne de la Boétie



terça-feira, março 19, 2013

"Runaways" - The Killers




Blonde hair blowing in the summer wind
A blue-eyed girl playing in the sand
I've been on a trail for a little while
But that was the night that she broke down and held my hand

The teenage rush, she said:
Ain't we all just runaways? We got time
But that ain't much
We can't wait 'till tomorrow

You gotta know that this is real, baby
Why you wanna fight it?
It's the one thing you can't do

We got engaged on a friday night
I swore on the head of our unborn child
That I could take care of the three of us
But I got the tendency to slip when the nights get wild
It's in my blood
She said she might just runaway to somewhere else, some place good
We can't wait 'till tomorrow

You gotta know that this is real, baby
Why you wanna fight it?
It's the one thing you can't do

Let's take a chance, baby, we can't loose
Ain't we all just runaways?

I knew it when I met you
I'm not gonna let you runaway

I knew it when I held you
I wasn't letting go

We used to look at the stars and confess our dreams
Hold each other 'till the morning light
We used to laugh now we only fight
Baby, are you lonesome now?

At night I come home after they go to sleep
Like a stumbling ghost, i haunt this house
There's a picture of us on our wedding day
I recognize the proof but I can't settle in this walls

We can't wait 'till tomorrow

Now we're caught up in the appeal
Baby, why you wanna hide it?
It's the last thing on my mind
I turn the engine over and my body just comes alive

Ain't we all just runaways
I knew it when I met you
I'm not gonna let you runaway

I knew it when I held you
I wasn't letting go
Ain't we all just runaways?

domingo, março 17, 2013

"O Armário" de Manuel Alegre (Em momentos como este, penso como seria ter este poeta como presidente do povo português? Pelo menos palavras teria. Já seria alguma coisa.)


Quando abrires o armário tem cuidado
mais que versos falhados cartões melancolia
pode sair de repente o que não esperas
aquela cujo sol de um outro tempo
quando olha para ti ainda te mata.
Por isso tem cuidado: não abras as gavetas
talvez Deus esteja escondido
ao lado do retrato da primeira comunhão.
Não abras: pode soltar-se
o espírito
podem sair os mortos todos
as bruxas o diabo as cartas o destino
e aquela parte da tua vida que não cabe
não cabe em nenhum verso.
E se o bafo soprar?
Não abras
não abras as gavetas.
Pode sair a tua guerra
os aerogramas
as cartas escritas da cadeia
o amor o tempo as emboscadas
as longas noites de interrogatório
e também os duzentos metros livres
uma tarde de glória na Praia das Maçãs.
Este no pódio és tu.
Não queiras ver.
O que passou passou e não passou.
Deixa ficar o sol fechado no armário
o sol e a vida
não só poemas cadernos e retratos
mas também lâminas um pincel de barba
um pente
os pequenos nadas do teu quotidiano
antes do salto.
Tão inúteis agora.
Ninguém regressa à vida interrompida
mesmo que por dentro do armário
bata por vezes um coração.
Tem cuidado ao abri-lo.
Pode sair o que nunca imaginaste
um pedaço de Deus em papéis velhos
uma foto esmaecida
um amor rasgado
sabe-se lá o quê.
Alguém que não conheces
alguém que não sabes quem
alguém que aponta o teu retrato
e de repente diz: Ninguém.

La sombra de la mariquita del Puente de Coria






















En un puente sobre ningún río y que la historia hizo perder la necesidad de unir (sea lo que sea), me he cruzado con esta mariquita, diminuta, pequeña, sin ser microscópica, pero que me enseñó que la naturaleza de la sombra... ni que haga falta usar un objetivo macro.  

"Tu Bebito", El embarazo, paso a paso... (Para los que está pensando ser papás) - Miguel Brieva


































Una vez más, cortesía de nuestro buen amigo Pedro L. Cuadrado. !Qué ojo tienes para estas cosas hombre!

Bifanas (de Vendas Novas) e Francesinhas (à moda do Porto) no curso REALCE B2 de Língua e Cultura Portuguesa de Valencia de Alcántara


E assim foi, no dia 16 de março, que o grupo do curso REALCE B2 (promovido pelo CPR de Brozas) e alguns amigos do IES Loustau-Valverde de Valencia de Alcántara participaram na aula prática de “Comida Rápida” portuguesa.
Após uma “Viagem pela Gastronomia Portuguesa”, antecedida pela “Voz” da poesia lusófona, o grupo pôs mão à obra e confeccionou umas belíssimas “Bifanas” (de Vendas Novas) e umas contundentes “Francesinhas” à moda do Porto. Este sabor típico de Portugal foi trazido na teoria pelo professor do curso, mas a prática só foi possível graças à presença de Elsa Lopes que, com o seu “jeitinho para a cozinha”, foi a grande responsável pela transmissão destes conhecimentos.
Mas a confecção por parte do grupo foi digna destas iguarias típicas que conheceram solo “extremeño”, num ambiente que já é tradição em Valencia de Alcántara.
Sem dúvida, uma actividade que valeu a pena! Por tudo! Quando se está entre amigos já se sabe!  






Foto do jornal Público: "Garrett McNamara na Nazaré 2013"

A maior onda jamais surfada... "A fucking tsunami... under the board". "Right here" na terra das varinas de 7 saias...

sexta-feira, março 15, 2013

"E Tudo Era Possível" - Ruy BELO

Na minha juventude antes de ter saído
da casa de meus pais disposto a viajar
eu conhecia já o rebentar do mar
das páginas dos livros que já tinha lido.

Chegava o mês de Maio era tudo florido
o rolo das manhãs punha-se a circular
e era só ouvir o sonhador falar
da vida como se ela houvesse acontecido

E tudo se passava numa outra vida
e havia para as coisas sempre uma saída
Quando foi isso? Eu próprio não sei dizer

Só sei que tinha o poder de uma criança
entre as coisas e mim havia vizinhança
e tudo era possível era só dizer

quarta-feira, março 13, 2013

Conclave dos Segredos

Seguindo com muita atenção o Conclave dos Segredos uma outra forma de fazer um Conclave :)

Habemus Papam (10 MESSIas)

Vários séculos não foram nada.
Gardel fuma um cigarro vestido de branco e
Dançam, negros, tango em bons ares.
Comungam
Na praça, no estádio mais humano que nunca,
Finta os flashs
Uma sotaina de sorteio de liga de campeões,
Alva, alva, cómoda (ou não?) busca
um hat-trick domingueiro de terços e dezenas,
De cálices últimos e de ceias primeiras
(de Cardeais e Júlio Dantas)…  
cruzes no totobola
(1X2)
MESSIas da cantera da companhia de J.C.,
Da “masia” de Loyola,
O 10 do Futebol Clube Vaticano saiu do banco do conclave,
O santo árbitro levanta letras led e Francisco I entra, benzendo-se (corretamente),
em nome do seu pai,
do filho do pai,
e do espírito do pai 
nas quatro linhas.
Poliglota sem aquecimento prévio. Vogais à trave, consoantes fora…
Remontará esta segunda parte da grande partida da cristandade?
Do outro lado do campo, ortodoxo, musculado, rígido, tem um Cristiano.
Com artes de Mouro (que opta pelo diminutivo) devoto de futebol, nada de fado, e Fátima.
E Deus? De que lado está Deus?
Por amor de Deus!
Todos sabemos que é brasileiro.

Sierra de Gata, nevada, a lo lejos... mientras la catedral de Coria la contempla, no olvidando su estatuto de diócesis

Hace dos semanas, el frío se hacía evidente en el blanco manto que cubría la sierra de Gata.
El paisaje se congeló dentro de mi camera.

Stop, mirar siempre a ambos lados

No te distraigas.
Como decía mi tío:
"Mientras miras, muchas veces, simplemente, no ves".
Lo quiero recordar así, pero la realidad de su expresión era:
"Mira, mira, quanto mais miras menos vê!"
Era un tío grande. Lo echo de menos...

terça-feira, março 12, 2013

...

Borroso mensaje de estos días de lluvia...
Eternidad por veces la confundo con inutilidad.

domingo, março 10, 2013

O Sol - Gonçalo M. Tavares


Na infância o sol era um companheiro mais alto,
Que aparecera primeiro no campo de futebol, e aí, parado,
Guardava as costas da baliza e a erva que se tornava quente.
Como se o sol fosse de facto um instrumento de cozinha,
Aperfeiçoado, antigo, mas instrumento, matéria
Que os meninos agarravam com os dedos e cuja
Intensidade podiam por vontade própria regular.
Por exemplo: quando a luz era excessiva
Os dedos protegiam os olhos. Outras vezes
O corpo parecia a conclusão
Natural, instintiva, do calor que vinha de cima:
Recebíamos o sol como o ponto final recebe
Uma frase. Fazia mais sol quando eu tinha seis anos
(quem o fazia?) ou com o tempo e o tédio
Me fui distraindo?

Gonçalo M. Tavares

(Cortesía de nuesto Pedro. Precioso, simplemente precioso).