quinta-feira, julho 26, 2007

Os cinco blogs que me fazem pensar...


O meu amigo cronista Javier Figueiredo, também colaborador do espaço "Senderos" lançou-me o repto de eleger cinco blogs que me façam pensar... de facto é uma tarefa difícil mas vou tentar.
Que se note que a ordem é aleatória e quase todos os blogs abordam temáticas diferentes.

Em primeiro, e não por simpatia, nem por me ter motivado a fazer esta lista que não passa de "puntos de vista y nada más", está o blog do meu amigo "extremeño", também ele um amante da lusofonia e do ser peculiar e original "tuga", Javier Figueiredo. Neste blog leio a interpretação do mundo pela mão de um cronista comprometido com o social, para quem a esquerda é solidariedade, tolerância e um profundo espírito crítico cuja lucidez nunca poderá ser amordaçada.

http://javierfigueiredo.blogspot.com/

Segundo, também um blog de interpretação do tempo que vive, estão "abruptamente" as ideias e mundividências de José Pacheco Pereira, um "opinion maker" luso, convicto de centro-direita, com quem nem sempre me identifico, mas por quem tenho uma profunda admiração intelectual. A destacar a sua interacção com os leitores, de quem publica textos e imagens em rubricas que mostram que o prosaico também tem interesse. Eu fui colaborador com algumas fotografias nas rubricas "retratos do trabalho" e "locais onde se pode respirar". Senti-me muito honrado por ver as minhas fotografias num blog que não dispenso.

http://abrupto.blogspot.com/

Em terceiro, está um blog de um amigo da adolescência, jornalista de profissão e viajante de vocação, Jorge Neto. África, que nunca me interessou muito (confesso), tem um brilho que me chama à atenção quando o olhar atento deste amigo é partilhado na blogosfera. Esta página web é um exemplo que o ser africano, europeu, asiático, americano, ou o que seja, não tem nada que ver com genes ou cor de pele, mas sim com o enorme amor que se pode ter por a terra. No caso do Jorge, a terra por que viaja e se alimenta, como Anteu, criando "africanidades"...

http://africanidades.blogspot.com/

Em quarto lugar, com o labor e dedicação de Geraldes Lino (para mim a grande "autoridade" no mundo da nona arte em espaço português), está um blog dedicado a uma das minhas grandes paixões, a banda desenhada. Neste espaço encontro o passado, o presente e o futuro de uma arte que de menor nada tem, e que, quanto a mim, está com o ser humano desde os tempos das cavernas.

http://divulgandobd.blogspot.com/

Por último, um blog, que conheci pela rádio, numa viagem de "Expresso", há dois anos, que dá pelo nome de "Montes e Vales". Este blog, idealizado por David Monteiro, também reflecte outro dos temas que me fazem pensar e que têm muito a ver com a minha maneira de estar na vida, isto é, o ambiente, a natureza e o sonho de promover um respeito pelo que nos rodeia que culminará no que alguns chamam desenvolvimento sustentável...

http://davidmonteiro.blogspot.com/

Claro que esta lista é injusta para tantos outros blogs que leio e que creio que têm bastante qualidade, como também de espaços de pontos de vista de amigos com "Medos Meus", "Protinus Ut Moneam", "Os Verdes Anos" entre outros...

E que tal os colaboradores deste blog fazerem uma lista idêntica? Lanço-vos o repto!

Ghost Dog, the way of the Samurai


Antes de ser "oscarizado" pela academia, Forest Whitaker já dava cartas em obras da sétima arte de grande destaque. Destaco dois exemplos (sem esquecer um pequeno papel em "Platoon"): "Bird" um "biopic" sobre a vida de Charlie Parker, sob a batuta de Clint Eastwood (que para além do cinema tem uma cultura "jazzistica" impressionante) e "Ghost Dog, The Way of The Samurai", de Jarmusch. Este último é, quanto a mim, o filme que melhor retrata um aspecto cultural nipónico, tido por vezes como paradoxal, que dá pelo nome de "Bushido", encontrando-se baseado nos fundamentos de um livro medieval chamado "Hagakure" e no submundo da máfia dos subúrbios de Nova York.
A destacar a presença de Whitaker, a sua voz profunda dos textos do "Hagakure" que remete o espectador para campos da filosofia oriental enquanto vê um filme de assassinos e mafiosos barrigudos de sotaque italiano que deabulam por New Jersey...

quinta-feira, julho 12, 2007

"Calle Montera"

Não há nada mais fácil na vida que ser preconceituoso. Podem ter a certeza. Eu que me considero uma pessoa tolerante e aberta para conhecer os becos que o mundo esconde dei por mim numa atitude de preconceito que me envergonha e enoja. Era já tarde quando cheguei à "Gran Vía", tinha de entrar no hotel e guardar as coisas, uma vez que viajava na companhia da minha mãe e, quer queira, quer não, não é o mesmo quando viajamos com amigos, namorada ou sozinhos. A fome começava a apertar e as opções eram limitadas. Havia um antro de fast-food perto e essa era a solução visível... lá fomos e no topo da "calle montera" a noite tinha de começar a render. Dezenas de prostitutas, trabalhadoras aparcadas na rua, sindicalizadas no chulo que melhor as defenda... ou não, estavam na fila para comerem algo antes de voltarem a estar com outro cliente.
Algumas estavam tatuadas pelos ladrilhos da rua, outras já estavam marcadas pela tempo e à espera de se jubilarem e, muitas delas, estavam ali há muito pouco tempo e nem deveriam ter a escolaridade obrigatória. Todos os homens, de diferentes sensibilidades, não ficam indiferentes a tal montra de carne, confesso que algumas poderiam satisfazer a minha luxúria... mas nada mais (notem o pensamento reptiliano a sobrepôr a nossa herança genética mamífera!).
Estava eu na fila quando entram duas, cuja origem creio ser sul-americana, e me pediram para lhe guardar lugar pois tinham de ir lá fora, provavelmente dar conta da clientela. E penso eu: "estas pu..., vem-me aqui chatear, põem-se à minha frente, cara..., e ainda têm o descaramento de me pedir para lhe guardar o lugar. Fod..." Assim estive uns 10 minutos, uma vez que o restaurante estava à pinha. Chegou a sua vez e elas não estavam, óbvio que fui eu atendido, trouxe o meu farnel imperialista e juntei-me à minha mãe naquele manjar de presidentes de multinacionais capitalistas e gordurosas (mas a fome era tanta...).
Ao sair, olhei em volta, mas nada das minhas amigas. Respirei de alívio e continuei o meu destino...
Hoje, concluo que este episódio, tonto e sem importância aparente, comprova que continuo provinciano (no mau sentido) e preconceituoso. Não pensei nos motivos que estão por detrás de vidas de este tipo, julguei-as perante os meus valores e esqueci-me que sou o que sou pelas oportunidades que tive...
Nada é simplista e determinar origens e fins de mal-estar social é uma anedota que cada vez tem menos graça e que se torna mais seca neste mundo consumista...

"Notas de Viaje de Ernesto CHE Guevara"


Há algum tempo que referimos, aqui neste espaço de divagações, a importância que um filme peculiar ("Diários de Motocicleta") tem para muitos de nós. Felizmente, numa das minhas últimas saídas para conhecer outras "ópticas", outros ângulos do mundo, encontrei numa grande livraria internacional o livro que originou a longa-metragem e devo dizer-vos: é muito melhor que o filme!
A grandeza destas notas dispersas reside na faceta humana do "Fuser", antes de ser "Che", que, com uma conaciência política ainda pouco marxista, analisa a realidade sul americana. Outro factor a ter em conta é o humor de episódios que não aparecem no filme... imaginem este ícone da cultura do século XX a ter "caganeira" e a "cagar" no sítio errado, a matar o cão dos anfitriões a pensar que é um felino comedor de homens...
Um livro que me dá vontade de sair e fazer o mesmo...

segunda-feira, julho 09, 2007

Após mais de 30 anos de serviço, o professor Artur foi traído pelo cancro. Ficou sem a laringe e só falava, com grande dificuldade, através de um aparelho. Mesmo assim, foi-lhe recusado o pedido de aposentação e até uma junta médica o deu como apto. Mas os alunos acabaram por não ouvir qualquer aula ao som da sua voz robótica. O professor morreu no dia 9 de Janeiro
http://www.correiodamanha.pt/noticia.asp?id=248709&idselect=10&idCanal=10&p=200

sábado, julho 07, 2007



El pasado 22 de junio tuve la oportunidad de asistir al concierto de Stuart A. Staples (lider del grupo Tindersticks) en el Teatro Central de Sevilla. Una hora antes del concierto programaron un disco forum con Sabino Méndez: cronista musical y ex guitarrista de Loquillo y Trogloditas, era la primera vez que asistía a este tipo de eventos ,y aunque no llamó mucho la atención del publico sevillano, ya que no estuvimos más de quince personas, para mi supuso una grata sorpresa que la primera canción que pinchasen fuese” Hey Hey , My My (into the black)” del canadiense Neil Young , último tema del disco “Rust never sleeps” ,disco que por cierto os recomiendo: buena música folk y muy buenos temas de rock. Si algún día cae en vuestras manos o lo tenéis en vuestra discoteca: subid el potenciometro de volumen a la mitad, y directamente a la pista nº 9 , que de vez en cuando conviene recordar al Rey (Elvis) y pregonar a los cuatro vientos en tu vecindario que el Rock and roll nunca morirá.

Hey hey, my my
Rock and roll can never die
There's more to the picture
Than meets the eye.
Out of the blue and into the black
You pay for this, but they give you that
Once you're gone, you can't come back
When you're out of the blueAnd into the black
The king is gone but he's not forgotten
Is this the story of Johnny Rotten?
It's better to burn out 'cause rust never sleeps
The king is gone but he's not forgotten
Hey hey, my my
Rock and roll can never die
There's more to the picture
Than meets the eye.

sexta-feira, julho 06, 2007

"Navegar é preciso, viver não é preciso"


"o barco, meu coração não aguenta

tanta tormenta

alegria, meu coração não contenta

o dia, o marco, meu coração

o porto, não

navegar é preciso

viver não é preciso

o barco, noite no teu tão bonito

sorriso solto perdido

horizonte, madrugada

o riso, o arco, da madrugada

o porto, nada

navegar é preciso

viver não é preciso

o barco, o automóvel brilhante

o trilho solto, o barulho

do meu dente em tua veia

o sangue, o charco, barulho lento

o porto silêncio"

Caetano Veloso

Será verdade?

quinta-feira, julho 05, 2007

"Beetle Bailey" versão brasileira "O Recruta Zero"


Há algum tempo que não lia, nem me recordava do grande "Zero", mas ontem, após uma compra de 20 cêntimos num mercado de livros usados, voltei a divertir-me com as personagens criadas por Mort Walker nos anos 50.
É um recruta do exército americano, no quartel Camp Swampy. Caracterizado pela sua preguiça e bom-humor, Zero é implacavelmente perseguido pelo Sargento Tainha, que não admite nenhuma insubordinação. Ainda assim, “Beetle Bailey” sempre arranja uma forma de escapar à labuta. O seu lema de vida é: “Never let to tomorrow what you can do the day after tomorrow” (Nunca deixes para amanhã o que podes fazer depois de amanhã"). Outro de seus famosos aforismos é: “It´s funny how time flies when we are goofing off” ("É engraçado como o tempo voa quando a gente está de folga").
O “Zero” é um dos divertimentos favoritos dos militares norte-americanos, por sua irreverência em relação ao sistema militar e por exaltar a esperteza de um soldado raso face a seus superiores. Talvez por isso o trabalho de Walker tenha sofrido alguns maus bocados durante as guerras da Coreia e do Vietname, algumas publicações americanas, entre elas a “Stars and Stripes”, a revista oficial das Forças Armadas norte-americanas, insistiram na proibição da publicação das aventuras do “Zero”, por considerá-lo uma afronta à ordem militar.
Felizmente, este militar ainda continua no activo.

Exposição Berardo - CCB



Joe Berardo, magnata de origens humildes, conhecido pela sua colecção de arte e pela actual OPA ao Clube da Luz, prenda o público português com uma exposição de arte contemporânea de interesse mundial. Lisboa já está no mapa das grandes capitais culturais e com um detalhe, pelo menos até ao fim do ano, a Exposição Berardo, patente no Centro Cultural de Belém é gratuita e é possível fotografar as obras expostas (algo raro, não é?).
Pessoalmente, esta exposição teve um grande impacto naquilo que eu concebo como fruição artística... nunca tinha estado na presença de Picasso, Dalí, Wharhol, Miró, Cesarinny, Vieira da Silva e outros ilustres, para mim desconhecidos, que me proporcionaram algo que creio que deve ser um direito universal, o acesso à livre e gratuito à cultura...
Berardo, controverso "self-made-man", possibilitou isso e mostra-o na lapela com o pin "Cultura for Life"...

quarta-feira, julho 04, 2007

Live Earth



Também a 7/7/7 decorre o festival Live Earth no qual se procura sensibilizar a população mundial para as alterações climáticas! De facto, estão à vista desarmada o aumento da temperatura mundial com consequências desastrosas para o nosso planeta. As calotes polares vão derretendo metro a metro e o ciclo da vida animal vai sofrendo consequências devastadoras. Um dos exemplos mais actuais tem a ver com o emagrecimento dos ursos polares. E porquê? Como se sabe os ursos polares alimentam-se de focas, que por sua vez, vêm à superfície gelada ocasionalmente para respirar em certos buracos que se vão formando. Como o degelo tem sido uma constante esses mesmos buracos têm sido cada vez menos e portanto aumenta a superfície oceânica. Deste modo, as focas não precisam de escolher um específico buraco dado que estes são raros. O urso polar sente-se assim ameaçado pela extinção dado que a sua armadilha já não funciona. A minha leitura destes factos tem a ver com os programas que estão a decorrer durante esta semana à noite na rtp1. Por vezes a rtp cumpre o dever de serviço público e não com fadyvairs como foi o caso da homenagem à princesa Diana!
Que a emissão do Live Earth seja um hino à nossa sensibilidade!

?Identidad cultural o pedantismo?

En el blog de mi compañero Hilario Jimenez he visto este texto que, sin su permiso (perdona compi), creo que tengo que publicar en nuestra página de puntos de vista, mejor, de senderos que siempre son de tolerancia... Echen un vistazo y quizá lo mejor sea reír...

En Barcelona queda muy hortera hablar en español; yo sólo lo hablo con la criada y con algunos empleados. Es de pobres y de horteras, de analfabetos y de gente de poco nivel hablar un idioma que hace un ruido tan espantoso para pronunciar la jota. Éstos que no hablan catalán a menudo tampoco saben inglés, ni francés, ni quién es monsieur Paccaud. Pero no sólo en Cataluña el español es un síntoma de clase baja. El amigo Riera me facilita estos datos de la ONU del 2002: Renta per cápita de Noruega, 36.600 dólares; Dinamarca, 30.940; Islandia, 29.750. Tres países riquísimos, con economías internacionalizadas y lenguas más pequeñas que la nuestra pero que las hablan sin complejos. Contra esta absurda creencia de que el catalán nos cierra puertas, estos datos son sobradamente elocuentes de si sirve o no sirve una lengua minoritaria.
En cambio en el maravilloso mundo hispánico la pobreza es el único dato. La media de los 13 principales países americanos que tienen el español como lengua, desde Argentina, Chile y Méjico hasta Nicaragua, Honduras y Ecuador, es de 6.209 maltrechos dólares de Renta per cápita. Cataluña hablando catalán, y a pesar del expolio fiscal infringido por una España que no tiene ni la decencia de publicar las cifras del robo, tiene una renta de 26.420 dólares. Hemos de escoger modelo: Noruega o unirnos a la caravana de la miseria. El independentismo en Cataluña está absolutamente justificado aunque sólo sea para huir de la caspa y el polvo, de la tristeza de ser español.

Martes de Cineclube...


Hay que mantener los habitos y anoche aproveché para ver "True Crime" de Eastwood. No es una obra maestra pero se pasa un buen rato con esta pelí. El personage de James Woods está muy bién...