terça-feira, novembro 27, 2007

Saídas do Baú digital... a óptica do amigo Pedro Cuadrado



Há já algum tempo, pouco depois de ter o prazer de o conhecer, o meu amigo Pedro L. Cuadrado enviou-me umas fotos de um "Castelo de Vide" já esquecido... como a antiga "Casa dos Chapéus".
Hoje, no meio do meu "baú digital" encontrei estas fotografias que ele me "ofereceu" e tomei a liberdade de as partilhar com os demais leitores dos "senderos" (amigo, espero que não te importes!).
Sem dúvida, umas imagens que trazem boas recordações...

Sillueta de una ciudad... al atardecer

quarta-feira, novembro 21, 2007

De mãos vazias...

Quando me iniciei na blogosfera, há cerca de dois anos, criei um blog pessoal que se chamava "De Mãos Vazias" (ainda existe na rede mas não é actualizado há muito tempo). Nesse espaço publicava os textos que saiam no "Jornal de S.Brás" e as minhas divagações pessoais, como também "postava" as minhas primeiras fotografias...
Esta fotografia, apesar da má qualidade técnica e gráfica, foi tirada com o objectivo de "agarrar o sol" numa tarde solarenga em S. Pedro. Hoje, quando a encontrei no meu "baú digital", recordei-me da importância das "mãos vazias", de lutar com honestidade pelo aquilo que se acredita e, nesta divagação, também me lembrei das palavras que mais me marcaram de um escritor popular, que muita gente crê ser um autor menor (não entro em discussões literárias, pois estou farto de ver gente reger-se única e exclusivamente pelos críticos, e eu posso gostar de algumas coisas da sua obra sem me identificar com tudo o que faz), Paulo Coelho:
"Quando uma pessoas deseja realmente algo, o universo inteiro conspira para que possa realizar o seu sonho. Basta aprender a ouvir o que diz o coração e decifrar uma linguagem para além das palavras, a que mostra aquilo que os olhos não podem ver".
Não sei porque me lembrei destas palavras, uma vez que pouco têm que ver com as "mãos vazias", mas não faz mal... o importante é sentir algo quando vejo uma fotografia (por mais tosca que seja...).

Fallece Fernando Fernán Gómez


"Fernán Gómez ha sido una de las grandes figuras españolas de la escena y el celuloide, un gigante de la cultura. Miembro de la Real Academia Española –donde ocupaba el sillón B- ha recibido, entre otros galardones, el premio Príncipe de Asturias de las Artes, los Premios Nacionales de Cine y Teatro, la Medalla de Oro de la Academia de Cine y cinco Goyas, la máxima cantidad de estos galardones acumulados por ninguna otra figura del cine español.
Fernando Fernán Gómez nació el 28 de agosto de 1921 en Lima, durante una gira que realizaba por Latinoamérica su madre, la actriz Carola Fernán-Gómez, y fue inscrito en el consulado de Buenos Aires, por lo que conservó la nacionalidad argentina hasta 1984, cuando se nacionalizó español.
Protagonista de casi 200 películas, director de más de una veintena, escritor y académico de la Lengua, en su filmografía figuran títulos como Botón de ancla, El inquilino, La venganza de Don Mendo, Ninette y un señor de Murcia, El espíritu de la colmena, Mamá cumple cien años, La colmena, Esquilache, Belle Epoque, El abuelo, Todo sobre mi madre, La lengua de las mariposas y Tiovivo c. 1950."

Pesca em Mutolo

Esta fotografia, que retrata "as gentes" de Moçambique, cortesia da amiga Vanda Barnabé, remete-nos para as lides, mais que artesanais deste povo africano. Eis um verdadeiro "retrato do trabalho"!

terça-feira, novembro 20, 2007

Moonshadow

A Arena de Évora com "Otros Aires"... pena que "olian fatal"...


No Sábado passado, a cidade, património mundial da Unesco, foi palco de um espectáculo interessante, mas claramente mal-organizado em diversos pontos.
Apesar de ser um espectáculo pouco vulgar e de temática interessante (tango "new age", desculpem o atrevimento!) teve uma divulgação claramente bem conseguída, o que levou ao que alguns chamavam de "publicidade enganosa". Isto porquê?
Porque as pessoas, os vulgares espectadores, pensavam que iam ver um espectáculo centrado em bailarinos de tango, no entanto, o espectáculo centrava-se na banda "Otros Aires" que, por certo, é bastante interessante... mas bailarinos apenas quatro e não os seis que anunciava o programa.
A par disso, e também dos 12€ que tivemos que pagar, houve clara deficiências técnicas (luz e som) que não beneficiaram nada nem ninguém, também a organização não teve sensibilidade para ver que o número, considerável, de espectadores (cerca de 3000 pelo que me foi dito e creio ter visto) deveriam ter sido colocados em frente dos artistas (pobres artistas, como imagino a sua frustração!) na arena e nas bancadas centrais, ao invés que que se passou, pois houve gente sentada por detrás das colunas laterais do palco (que só à terceira actuação viu as luzes da sua retaguarda apagadas para possibilitar um pouco mais de ambiente à actuação, uma vez que houve pouco ou quase nenhum...). Logo a interacção com os artistas foi "zero"!
Devo salientar que, apesar da má qualidade do evento (culpa óbvia dos promotores e não dos artistas), fiquei bastante satisfeito em ver gente de todas as idades e meios culturais motivadas para participar numa actividade cultural como esta. Apesar do fracasso, espero que esta atitude se mantenha e que os eborenses possam desfrutar daquele espaço que pode ser um motor para a difusão da cultura no Alentejo.
À organização (e a quem apoiou esta iniciativa e tem responsabilidades públicas, como a Câmara Municipal de Évora) fica a mensagem, mais vale fazer coisas mais pequenas, práticas e possíveis, em vez de megalomanias de má qualidade que enchem os bolsos de "sabe Deus quem"... Espero, como eborense e alentejano, que se aprenda com os erros, pois para a próxima vou pedir o dinheiro do bilhete (talvez já o devesse ter pedido!).

segunda-feira, novembro 19, 2007

Com a benção de Cesário Verde...


Nas nossas ruas, ao amanhecer,
Há tal claridade, há tal natural alegria,
Que as sombras, os enquadres, as folhas, a poesia...
Despertam-me um real desejo de viver

O movimento, harmonioso na sua lentidão,
coreografa as árvores num bailado
em que retiram aos ventos a solidão
de um eterno e nostálgico passado

Eu apenas corro, percorro, morros
subo numa rotineira, mas livre, cadência.
Os demais, numa indiferente perspectiva

Passam e não se pasmam com cronos,
com a aparente independência
de um corpo e uma mente viva.

quinta-feira, novembro 15, 2007

Socialismo, Cristianismo, Marxismo... enfim ismos e humor...

Fidel Castro recuperou da doença e com muita ajuda lá foi discursar para
mais de um milhão de cubanos na praça da revolução quando surgiu uma luz
vinda do céu que se aproximou de Fidel.
Era Jesus Cristo.

Fidel ajoelhou-se e pediu-lhe perdão por ter duvidado da sua existência
devido ao Marxismo.

Jesus segredou algo ao ouvido de Fidel que se dirigiu ao microfone e disse
ao público:

- Camaradas de revolução. Jesus Cristo sempre existe e quer dizer-lhes algo.

Então Jesus pegou no microfone e disse:

- Povo de Cuba, este homem com uma barba igual à minha, não vos deu o pão do
conhecimento igual ao meu?

E o povo exclamou:

- Sssiiiiiiiiiiiiiiiiii....

Jesus disse:

- É certo que eu multipliquei o pão para matar a fome aos pobres! Não é
verdade que este homem inventou as senhas racionadas para matar a fome dos
pobres cubanos?

E o povo lá gritou:

- Sssiiiiiiiiiiiiiiiiii....

Jesus disse:

E não é verdade que este homem construiu hospitais e clínicas para curar os
pobres como eu os curei com milagres?

E o povo entusiasmado gritou:

- Sssiiiiiiiiiiiiiiiiii....

Jesus disse:

E não é verdade que este homem espalhou educação e conhecimento imposto ao
povo, como eduquei os meus apóstolos?

E o povo excitado bramava:

- Sssiiiiiiiiiiiiiiiiii....

Jesus disse:

- E não é verdade que sofreu muitas traições de camaradas de Miami, como eu
sofri a traição de Judas?

E o povo cada vez mais frenético, lá gritou:

- Sssiiiiiiiiiiiiiiiiii....

Então Jesus gritou:

Então de que estão à espera para crucificarem este gajo?

Novembro, mês do Mar...

terça-feira, novembro 13, 2007

A propósito de saudade...


Publicado como comentário pessoal no blog "Lusofilia" a propósito de uma citação publicada pelo amigo Pedro Cuadrado (com pequenas alterações, pois houve tempo para fazer uma revisão).

A saudade é algo que pouca gente sabe explicar (para mim quem a explica melhor é Teixeira de Pascoaes), eu, muito menos...
Há quem fale, não de nostalgia, mas sim, de saudades do futuro, de um porvir, de um "quinto império" luso (será que não tivemos já colonialismo suficiente?)...
Eu apenas creio que, se isso de saudade é mesmo genético, manifesta-se no amor que temos ao que nos rodeia, seja o que for e em que sítio for... como diz a canção dos "Trovante": "Há sempre alguém que nos diz tem cuidado, há sempre alguém que nos faz pensar um pouco, há sempre alguém que nos faz falta...ai, saudade".
No entanto, identifico-me mais com uma canção dos "Delfins", a "Marcha dos Desalinhados":
"Eu não quero ficar parado fico velho
vou marchar até ao fim
isolado

Nesta marcha solitária
dou o corpo ao avançar
neste campo aberto ao céu

Ninguém sabe
para onde eu vou
ninguém manda
em quem eu sou
sem cor nem deus nem fado
eu estou desalinhado

Por tudo o que lutei
ser sincero
por tanto que arrisquei
ainda espero

Esta marcha imaginária
quantas baixas vai deixar

neste sonho desperto?"

Será que a saudade é o motor e alma de um conceito denominado Portugal, ou o calcanhar de Aquiles que não o deixa avançar enquanto colectivo?

Martes de Cineclub


Ahora que se habla tanto de memoria histórica, se beatifican mártires, se intenta trasladar Franco desde el Valle de los Caídos y se acerca el 20 de Noviembre en que ha muerto el caudillo, yo tuve el placer de disfrutar y reírme cantidad con una película llamada “La Vaquilla”. Por momentos no hubo dos bandas (¡los uniformes no sirven cuando todos se desnudan!), no hubo republicanos o falangistas, sólo cinco tontos con un plan raro de raptar una vaca durante la Guerra Civil Española.

Aurea Mediocritas


Hoje, durante a tarde, após fazer as minhas tarefas domésticas (sabem como é a loiça, a roupa, aspirar os pêlos do gato, ouvir o "telediario"...), decidi ir correr pelos campos que circundam o local onde vivo.
A páginas tantas, já cansado, suado como o animal mais parecido ao homem, e com já alguns minutos em cima das minhas pernas, dou por mim a estirar os músculos junto a um burro a pastar e um par de bezerros que ainda mamam nas suas progenitoras... tal cenário não me é estranho, cresci com um pé na cidade e no campo, mas, por vezes, esqueço-me de valorizá-lo. Isto é, reconhecer que existe valor em muitas das coisas que nos rodeiam, mas que nem sempre temos discernimento para encontrar o seu devido.
Foi nesse momento único de paz que me recordei de um conceito que conheci quando comecei a dar os meus primeiros passos no mundo do estudo da literatura, o conceito de Aurea Mediocritas.
Esta designação latina, que podemos encontrar numa das Odes (II, 10, 5) de Horácio, expressa a ideia de que só é feliz e vive tranquilamente quem se contenta com pouco ou com aquilo que tem sem aspirar a mais. Para mim não é uma apologia contra a ambição (uma vez que a ambição, desde que não seja desmedida, é sempre algo positivo), mas algo que nos remete para o
carácter efémero da vida, do prazer, e de tudo o que pensamos ser imutável. Para mim, tudo se resume a constantes lições de humildade que te vão ajudando no dia-a-diana e te fazem pensar que é no aqui, no agora, que podemos desfrutar de tudo o que nos é prometido no paraíso das religiões... de momento creio que esta filosofia é extremamente vantajosa para que possamos alcançar aquilo que denominam de felicidade.

segunda-feira, novembro 12, 2007

"Ultramarathon Man"


Já li o livro e, para quem gosta de desporto e de desafios, recomendo com bastante entusiasmo. Uma curiosidade, para além da personalidade peculiar deste corredor (Dean Karanazes) de origem grega, a tradução para língua portuguesa foi feita por um nome bastante interessante da cultura contemporânea portuguesa, o multifacetado Rui Zink. "Mens sana en corpore sano" é uma máxima que este corredor leva ao extremo... ao ponto de "mens insana...". Vale a pena a sua partilha da experiência.

Aquellos Maravillosos Discos

Um videoclip original...

Monty Phyton...

quinta-feira, novembro 08, 2007

Lions for Lambs


Quem sabe se é a independências dos artistas em relação aos grandes estúdios? Cruise ressuscitou a United Artists e produziu este filme sob a batuta do já mais que consagrado Robert Redford... Tudo isto com a presença da grande Meryl Streep!
Vamos ver que tipo de filme temos. Para mim uma coisa é certa, o cinema norte-americano não é apanágio exclusivo de pacóvios e "rednecks", também existem grandes obras e, pelo tema e pelos intervenientes, espero que esta não me desaponte.
Para quando a sua estreia em Portugal?

Altruísmo e nada mais...

Já há algum tempo que eu queria escrever sobre o trabalho desta minha amiga, mas ainda não era o momento adequado (principalmente porque ainda não tinha fotografias para ilustrar o "post").
Hoje o dia foi cansativo, muito trabalho académico e um ritmo um pouco acelerado misturado com um sentimento de incapacidade e insegurança (por aqui atacam-se professores com "cuchillos jamoneros" e, na Finlândia, um jovem mata a tiro os seus colegas e uma professora), apesar de não ser professor numa "zona de guerra"! Enfim, em dias de sentimentos estranhos há sempre algo que, se tivermos vontade de ver, pode ser positivo. Eis aqui onde entra a minha amiga de infância (e companheira de "peregrinações" que nunca esquecerei) Vanda Barnabé. Ela, actualmente, apesar de estar longe, em África, na costa oriental, na antiga colónia portuguesa Moçambique, tem sempre a atenção e simpatia de nos manter informados do seu dia-a-dia único e esperançoso nesta humanidade que muitos esquecem. A Vanda, enfermeira de profissão e vocação, há tempos disse para si mesma:
- Quero fazer algo mais! Algo pelos outros!
E, sem dúvida, fez, faz e acredito que continuará a fazer! Apesar do mundo moderno pensar que já não existe, a lepra continua a assolar a vida de muitos neste continente pobre e explorado desde há muitos séculos, a par da Sida e de outras doenças. O papel da minha amiga, como podem ver nas fotografias, é fundamental como enfermeira voluntária da Associação Raul Foulerau (creio que se escreve assim)quer nos cuidados de saúde, quer na prevenção.
Esta experiência, enquanto amigo, enche-me de orgulho e faz-me pensar que ainda há muito por fazer e que, se quisermos, talvez possamos fazer algo que ajude muita gente! É preciso acreditar, tentar encontrar um sentido no que fazemos e eu, enquanto educador e ser humano, para além de treinar artes marciais, para juntar ao currículo de docente (notem a ironia!) tento dar um exemplo positivo. Se sou bem sucedido ou não, não sei. Uma coisa é certa, por enquanto vou tendo a minha consciência tranquila e vejo exemplos de alunos que me dão "ganas" de tentar fazer mais e melhor.

Por isso, amiga Vanda, apesar de estares longe, obrigado pelo teu exemplo, obrigado pela tua humanidade e um grande bem-haja pelo que fazes por todos nós!

terça-feira, novembro 06, 2007

Martes de Cineclub



Un buen rato, sin duda, lo peor es que creo que voy a soñar con la banda sonora... Hitchcock fue un maestro y supo siempre utilizar todos los recursos para hacer películas que no olvidaremos.... Jimmy Stewart en su mejor… y qué pena la monja… pero no os cuento más, mejor que la vean!
!Hasta mañana!

segunda-feira, novembro 05, 2007

“Litoralidad”

Hace un rato que he sentido una profunda tristeza por la muerte trágica de un grupo de ancianos en las carreteras portuguesas… debo decir que ese sentimiento ha sido algo muy próximo, pues el accidente ha sido muy cerca de la frontera de esta raya que tanto quiero… en eses momentos vuelvo a lo que más paz me trae, a un sentimiento que siempre tengo como algo luso, esa extraña añoranza del litoral, al síndrome de “litoralidad”… qué la mar traiga harmonía a una noche que apagó algunas centellas de vida…