No Sábado passado, a cidade, património mundial da Unesco, foi palco de um espectáculo interessante, mas claramente mal-organizado em diversos pontos.
Apesar de ser um espectáculo pouco vulgar e de temática interessante (tango "new age", desculpem o atrevimento!) teve uma divulgação claramente bem conseguída, o que levou ao que alguns chamavam de "publicidade enganosa". Isto porquê?
Porque as pessoas, os vulgares espectadores, pensavam que iam ver um espectáculo centrado em bailarinos de tango, no entanto, o espectáculo centrava-se na banda "Otros Aires" que, por certo, é bastante interessante... mas bailarinos apenas quatro e não os seis que anunciava o programa.
A par disso, e também dos 12€ que tivemos que pagar, houve clara deficiências técnicas (luz e som) que não beneficiaram nada nem ninguém, também a organização não teve sensibilidade para ver que o número, considerável, de espectadores (cerca de 3000 pelo que me foi dito e creio ter visto) deveriam ter sido colocados em frente dos artistas (pobres artistas, como imagino a sua frustração!) na arena e nas bancadas centrais, ao invés que que se passou, pois houve gente sentada por detrás das colunas laterais do palco (que só à terceira actuação viu as luzes da sua retaguarda apagadas para possibilitar um pouco mais de ambiente à actuação, uma vez que houve pouco ou quase nenhum...). Logo a interacção com os artistas foi "zero"!
Devo salientar que, apesar da má qualidade do evento (culpa óbvia dos promotores e não dos artistas), fiquei bastante satisfeito em ver gente de todas as idades e meios culturais motivadas para participar numa actividade cultural como esta. Apesar do fracasso, espero que esta atitude se mantenha e que os eborenses possam desfrutar daquele espaço que pode ser um motor para a difusão da cultura no Alentejo.
À organização (e a quem apoiou esta iniciativa e tem responsabilidades públicas, como a Câmara Municipal de Évora) fica a mensagem, mais vale fazer coisas mais pequenas, práticas e possíveis, em vez de megalomanias de má qualidade que enchem os bolsos de "sabe Deus quem"... Espero, como eborense e alentejano, que se aprenda com os erros, pois para a próxima vou pedir o dinheiro do bilhete (talvez já o devesse ter pedido!).
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